tag:blogger.com,1999:blog-16746254086795873282024-03-05T15:20:38.235-08:00ANT - Associação Nacional dos TrabalhadoresBlog da Associação Nacional dos Trabalhadores, auto-organização dos trabalhadores na luta pela autogestão social.Unknownnoreply@blogger.comBlogger33125tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-82045712605822133352019-05-15T14:50:00.001-07:002019-05-15T14:50:53.533-07:00AS REFORMAS RETRÓGRADAS DO GOVERNO BOLSONARO E OS TRABALHADORES<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">AS REFORMAS RETRÓGRADAS
DO GOVERNO BOLSONARO E OS TRABALHADORES<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Estamos diante de um governo que,
como os anteriores e todos os existentes, estão do lado da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">classe capitalista</b> e contra os <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">trabalhadores</b>.
A maioria das medidas anunciadas até agora por este novo governo beneficia o
capital transnacional (estrangeiro) e o grande capital em geral, mas prejudica
os trabalhadores. Esse é o caso das reformas trabalhista, previdenciária, das
normas de saúde e segurança. A classe capitalista lança uma ofensiva para <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">aumentar a exploração e assim aumentar seu
lucro e retira isso dos trabalhadores</b>. Como ela sabe que é complicado
abaixar os salários ou voltar a inflação, então ela corrói os direitos
trabalhistas e precariza cada vez mais o trabalho. E mesmo assim, os resultados
ainda não são os esperados para a classe capitalista e por isso novas medidas
contra os trabalhadores devem ser planejadas e executadas. Nesse sentido, é
hora dos trabalhadores se <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">unirem</b>, se
organizarem, se prepararem intelectualmente, para <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">a luta contra a classe capitalista</b>. A luta de classe dos capitalistas
contra os trabalhadores expressa nas reformas retrógradas deve ser combatida! A
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">luta dos trabalhadores</b> deve fazer
exigências imediatas, como o aumento do salário mínimo, melhores condições de
trabalho, redução da jornada de trabalho, fim das reformas retrógradas, combate
ao desemprego. Mas também deve realizar <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">lutas
mais amplas, como a formação de conselhos de empresa e fábrica</b> (já que os
sindicatos são burocratizados e representam a classe capitalista), <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">conselhos de bairro, conselhos de
autoformação intelectual e política, comitês de luta popular</b>, entre outras ações.
Essas organizações são fundamentais para realizar as exigências, para ampliar a
formação intelectual e realizar a politização, inclusive para que o conjunto
dos trabalhadores não se iluda com seus falsos representantes (partidos de
esquerda e sindicatos, assim como partidos e governos em geral). É preciso
combater as reformas retrógradas atuais e futuras e, ao mesmo tempo, criar uma
base forte para os trabalhadores terem força nessa luta e avançar nas suas
exigências e na luta geral pela <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">autogestão
social</b>. Somente <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">a união, a
auto-organização, a autoformação</b>, permitirá aos trabalhadores e seus
aliados, evitar que suas condições de vida e trabalho deteriorem e lutar por
melhoria e por uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">transformação social
radical e total</b>! Homens e mulheres, jovens e adultos, todos os
trabalhadores e seus aliados, superando a divisão que os dominantes efetivam
entre os trabalhadores e se unindo na luta radical contra a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">exploração de classe</b> e por uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">nova sociedade</b>! <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Contra o capitalismo e pela autogestão!</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">ANT<o:p></o:p></b></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Associação Nacional dos Trabalhadores<o:p></o:p></b></div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-2810984061179416312019-04-21T07:51:00.002-07:002019-04-21T07:51:43.082-07:00Condições precárias de trabalho e estudo e luta autônoma na UEG<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcWjF_4wzLtRZX3OAKpr55lczrrn1EwdDtQXyxP-Fbn9ztprPIDVdDfcKofMTrfW6BdZlt7y8iRO9KUHJZ_4gyDjd4jDAhoqB1r-y4uEcP7vBzP8yQHKnc1i2E-b25eNBcAuFRAYbH4irv/s1600/precariza%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="311" data-original-width="400" height="496" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcWjF_4wzLtRZX3OAKpr55lczrrn1EwdDtQXyxP-Fbn9ztprPIDVdDfcKofMTrfW6BdZlt7y8iRO9KUHJZ_4gyDjd4jDAhoqB1r-y4uEcP7vBzP8yQHKnc1i2E-b25eNBcAuFRAYbH4irv/s640/precariza%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" width="640" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-fareast-font-family: Calibri;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-fareast-font-family: Calibri;">Condições precárias de trabalho e estudo e
luta autônoma na UEG<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">É sabido que o papel fundamental do estado nas
sociedades modernas é assegurar as condições necessárias à acumulação de
capital e a consequente reprodução do capitalismo. Como parte disso, os
serviços públicos prestados aos trabalhadores, como é o caso da instrução
formal (educação institucionalizada), têm como finalidade garantir a reprodução
da força de trabalho disciplinada para o capital (empresários). Porém, mesmo se
beneficiando dessa atuação do estado, os capitalistas exigem da burocracia
estatal (dirigentes) a redução dos gastos com a prestação desses serviços. Ao
mesmo tempo, lutam pela diminuição de impostos e extinção dos direitos
trabalhistas. Assim, pretendem se apropriar de uma parte maior do mais-valor produzido
pelos trabalhadores. O neoliberalismo reforça essa postura dos capitalistas e legitima
o estado como serviçal do capital. Isto demonstra que o neoliberalismo é uma
ideologia, uma farsa, que serve para impor os reais interesses classistas da
burguesia às demais classes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">No Brasil, o sistema de educação mantido pelo
estado nunca contou com recursos financeiros suficientes para atender
satisfatoriamente as necessidades das instituições de ensino. Com a
implementação de medidas neoliberais pelos governos, essa defasagem tende a aumentar.
A situação precária das condições de trabalho e de estudo nas instituições estatais
de educação se torna mais aguda, à medida que expandem a oferta de vagas sem a
devida garantia de recursos para a sua manutenção. Os impactos negativos da
insuficiência dos recursos são imediatos, gerando resultados altamente
insatisfatórios na formação das novas gerações. Os principais atingidos são os
filhos dos trabalhadores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Nas instituições universitárias, os cortes de recursos
financeiros limitam a realização de pesquisas, bem assim a construção e manutenção
de estruturas físicas adequadas ao ensino (salas de aula, biblioteca,
laboratórios, auditório etc.); reduzem ou impedem o pagamento de bolsas de
estudos para os estudantes das classes trabalhadoras; impossibilitam a realização
de concursos públicos para a contratação de professores e funcionários; inviabilizam
o pagamento de salários condizentes com as necessidades humanas e profissionais
desses trabalhadores, mantendo elevada a defasagem salarial. De modo geral, os
recursos financeiros retirados da educação e demais serviços públicos são apropriados
por setores do capital e pela burocracia estatal (dirigentes do estado).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Criada há 20 anos por um governo neoliberal, a
Universidade Estadual de Goiás tem sido atingida, cotidianamente, por medidas
de redução de custos que tornam crônicas as suas carências mais elementares. O
art. 158, inciso I, da constituição estadual prevê a aplicação de 2% da receita
anual do estado na UEG. Todavia, além desses recursos serem insuficientes,
raramente são aplicados integralmente na instituição. Dada a quantidade de
unidades acadêmicas (42 câmpus), de cursos e de alunos (de graduação e
pós-graduação), o valor dos recursos financeiros previstos constitucionalmente
deveria ser pelo menos o dobro do atual. Quando de sua criação em 1999, a UEG,
que foi formada a partir da Universidade Estadual de Anápolis (UNIANA) e de 12
faculdades estaduais autárquicas, possuía 17 unidades. Sete anos depois passou
a contar com 42 câmpus, sem a devida ampliação dos recursos financeiros para o
seu desenvolvimento e manutenção. Essa expansão irracional com motivação
eleitoral foi imposta pelos sucessivos governos comandados por Marconi Perillo,
do Partido da Socialdemocracia Brasileira (PSDB).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">A situação precária das condições de estudo e
de trabalho tem sido agravada pela dependência da UEG em relação aos interesses
dos governantes estaduais. A lei que deveria assegurar a sua autonomia (</span><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">didático-científica,
administrativa, de gestão financeira e patrimonial)</span><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;"> é uma obra de ficção
(lei estadual nº </span><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 18.0pt;">18.971/2015)</span><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">. Não bastasse o
controle financeiro, o governo intervém nas relações internas da UEG,
patrocinando politicamente candidatos a reitor da instituição, além de impor
seus correligionários aos cargos de pró-reitor. A partir de 2012, a
interferência política do governador foi legalizada por meio do decreto que
estabeleceu a lista tríplice para a nomeação do reitor. Contando com a conivência
do então interventor, Haroldo Reimer, e com a indisposição dos professores,
estudantes e funcionários administrativos para resistirem, o governador passou
a deter a prerrogativa de nomear o reitor entre os três candidatos mais votados,
restringindo assim a já limitada possibilidade de uma gestão autônoma. Essa
dependência dos reitores em relação ao governo tem refletido na implantação de
medidas impostas à instituição em detrimento das necessidades da comunidade
universitária. Adicionalmente, os problemas da UEG têm sido agravados pelas
denúncias de apropriação indevida de parte dos seus recursos por indivíduos
vinculados à reitoria, inclusive pelos reitores. Portanto, se, de um lado, o
governo restringe os recursos financeiros destinados à instituição, de outro,
as denúncias apontam que a burocracia interna (reitoria) toma para si uma parte
deles. O que resta de tudo isso? Uma universidade em condições de funcionamento
sempre precárias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Neste ano de 2019, a comunidade universitária
da UEG passa por uma situação mais crítica do que a habitual. Os professores e
funcionários técnicos administrativos ainda não receberam seu salário de
dezembro de 2018; vários alunos bolsistas não recebem os valores
correspondentes às bolas desde novembro último. Além disso, segundo os
dirigentes da instituição, não há recursos para o pagamento do seguro
obrigatório para os alunos estagiários realizarem o estágio. Estas questões,
juntamente com diversos outros problemas que afetam a UEG, como inadequações no
plano de carreira dos funcionários técnico-administrativos; falta de recursos
materiais de uso diário nos câmpus (papel etc.); cancelamento de licenças para
qualificação de professores (mestrado e doutorado); baixo valor e número insuficiente
de bolsas para os estudantes; falta de recursos para o transporte e pagamento
de diárias para funcionários que viajam a serviço da instituição; cortes de
verbas para realização de eventos acadêmicos; inexistência de auditórios em
diversos câmpus; ausência de restaurantes universitários e casa de estudantes, entre
outras carências, ameaçam tornar a Universidade inviável.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Diante dessa crônica precariedade, a comunidade
universitária da UEG tem se mobilizado para denunciar a irresponsabilidade do
governo estadual e exigir as medidas necessárias à sua superação. Com esse
propósito, professores, funcionários administrativos e estudantes formaram um
movimento autônomo unificado não burocrático – UEG em Movimento –, apesar das oposições
a esse tipo de organização, principalmente da parte de professores, que insistem
em defender a organização institucionalizada corporativa (sindicato,
associações).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">É necessário registrar que outros movimentos
autônomos e não burocráticos (sem a separação e hierarquização entre dirigentes
e dirigidos) já foram criados espontaneamente na UEG. Na realidade, desde a sua
criação, as lutas de professores e estudantes têm sido feitas de forma
espontânea e auto-organizada, às vezes, contra associações sindicais e DCE,
mais precisamente, a partir de 2006.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Em abril daquele ano, diante da inoperância das
entidades sindicais de professores e funcionários e do atrelamento dos
dirigentes das entidades estudantis ao governo e à reitoria, um pequeno grupo
de professores do câmpus de Ciências Socioeconômicas e Humanas em Anápolis criou
um fórum com a finalidade de formular e discutir propostas para a consolidação
da UEG. Tratava-se do Fórum de Defesa da UEG. Com reduzida efetividade, enquanto
coletivo de elaboração e discussão, o Fórum se transformou definitivamente em
movimento social, a partir da primeira interdição da reitoria da instituição, iniciada
no dia 14 de novembro de 2006. Essa ocupação do prédio foi motivada pela
tentativa do ex-reitor, José Izecias de Oliveira, de retornar ao cargo de
reitor após ter sido exonerado para se candidatar a deputado federal. Após dez
dias de interdição, o ex-reitor, finalmente, desistiu de reassumir o cargo. A ocupação
foi encerrada mediante assinatura de um documento pelo então vice-reitor, Luiz
Antônio Arantes, ex-aliado de José Izecias, comprometendo-se a atender oito
reivindicações dos participantes do movimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Essa primeira interdição da reitoria foi uma
ação unificada de estudantes, professores e funcionários administrativos,
contando com a oposição dos dirigentes da associação sindical (Associação dos
Docentes da UEG – ADUEG). Diante do não atendimento da maioria dos pontos do
acordo, os participantes do Fórum decidiram realizar uma greve com acampamento
no coreto da praça cívica em Goiânia. A paralisação durou 34 dias, de 24/03 a
25/04 de 2007, e o acampamento 30 dias (27/03-25/04/2007). Essa greve se
encerrou após o compromisso do então governador, Alcides Rodrigues, de
autorizar a realização de concurso público para a contratação de 475
professores. Cabe ressaltar que essa quantidade de vagas foi estabelecida pelos
próprios integrantes do movimento, mas o concurso só foi realizado em 2010. A
partir de 2011, o Fórum de Defesa da UEG entrou em declínio, vindo a
desaparecer no início de 2012, após a nomeação de Haroldo Reimer como
interventor da UEG.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">A forma de organização não burocrática do
Fórum de Defesa da UEG, com a participação dos estudantes em condição de
igualdade política com os professores (nas reuniões e assembleias
deliberativas, o voto de cada estudante tinha o mesmo peso do voto dos
professores e funcionários), motivou a oposição de alguns professores
conservadores. Primeiro, não admitiam a informalidade do movimento, sem uma
diretoria permanente controlada por professores, e a participação igualitária
dos estudantes nas deliberações. Dado que, geralmente, adotavam posições conservadoras,
temiam ser derrotados pelos estudantes. O conflito se tornou explícito num
episódio durante a greve de 2007. Numa assembleia, realizada após três semanas
de paralisação, um pequeno grupo de professores defendeu o fim da greve, mas a
grande maioria dos estudantes e parte dos professores votaram pela continuidade
do movimento. A greve foi mantida. Os professores derrotados se enfureceram,
provocaram um tumulto na tentativa de inviabilizar a continuidade da greve, sem
sucesso.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; mso-fareast-font-family: Calibri;">Um novo movimento espontâneo e autônomo, herdeiro da experiência do
Fórum de Defesa da UEG, foi formado no dia 20 de fevereiro de 2013. Iniciado
por professores, logo recebeu a adesão de estudantes e, em seguida, de
funcionários administrativos. Trata-se do Movimento Mobiliza UEG. A intenção
dos seus iniciadores era que as duas últimas categorias só passassem a
integrá-lo se concordassem com seus princípios e possuíssem uma pauta de luta
própria. A discussão sobre esses pontos não foi realizada conforme planejada. Os
participantes mais ativos do movimento propuseram a adoção dos seguintes
princípios: </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif;">auto-organização; igualdade
política entre os participantes; independência</span></i><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif;"> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">política e financeira (autofinanciamento); ação direta; unidade de
propósitos e de ação.</i></span><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; mso-fareast-font-family: Calibri;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">No dia 25 de abril de 2013, uma assembleia
composta por esmagadora maioria de estudantes integrados ao Mobiliza UEG, com a
participação de professores e alguns técnicos administrativos, decidiu iniciar
uma greve, tendo uma pauta de reivindicações composta por dez pontos. A
assembleia foi realizada no câmpus ESEFFEGO. A partir de então, o movimento se
expandiu, contando com a adesão de 14 câmpus, mas nem todos tendo participado
da greve durante os 89 dias que durou a paralisação. A greve foi encerrada
mediante assinatura de um acordo entre representantes do movimento e o reitor
da UEG, no dia 24 de julho do mesmo ano. Essa foi a greve mais longa e com
maior participação nestes 20 anos de existência da UEG. As principais
conquistas foram: aprovação da reformulação do plano de carreira dos
professores pela Assembleia Legislativa, transformando a gratificação de
dedicação exclusiva em adicional salarial permanente; reposição salarial com
aumento real superior a 4%, só efetuada muito depois do prazo acordado; aumento
da quantidade de bolsas estudantis e unificação do valor em 400 reais. Essa
greve, além dos conflitos entre professores sobre estratégias de luta e entre
estes e o grupo hegemônico de alunos, que defendeu negociação com o reitor em
vez da pressão direta sobre o governo pela ampliação do financiamento da UEG,
na proporção necessária à implementação de uma política de assistência
estudantil satisfatória, contou com uma dissensão comandada por lideranças dos
funcionários administrativos, que, a partir de determinado momento, passaram a
negociar em separado com o reitor, nada tendo conseguido de concreto. Esse fato
ficou caracterizado como traição política aos demais integrantes do movimento. Após
o término da greve de 2013, o Movimento Mobiliza UEG declinou, tornando-se
inativo pelo imobilismo da grande maioria dos seus participantes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Em certa medida, o UEG em Movimento, embora
mais limitado e menos coeso do que os anteriores, é fruto dessas experiências
de auto-organização. Surgido de um protesto de professores e funcionários
administrativos contra o atraso do pagamento do salário de dezembro de 2018,
esse movimento passou a contar com a adesão espontânea de estudantes antes
mesmo de iniciar o ano letivo de 2019. Adota tacitamente alguns princípios de
auto-organização: funciona pela iniciativa direta dos seus participantes,
mantém autonomia política e financeira em relação às instituições do estado e a
outras organizações burocráticas (partidos, sindicatos, instituições religiosas
etc.), as deliberações em assembleias nem sempre são unificadas, os
encaminhamentos são efetivados por comissões executivas sem mandato fixo e
criadas de acordo com as necessidades do coletivo, o voto é igualitário para
todos os participantes, dentre outros. O principal obstáculo ao avanço do
movimento tem sido a resistência de parte dos professores à unificação do
movimento, aprofundando a divisão política entre grupos da própria categoria
que vem de mobilizações anteriores. Sendo minoria em relação aos estudantes, os
professores separatistas não admitem que as assembleias deliberativas sejam
realizadas de forma unificada. Argumentam, principalmente, que ambas as
categorias estão em condições distintas em relação à universidade e possuem
responsabilidades diversas. Isto inviabilizou a adesão do câmpus de CSEH à
greve aprovada por uma assembleia geral no dia 12 de março, realizada no câmpus
do Parque das Laranjeiras em Goiânia. Até o momento, a paralisação está
restrita a quatro câmpus, tenho sido iniciada nas cidades de Itapuranga,
Itumbiara e Uruaçu, com posterior adesão do câmpus ESEFFEGO. Em outros câmpus
houve e continuam ocorrendo mobilização, mas sem luta concreta. A expectativa
da expansão e fortalecimento do movimento ainda se mantém, embora cada vez mais
reduzida, à medida que o tempo passa e o desânimo dos grevistas aumenta,
principalmente diante do reduzido poder de pressão sobre o governo, que, até o
momento, resiste a atender as reivindicações a ele apresentadas, a partir do
dia 20 de fevereiro. Até aquela data, reivindicava-se, basicamente, o pagamento
dos salários de dezembro de 2018 e a quitação das bolsas estudantis devidas
desde novembro daquele ano. A partir da assembleia geral que aprovou a greve no
dia 12 de março, a pauta de luta unificada passou a contar com as seguintes
reivindicações:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 115%; margin-left: 2.0cm; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -14.15pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-font-family: "DejaVu Sans";"><span style="mso-list: Ignore;">1.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Quitação imediata dos salários de dezembro de 2018 de
todos os professores e técnico-administrativos e das bolsas estudantis
atrasadas desde novembro de 2018.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 115%; margin-left: 2.0cm; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -14.15pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-font-family: "DejaVu Sans";"><span style="mso-list: Ignore;">2.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Reposição salarial para os Docentes e Técnicos
Administrativos (temporários e efetivos). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 5.35pt; margin-top: 6.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: 30.15pt; text-indent: -14.15pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-font-family: "DejaVu Sans";"><span style="mso-list: Ignore;">3.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Destinação de 5% da receita líquida do estado somente
para a UEG.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 5.4pt; margin-top: 5.9pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -14.15pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-font-family: "DejaVu Sans";"><span style="mso-list: Ignore;">4.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Ampliação imediata das vagas para docentes do quadro
efetivo com titulação de mestres, doutores e pós-doutores (Lei n° 18.078/2013).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 5.4pt; margin-top: 6.2pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -14.15pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-font-family: "DejaVu Sans";"><span style="mso-list: Ignore;">5.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Realização de concursos públicos de provas e títulos
para Docentes e Técnicos Administrativos para preenchimento de todas as vagas
existentes no quadro da UEG.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.85pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -14.15pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-font-family: "DejaVu Sans";"><span style="mso-list: Ignore;">6.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Implementação do auxílio alimentação para todos os
docentes e técnicos administrativos, independentemente do valor dos seus
vencimentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 5.4pt; margin-top: 5.75pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -14.15pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-font-family: "DejaVu Sans";"><span style="mso-list: Ignore;">7.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Estabelecimento do valor das bolsas destinadas aos
alunos dos cursos de graduação em três quartos (75%) do valor do salário
mínimo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 5.4pt; margin-top: 5.75pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -14.15pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-font-family: "DejaVu Sans";"><span style="mso-list: Ignore;">8.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Inclusão do adicional salarial por titulação e Progressão Automática no
plano de carreira dos técnico-administrativos.</span><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 5.4pt; margin-top: 5.75pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -14.15pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-font-family: "DejaVu Sans";"><span style="mso-list: Ignore;">9.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Inclusão de todos os docentes interessados no Regime
de Trabalho Integral Dedicado à Pesquisa, ensino, extensão e gestão (RTIDP).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 63.8pt; margin-right: 5.35pt; margin-top: 6.2pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -21.25pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-font-family: "DejaVu Sans";"><span style="mso-list: Ignore;">10.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Revogação da resolução CsU 01/2015 (atual 846/2015) e
restabelecimento da resolução CsA n° 164/2009 (atual 524/2009).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 63.8pt; margin-right: 5.35pt; margin-top: 6.15pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -21.25pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-font-family: "DejaVu Sans";"><span style="mso-list: Ignore;">11.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Disponibilização de licenças integrais para
qualificação de mestrado, doutorado e pós-doutorado para docentes e técnicos
administrativos, independentemente da distância geográfica da instituição que
oferece o programa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 63.8pt; margin-right: 5.35pt; margin-top: 6.15pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -21.25pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-font-family: "DejaVu Sans";"><span style="mso-list: Ignore;">12.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Ampliação da oferta de bolsas nas modalidades de
extensão, monitoria, permanência e PIBIC/UEG e manutenção das bolsas próprias
da UEG destinadas aos pós-graduandos dos programas <i style="mso-bidi-font-style: normal;">stricto sensu</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 63.8pt; margin-right: 5.4pt; margin-top: 5.75pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -21.25pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-font-family: "DejaVu Sans";"><span style="mso-list: Ignore;">13.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Restabelecimento do pagamento integral do seguro de
vida pela UEG para a realização do estágio supervisionado obrigatório pelos
alunos dos cursos de graduação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 63.8pt; margin-right: 5.4pt; margin-top: 5.75pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -21.25pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-font-family: "DejaVu Sans";"><span style="mso-list: Ignore;">14.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Paridade entre a quantidade de membros natos e de representantes
docentes, técnicos administrativos e discentes nos conselhos deliberativos da
UEG (Art. 10 do Decreto estadual nº 7.441, de 08 de setembro de 2011).</span><span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">As oito primeiras reivindicações foram
apresentadas ao governo, enquanto as demais e a de número 4 foram encaminhadas
ao reitor da UEG. Julgou-se necessário fazer essa divisão, devido às diferenças
de responsabilidades entre governo e reitoria, quanto ao atendimento das
diferentes demandas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Os câmpus em greve vêm realizando assembleias
semanais, manifestações públicas, debates, oficinas, entre outros atos
políticos. Em termos de mobilização, a conjuntura parece motivadora, indicando
a possibilidade de avanço das lutas sociais na UEG. Mas é necessária uma
reflexão mais cuidadosa sobre o movimento reivindicatório que vem sendo realizado
nesta instituição. Sobre isso, apontamos aqui três questões fundamentais: 1) O
que objetiva um movimento reivindicatório? 2) Qual a contribuição da greve
instituída na UEG? 3) Qual a alternativa para sair do estado precário que esta
e outras universidades públicas do Brasil se encontram? Vejamos com mais
detalhes cada uma dessas questões.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">O movimento reivindicatório, como o próprio
nome diz, é pautado por reivindicações específicas. Surge a partir de
necessidades imediatas como o atraso do pagamento dos salários ou defasagem salarial,
melhores condições de trabalho, redução da jornada de trabalho, etc. A lista de
reivindicações dos grevistas da UEG, como pode ser constatada, gira em torno de
questões diretamente ligadas a professores, técnicos administrativos e
estudantes. Isto significa que a razão de ser de um movimento reivindicatório se
restringe a necessidades de curto prazo, embora de consequências duradouras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Na maioria dos casos, historicamente, os movimentos
reivindicatórios têm surgido pautados por esse objetivo, e uma vez que as
reivindicações são atendidas, parcial ou integralmente, eles se desfazem,
podendo deixar ou não bases mais ou menos duradouras para iniciativas coletivas
futuras. Com isso os envolvidos em tais movimentos voltam às suas atividades
normais, às relações de trabalho instituídas. As mudanças que decorrem daí
servem como adorno e motivadoras para os trabalhadores continuarem a trabalhar
como antes. Não há alterações essenciais nas relações de trabalho, pelo
contrário, tem havido o seu fortalecimento. As relações de dominação e
exploração ganham um novo fôlego, o que quer dizer que se mantêm o modo de
produção existente, as classes sociais, o estado e tudo que deriva daí.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Dito isto, podemos passar para a segunda
questão sobre a contribuição da greve, que, levada a cabo por um movimento
reivindicatório, contribui para fortalecer a burocracia e a democracia
burguesa. Isso acontece porque não coloca em questão a existência da
burocracia, principalmente do estado; os participantes do movimento, com raras
exceções, nem mesmo evidenciam as relações sociais estabelecidas pelo modo de produção
capitalista, que geram a sua situação de classe desprivilegiada. Isto ocorre
mesmo quando as greves são espontâneas e autônomas. Quando realizadas sob o
comando de organizações burocratizadas, a exemplo dos sindicatos, o alcance das
greves é mais limitado. A burocracia sindical (dirigentes) toma para si a
responsabilidade de negociar com os patrões e o estado as reivindicações
levantadas pelos trabalhadores. As negociações são realizadas a portas fechadas,
enquanto os trabalhadores esperam pela resposta de seus dirigentes. Na maioria
dos casos, as greves chegam ao fim após as negociações.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Os sindicatos, nesse processo, tornam-se
importantes instrumentos de limitação da luta dos trabalhadores, pois evitam
que estes mantenham contato direto com os empregadores. Uma vez atendidas as
reivindicações, os sindicatos se fortalecem, pois reforçam a concepção de que
são indispensáveis para os trabalhadores. O problema é que os sindicatos não
preveem o fim das relações de dominação e de exploração. O seu papel passou a
ser justamente o de contribuir para que estas permaneçam intactas. É por isso
que a burocracia sindical sempre se coloca à frente das negociações e, de forma
autoritária, toma para si o controle dos grevistas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Mas há na greve, levada a cabo por movimentos
reivindicatórios, outro elemento que vai além de sua contribuição para o
fortalecimento da burocracia e para a reprodução do modo de produção capitalista.
Aqui é necessária uma reflexão sobre o processo educativo que aponta para a
necessidade da auto-organização. Todo movimento reivindicatório limita sua luta
às pautas levantadas, obviamente. Porém, uma vez instituída uma greve, ocorre
simultaneamente um processo em que os grevistas são constrangidos a pensar por
si os rumos de sua luta. É neste momento que surgem diversas tendências de
avanço para uma luta que ultrapasse o movimento reivindicatório.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Um primeiro ponto a destacar é que as
estratégias de controle utilizadas pelas organizações burocráticas tornam-se
evidentes. Os conchavos da burocracia sindical com o estado e os patrões, por
exemplo, são escancarados. Os trabalhadores percebem finalmente que os
sindicatos atuam para favorecer os seus inimigos de classe. Outras burocracias
também mostram a quem servem e fazem diversas tentativas de desmobilizar os
grevistas e limitarem sua luta, sempre no sentido de manter a ordem social
classista e forçá-los a retornar ao trabalho, ou seja, retornar à sua condição
de explorados submissos. É justamente no momento de greve que os trabalhadores
percebem que os sindicatos e diversas frações da burocracia não estão do seu
lado e devem ser combatidos. Neste contexto, os trabalhadores colocam para si a
necessidade de pensar a sua própria forma de se organizar. Sabem que não podem
contar com os sindicatos e nem mesmo com qualquer outra burocracia. É quando
começam a se auto organizar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Uma primeira atitude neste processo de
auto-organização é romper com as organizações burocráticas, principalmente os
sindicatos, e tomar para si o controle de sua própria luta. Descobrem que é
possível lutar sem essas organizações burocratizadas e descobrem também que se
tornam mais fortes, mais unidos, e conseguem estabelecer uma pressão mais forte
e intensa sobre seus empregadores. Começa daí a avançar na luta e também a favorecer
o avanço de sua consciência, pois, agora, conseguem perceber que não precisam
delegar a ninguém o controle de sua luta, uma vez que podem fazer isso por si
mesmos. Assim, se, de um lado, a greve levada a cabo pelo movimento
reivindicatório favorece o fortalecimento da burocracia, por outro, ela também
pode abrir espaço para a sua crítica, para o avanço da luta para além das
reivindicações.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Por fim, resta ainda discutir a terceira
questão apontada anteriormente, qual seja, qual a alternativa para sair do
estado precário que esta e outras universidades públicas do Brasil se
encontram? A alternativa apresentada pela Associação Nacional dos Trabalhadores
– ANT –, considerando a história do modo de produção capitalista e as diversas
experiências de luta do proletariado, é a abolição do capitalismo e a
instituição da autogestão social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">A questão é que o capitalismo é uma sociedade
fundada em relações de exploração e de dominação. Como sociedade de classes,
enquanto existir, haverá uma pequena parcela da população vivendo às custas dos
trabalhadores produtivos. As universidades, nesta sociedade, assim como a
educação institucionalizada em geral, tornam-se uma ferramenta importante para
a manutenção da própria sociedade. Por isso, o estado mantém o controle sobre o
que ensinam. Isso também explica as medidas que o estado vem tomando para
sucatear as universidades públicas e favorecer a sua privatização. O objetivo é
fortalecer o capitalismo, de um lado, formando força de trabalho e inculcando a
ideologia burguesa, de outro, entregando as instituições de ensino às
iniciativas privadas. Portanto, não resta outra alternativa para a resolução
dos problemas universitários, a não ser colocar como pauta de luta a abolição
do capitalismo, o que levará a uma transformação radical das atuais formas
institucionalizadas de educar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Esta pauta deve ser acompanhada de outra, qual
seja, a instituição da autogestão social, concebida como um projeto de
sociedade instituído pelo proletariado. É uma sociedade em que a sua organização
é realizada pelos próprios produtores, que são os trabalhadores na sociedade
capitalista, o que quer dizer que não há estado nem as diversas frações da
burocracia, que atuam para realizar os próprios interesses e os da classe
dominante. O processo de instituição da autogestão é iniciado no interior do
próprio capitalismo, a partir de lutas autogeridas. Nesse processo, a forma de
organização deve negar a burocracia e pautar pela auto-organização. A
autogestão social deve ser colocada como objetivo da luta e nunca ser escamoteada.
Isso favorece o desenvolvimento de movimentos cada vez mais radicalizados que
vislumbrem uma sociedade distinta da atual, onde prevalece a miséria material, psíquica
e cultural.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Nesse sentido, a luta por reivindicações pode
avançar e ir para além das reivindicações, vislumbrando assim, a sua
transformação em luta pela transformação social, pela efetivação da emancipação
humana. Mas é necessário que a luta pela autogestão social coloque como objetivo
contribuir com a radicalização da luta dos trabalhadores. Um exemplo disso é o
Maio de 1968, movimento que foi iniciado no interior da universidade, mas que,
ao receber o apoio da classe operária, particularmente na França, tomou outra
proporção e se radicalizou. A radicalização da luta operária cria a
possibilidade de transformação social e pode colocar a autogestão social como o
objetivo da luta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Considerando estas reflexões é que podemos,
finalmente, fazer uma análise da greve instituída na UEG. A greve é levada a
cabo por um movimento reivindicatório, logo, o seu objetivo é que o governo e a
reitoria atendam as reivindicações levantadas por docentes, técnicos administrativos
e estudantes. Não há neste movimento uma crítica declarada à existência do
estado nem mesmo à existência da burocracia que gere a instituição, a reitoria.
Portanto, não há uma crítica à sociedade capitalista. O que está mais em
evidência é uma crítica ao indivíduo que está no poder do estado e ao indivíduo
que ocupa o cargo de reitor. Aparentemente, está prevalecendo uma concepção de
que é necessário substituir quem está no poder. Nesse sentido, o estado e o
modo de produção capitalista não estão no foco da luta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Considerando estes pontos, pode-se concluir
que o movimento de greve da UEG não tem como pauta avançar para além do estado
e do capitalismo. Suas reivindicações dizem respeito a problemas específicos da
universidade. O seu fim é previsto, pois basta o estado ou a reitoria abrir um
espaço para negociações e propor efetivá-las para que o movimento se encerre. O
projeto de sociedade elaborado pela classe operária nem mesmo é citado pelos
grevistas, o que demonstra a limitação desta luta. O que objetivam é atender a
interesses de uma categoria específica. E, nesse ínterim, a emancipação humana
não aparece como objetivo final.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Por outro lado, no entanto, a greve na UEG vem
expressando críticas pontuais, embora em pequeno número, à burocracia. Vem, ora
ou outra, manifestando uma concepção da necessidade de instituir uma forma de
organização da gestão universitária que seja levada a cabo pela comunidade
acadêmica sem a necessidade da burocracia, isto é, da reitoria. Esta crítica
vem sendo apresentada na forma que até o presente momento os grevistas vêm se
organizando. Ao mesmo tempo se aproxima da forma de organização criada pela
classe operária.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Os quatro câmpus em greve têm se organizado de
forma autônoma em relação à burocracia. Está havendo uma participação ativa e
igualitária de estudantes e professores nas assembleias, assim como nas
proposições e deliberações. Está havendo, na prática, o exercício da
auto-organização. Na medida em que se auto-organizam, a greve assume caráter
formativo para a emancipação humana, no sentido de esboçar lutas sociais que
podem se ampliar no futuro. Assim, esta greve vem fornecendo aos trabalhadores
e estudantes da UEG elementos para aprofundar a crítica social e desenvolver estratégias
mais avançadas de luta que apontem para a autogestão social. Há, neste ponto, a
necessidade de associar esta luta pontual por reivindicações à luta mais ampla
da classe operária, questão que ainda não foi cogitada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Nesse sentido, é possível considerar que lutas
reivindicativas podem constituir-se em ações estratégicas na luta pela superação
da sociedade fundada em relações de exploração, desde que estas avancem e
comecem a colocar como objetivo a efetivação do projeto de sociedade elaborado
e desenvolvido pelo proletariado. Desta forma, momentos de greve como estes
podem contribuir para o desenvolvimento de uma consciência revolucionária,
favorecendo o movimento de luta pela derrocada da sociedade capitalista!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Goiânia, 7 de abril de 2019</span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;"><br /></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Associação Nacional dos Trabalhadores<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<span style="font-family: "DejaVu Sans",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Núcleo UEG<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-77201552699628011482018-05-01T10:30:00.001-07:002018-05-01T10:30:13.936-07:00Publicado o número 01 do Jornal da ANT<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlO1vdZyqlTMi0bHbP1YgbGr0akRBjEDW8WCxKCFyE_vUkdB9hNv-DxS5GgOSWatw0vQF64LqgfxWR7gWLVjOyCFLTLPm583ieoWCdZXyfMDfHU-3sXG3kxrsxGV2pc6K8ql0RJ_hoiAmb/s1600/capa+jorna+ant.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="458" data-original-width="633" height="288" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlO1vdZyqlTMi0bHbP1YgbGr0akRBjEDW8WCxKCFyE_vUkdB9hNv-DxS5GgOSWatw0vQF64LqgfxWR7gWLVjOyCFLTLPm583ieoWCdZXyfMDfHU-3sXG3kxrsxGV2pc6K8ql0RJ_hoiAmb/s400/capa+jorna+ant.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
Acaba de ser publicado o número 01 do Jornal da ANT (Associação Nacional dos Trabalhadores).<br />
<br />
O Jornal aborda questões fundamentais da sociedade moderna, a questão da acumulação capitalista e sua relação com o proletariado e o conjunto dos trabalhadores, a questão do Estado e o seu papel de reprodutor do capitalismo, os limites da sociedade capitalista e o projeto autogestionário, a questão da necessidade de organização dos trabalhadores.<br />
<br />
O Jornal da ANT é uma das atividades da Associação Nacional dos Trabalhadores visando contribuir com a formação intelectual, divulgação de ideias e análises da realidade social, e é autofinanciado, pois toda publicação que tem compromisso com a verdade não receberá verbas do aparato estatal (seja quem for o governo) e de empresas capitalistas, instituições comprometidas com a mentira e a exploração dos trabalhadores.<br />
<br />
Apoie a ANT! Existem várias formas pelas quais pode apoiar essa iniciativa!<br />
<br />
As formas indiretas: se organizar no seu local de trabalho, estudo ou moradia e defender o projeto autogestionário, desenvolver a autoformação intelectual individual e contribuir com a autoformação coletiva de trabalhadores e todos os interessados na transformação social, divulgue e convide os trabalhadores para conhecer o projeto autogestionário, etc.<br />
<br />
As formas diretas: leia, reflita e divulgue o material da ANT (blog, jornal, etc.), entre para a ANT se for um trabalhador autogestionário, divulgue e convide os trabalhadores para conhecer a ANT.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-33141675587781769952017-10-02T03:02:00.001-07:002017-10-02T03:02:30.902-07:00O Jovem Karl Marx, filme disponibilizado no youtube<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/KzLzo6bGrhs/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/KzLzo6bGrhs?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />
<span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">Filme, "O Jovem Karl Marx".
Direção: Raoul Peck.
Ano: 2017.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">Legenda em português: Nildo Viana
Veja comentário sobre o filme: </span><br />
<span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">Karl Marx no Cinema - <a href="http://informecritica.blogspot.com.br/2017/08/karl-marx-no-cinema.html">http://informecritica.blogspot.com.br/2017/08/karl-marx-no-cinema.html</a>
</span>http://informecritica.blogspot.com.br...<span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
O Filme "O Jovem Karl Marx" apresenta parte da juventude de Karl Marx, de 1842 até 1848, sua vida pessoal, dilemas, bem como as polêmicas e lutas políticas em anos conturbados politicamente e sua passagem e expulsão de diversos países (foi expulso da Alemanha, França e Bélgica). Dirigido por Raoul Peck, diretor haitiano e que ficou conhecido com seu documentário "Eu não sou seu negro", que tematiza a questão racial, é um filme extremamente importante por destacar uma das figuras mais famosas da história do pensamento ocidental e das lutas políticas da modernidade. O destaque do filme é a luta de Marx para fazer avançar o movimento operário, numa época dominada pelo "socialismo sentimental", o que o faz, ao lado de Engels, entrar num embate político e intelectual, cujo resultado foi o enfraquecimento do utopismo e constituição de uma expressão teórica do movimento revolucionário do proletariado, o marxismo. O filme ajuda a compreender melhor Karl Marx, o seu contexto histórico e evolução política e intelectual.
O filme foi exibido, no Brasil, pioneiramente pelo Ruptura - Espaço Cultural (</span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" href="https://www.youtube.com/redirect?event=video_description&v=KzLzo6bGrhs&redir_token=Uhb_uGY3wM5v57aLL0G6WtizkJt8MTUwNjg4MjY0MkAxNTA2Nzk2MjQy&q=http%3A%2F%2Frupturaespacocultural.blogspot.com.br%2F" style="background-color: white; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration-line: none; white-space: pre-wrap;">http://rupturaespacocultural.blogspot...</a><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">) e agora é disponibilizado gratuitamente no Youtube.
Veja também:
A teoria social de Karl Marx (</span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" href="https://www.youtube.com/watch?v=nWq5O0fHN8Q&t=215s" style="background-color: white; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration-line: none; white-space: pre-wrap;">https://www.youtube.com/watch?v=nWq5O...</a><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">).
O que é marxismo? (</span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" href="https://www.youtube.com/watch?v=cs6yaMKrEM4&list=PLAVWORAqllrh1tF0933xfFNE4gKIhW1CM" style="background-color: white; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration-line: none; white-space: pre-wrap;">https://www.youtube.com/watch?v=cs6ya...</a><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">)
A Ideologia segundo Marx (</span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" href="https://www.youtube.com/watch?v=5mBwkKNyo4M&index=7&list=PLAVWORAqllrh1tF0933xfFNE4gKIhW1CM" style="background-color: white; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration-line: none; white-space: pre-wrap;">https://www.youtube.com/watch?v=5mBwk...</a><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">)
Karl Marx: Comunismo e Autogestão Social (</span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" href="https://www.youtube.com/watch?v=j1xqbxenU2Y&list=PLAVWORAqllrh1tF0933xfFNE4gKIhW1CM&index=9" style="background-color: white; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration-line: none; white-space: pre-wrap;">https://www.youtube.com/watch?v=j1xqb...</a><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">)</span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-78671847210907828602017-04-18T11:31:00.001-07:002017-04-28T08:23:27.113-07:00O significado da reforma trabalhista em quadrinhos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0AM-3zyU_fuKIi_0dDpiw3hzNXEiBH5TAkjIX8aKLlwUubrssNNj146NtusZ140rKfbQbsr2MySB1rMIAkfGNkBEMQRocreAL4ckzAikOeyMDj6CxVBNDwp5KJn9NFmwLu4806OdVeF-X/s1600/capa+hq+reforma+trabalhista.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0AM-3zyU_fuKIi_0dDpiw3hzNXEiBH5TAkjIX8aKLlwUubrssNNj146NtusZ140rKfbQbsr2MySB1rMIAkfGNkBEMQRocreAL4ckzAikOeyMDj6CxVBNDwp5KJn9NFmwLu4806OdVeF-X/s400/capa+hq+reforma+trabalhista.jpg" width="346" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O MPT - Ministério Público do Trabalho (ES) lançou uma história em quadrinhos em que aborda a questão da Reforma trabalhista. A reforma trabalhista é apenas mais uma ofensiva da classe capitalista e seus aliados, especialmente o aparato estatal, visando <b>Aumentar a taxa de exploração. </b>A história em quadrinhos mostra as consequências, para os trabalhadores, da dita reforma. O ponto falho do documento é a solução apresentada: emails, cartas, mobilização junto com sindicatos (organizações burocráticas que não representam os trabalhadores) e outras organizações burocráticas (mesmo que informais, como "diretórios acadêmicos"), ou seja, propostas moderadas e que não ultrapassam o nivel da pressão branda sobre o governo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para combater a dita reforma é necessário que a classe trabalhadora parta para a <b>OFENSIVA</b> e isso significa que tais formas de pressão (email, cartas, etc.) podem até ser feitas, mas a pressão fundamental e que pode reverter o processo é a retomada de lutas mais amplas, como <b>greve geral por tempo indeterminado </b>(as paralisações temporárias que a burocracia sindical propõe nada alteram), <b>manifestações generalizadas</b> (retomando as grandes manifestações como as de 2013), avanço da <b>auto-organização</b> (conselhos, comissões, comitês de greve), <b>autoformação</b> (grupos de estudos, <b>propaganda generalizada </b>contra as políticas de austeridade e outras ações do estado e da classe capitalista),</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O governo neoliberal atual trocou o neopopulismo petista pelo neoliberalismo "discrionário" (extremista) e a ofensiva capitalista contra os trabalhadores, se aproveitando do desmonte do movimento operário, da cooptação dos movimentos sociais, entre outras ações perversas dos governos Lula e Dilma. Tanto faz quem serve aos capitalistas e a forma como fazem isso, seja Temer ou Lula! <b>Abaixo o capitalismo! Viva a autogestão social!!!!</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Para ler a cartilha completa, <a href="https://drive.google.com/file/d/0B4TgcavdkNkjNklwQVVYQjVaOXc/view?usp=sharing">clique aqui.</a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRgWQDTXYZx-pHaHxDukbTOnU4ujfJUDADUaXcAnCfvBaqN-ajJmJVJeiJr6C_c25SPlKvudcfPiyDw9R830TKJe18CgyLaxlhVTo_l1h221gG7WHGI8PizOGzEx_KsWfqd1H7yyTNvtGv/s1600/hq+reforma+trabalhista+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRgWQDTXYZx-pHaHxDukbTOnU4ujfJUDADUaXcAnCfvBaqN-ajJmJVJeiJr6C_c25SPlKvudcfPiyDw9R830TKJe18CgyLaxlhVTo_l1h221gG7WHGI8PizOGzEx_KsWfqd1H7yyTNvtGv/s640/hq+reforma+trabalhista+2.jpg" width="556" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-67420032649448940462016-10-14T07:04:00.000-07:002016-10-14T07:04:39.557-07:00O PROBLEMA DA ORGANIZAÇÃO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b>O PROBLEMA DA ORGANIZAÇÃO<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A necessidade da organização é sempre ressaltada. Porém, as
palavras, tal como “organização”, podem enganar as pessoas. Os trabalhadores,
para realizar sua autoemancipação, necessitam de organização. A classe
capitalista está muito bem organizada no Estado, assim como possui outras
organizações menores (partidos, igrejas, etc.). Os trabalhadores, para
superá-las, necessitam de consciência e organização. Os trabalhadores criaram
os sindicatos e estes se voltaram contra eles. Hoje eles servem ao capital e ao
Estado. Os trabalhadores ajudaram a construir os partidos políticos que diziam
representá-los, mas logo descobriram que estes representam seus próprios
interesses. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O problema da organização só pode ser adequadamente
entendido com a distinção entre organização burocrática e auto-organização. As
organizações burocráticas são aquelas nas quais existe uma relação entre
dirigentes e dirigidos, sendo que os primeiros possuem os meios de administração
e poder de decisão, num processo de funcionamento legitimado por normas
escritas (regimentos, leis, etc.). e marcado pela hierarquia e possuindo meios
formais de admissão. O quadro dirigente, assalariado, tem o poder de decisão,
mesmo quando a organização burocrática é “democrática”, funcionando através de
eleições, etc. Esse é o caso do Estado, empresas capitalistas, partidos,
sindicatos, etc. A função da burocracia na sociedade capitalista, tanto as
organizações quando os burocratas (quadro dirigente) é o controle social
visando a reprodução do capitalismo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A auto-organização, por sua vez, não é fundamentada na
divisão interna entre dirigentes e dirigidos e hierarquia interna. É uma
organização que tem como princípio a decisão coletiva. Os demais aspectos
existentes que coincidem com o que há nas organizações burocráticas são
distintas em seu conteúdo, tal como as normas escritas que existem, nesse caso,
para garantir a decisão coletiva e inexistência de dirigentes. A
auto-organização é um passo para a autogestão. A autogestão pressupõe que a
decisão coletiva ocorra em todos os processos. A auto-organização numa fábrica
não significa autogestão das mesmas. Um comitê de greve, por exemplo, é uma
auto-organização, mas sua existência é temporária, com finalidade
preestabelecida, é uma parte da empresa e não o todo. A formação de um conselho
de trabalhadores abre espaço para a autogestão da empresa, mas ainda não é
autogestão. Isso ocorre pelo fato de que a autogestão pressupõe autodeterminação,
ou seja, que os trabalhadores se determinem plenamente, definindo os objetivos,
meios, etc., não estando submetidos à divisão social do trabalho e lógica de
reprodução do capitalismo. A autogestão em uma empresa pressupõe a abolição da
burocracia e do capital. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A instauração de uma sociedade autogerida não ocorre da
noite para o dia. Um longo processo de luta, de avanços e recuos, a precede. A
formação de formas de auto-organização (comitês de greve, conselhos operários,
conselhos de bairros, etc.), é fundamental, pois constituem os embriões das
formas organizacionais da nova sociedade. Por isso, a luta contra as
organizações burocráticas deve ocorrer simultaneamente com a luta pela
auto-organização dos trabalhadores e ampliação de sua autoformação e
consciência para garantir a compreensão da necessidade de transformação total e
autogestão generalizada.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">--------------------------------------------------------------------------</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fonte: </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: start;">Jornal "Perspectiva Autogestionária" número 03.</span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-31305153583170542922016-09-06T05:26:00.001-07:002016-09-06T05:58:03.738-07:00A ANT defende o voto nulo autogestionário!!!!!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMFhE_-zR2XKsONA6XECPbH49jbtRw99EvGE5FovCRQE599RRqZj0AGz6OJ1_uDrIyA7dumBHGk5zhlAGD_XO8B6QyXqksQVn-01Mq1RtFmh315-i1_BXfbImcdoLcB1SP-334astUprOw/s1600/ANT+-+voto+nulo+autogestion%25C3%25A1rio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMFhE_-zR2XKsONA6XECPbH49jbtRw99EvGE5FovCRQE599RRqZj0AGz6OJ1_uDrIyA7dumBHGk5zhlAGD_XO8B6QyXqksQVn-01Mq1RtFmh315-i1_BXfbImcdoLcB1SP-334astUprOw/s320/ANT+-+voto+nulo+autogestion%25C3%25A1rio.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>A ANT defende o voto nulo autogestionário!!!!!</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O voto é obrigatório no Brasil e é uma fonte de legitimação de governos corruptos, incompetentes, que apenas disputam e querem manter o poder. A sua base é a <b>democracia partidária</b>, fundada na mediação burocrática dos partidos políticos, supostos "representantes" da população. No entanto, os partidos são tão corruptos, burocráticos, incompetentes, quanto os governos e demonstram isso quando assumem os governos (municipais, estaduais e federal). </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O voto tem a <b>função de legitimar governos e, por conseguinte, o estado e a sociedade capitalista.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b>É por isso que o voto é obrigatório</b>, senão o baixo número de eleitores tornaria os governos ilegítimos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b>Também é por isso que tem "segundo turno"</b>, para se realizar um cálculo no qual o candidato (e partido) ganhador tem uma suposta "maioria". No entanto, <b>essa maioria é a dos "votos válidos"</b>, excluindo os <span style="color: blue;">votos nulos, brancos e abstenções </span>e os <span style="color: blue;">não-eleitores </span>(os dispensados da obrigação eleitoral, como idosos, crianças e jovens até 18 anos). </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">No fundo, quem decide quem governará o país (e o mesmo vale para os Estados e municípios) é uma minoria, pois não conseguem o apoio nem da metade da população. Dilma Roussef, por exemplo, teve pouco mais de <span style="color: blue;">50 milhões de votos</span>, enquanto que a população brasileira é <span style="color: blue;">200 milhões</span>, ou seja,<b> em torno de 25%. </b><span style="color: #666666;">(veja texto linkado abaixo sobre o caso de 2010)</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Por isso é fundamental apoiar o <span style="color: blue;">voto nulo autogestionário!</span> É um voto nulo que além de <span style="color: blue;">protesto</span>, contribui com a <b>deslegitimação da democracia partidária (representativa, burguesa) </b>e quem o realiza tem a consciência de que é necessário <span style="color: blue;">superar a democracia </span>- <i>uma farsa da classe dominante </i>- e substituí-la pela <b>autogestão social!</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Isso quer dizer <span style="color: blue;">abolição do capitalismo! Abolição da democracia! </span>A democracia apenas produz uma participação restrita que é escolha (sendo que a maioria nem escolhe) dos <span style="color: blue;">falsos representantes!</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="color: blue;">A autogestão é o autogoverno</span>, no qual a população se autogoverna sem representantes e por si mesma, o que impede os interesses particulares e egoístas dos <span style="color: blue;">políticos profissionais, partidos, governos, capitalistas</span>, passarem por cima dos <b>interesses do conjunto da população!</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b>Os trabalhadores são os mais interessados nesse processo</b>, pois eles são os mais atingidos pela incompetência e corrupção dos governos, enquanto que <b>os capitalistas são beneficiados pelos mesmos, sob inúmeras formas.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b>Os trabalhadores são explorados pelos capitalistas! </b>Por isso <span style="color: blue;">vivem numa eterna luta de classes</span>! Os capitalistas estão ganhando essa luta a séculos e <span style="color: blue;">conta com o Estado (o aparato estatal e seus governos) para continuar ganhando!!!</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">É por isso que a ANT defende o <b>voto nulo autogestionário</b> e <span style="color: blue;">combate o capital (a propriedade privada capitalista, fruto do trabalho que se volta contra os trabalhadores) e o Estado, o seu representante, e a democracia, a farsa que legitima tudo isso.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b>Vote nulo!!! Lute pela autogestão social!!!</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Além disso, <span style="color: blue;">leia mais, </span>pois é <b>interesse dos capitalistas que os trabalhadores fiquem na ignorância</b>, sem informação, sem formação intelectual, sem capacidade de crítica e de percepção da luta que travam contra os trabalhadores e por isso <b>é fundamental a leitura e desenvolvimento da consciência crítica da sociedade capitalista!</b> Leia:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Sobre voto nulo autogestionário:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><a href="http://votonuloautogestionario.blogspot.com.br/2014/08/eleicoes-voto-nulo-e-autoemancipacao.html">http://votonuloautogestionario.blogspot.com.br/2014/08/eleicoes-voto-nulo-e-autoemancipacao.html</a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Sobre a ilegitimidade do governo Dilma, eleito pelo "povo" (2010, em 2014 teve menos votos proporcionais ainda...):</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><a href="http://informecritica.blogspot.com.br/2010/11/minoria-elege-dilma-roussef-e.html">http://informecritica.blogspot.com.br/2010/11/minoria-elege-dilma-roussef-e.html</a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Sobre o objetivo do voto nulo autogestionário (que não é anular eleições):</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><a href="http://votonuloautogestionario.blogspot.com.br/2014/09/a-luta-pelo-voto-nulo-nao-e-para-anular.html">http://votonuloautogestionario.blogspot.com.br/2014/09/a-luta-pelo-voto-nulo-nao-e-para-anular.html</a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Leia diversos textos neste blog sobre voto nulo, eleições e outras questões relacionadas:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><a href="http://votonuloautogestionario.blogspot.com.br/">http://votonuloautogestionario.blogspot.com.br/</a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Estes textos da Revista Enfrentamento, do Movaut, também são fundamentais:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><a href="http://votonuloautogestionario.blogspot.com.br/p/abaixo-o-indice-da-revista.html">http://votonuloautogestionario.blogspot.com.br/p/abaixo-o-indice-da-revista.html</a></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-40393834495417051262016-08-28T07:56:00.000-07:002016-08-28T11:44:05.051-07:00COMUNICADO ANT 03: A ANT E AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div align="left" class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
COMUNICADO
ANT 03:<o:p></o:p></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b>A ANT E AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS<o:p></o:p></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Este é mais um ano eleitoral,
agora com eleições para prefeitos e vereadores. É no espaço das cidades que as
eleições se realizam, no qual há uma maior proximidade entre eleitores e
candidatos. É nesse contexto que <i>a ANT
deve se posicionar diante do processo eleitoral. </i>A ANT não é uma organização
“representativa” como os sindicatos e partidos. Ela é uma organização de
trabalhadores – compreendendo trabalhador em sentido amplo e tendo como foco o
proletariado – autogestionários que expressa sua posição diante do que ocorre
no país e <b>luta pela autogestão social e
abolição do capitalismo</b>. Por isso ela <i>não
participa do processo eleitoral</i>, parlamentar, etc. E por isso, também, <i>não apoia partidos, candidatos</i>, etc.
Qual é, então, a posição da ANT diante das eleições municipais?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O processo eleitoral é parte de
todo um processo de controle burocrático da população, dando-lhe <b>a ilusão de participação e decisão</b>. <i>Os partidos políticos são organizações
burocráticas</i> (incluindo os que se dizem de “esquerda”) que visam <b>seus próprios interesses de luta pelo poder
e a serviço dos capitalistas</b>. A competição eleitoral não é outra coisa que
uma disputa por cargos, poder e dinheiro. O resultado do processo eleitoral é
apenas a escolha pela maioria dos eleitores (que não é a maioria da população,
pois grande parte não tem direito ou obrigação ao voto e outra parte
considerável anula, vota em branco ou se abstém) daqueles que <b>irão gerir os interesses dos capitalistas e
seus próprios interesses</b>. Não interessa qual partido está no governo, nem quais
são suas supostas propostas, todo governo faz o que tem que fazer: governar. E
governar significa <i>conservar o que existe</i>,
defender a ordem custe o que custar, realizar políticas que beneficiem o
capital e comprar o apoio de certos setores da sociedade. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os candidatos e partidos
protestam! <i>Eles dizem que são “honestos” </i>(pois
a corrupção, ligada aos interesses dos candidatos e partidos, é muito visível
para deixar de mencionar e dos seus praticantes se defenderem)! <i>Eles dizem que são “competentes”</i> (pois,
além de tudo, a maioria dos políticos profissionais são totalmente
incompetentes)! <i>Eles dizem que estão do
lado dos trabalhadores!</i> (nenhum candidato ou partido vai dizer que defende
seus próprios interesses e que vão servir aos capitalistas, precisam disfarçar
e dizer que estão do lado do “povo”, apesar de ninguém ver isso em governo
algum).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Isso tudo, no entanto, é <b>discurso eleitoral</b>. Para ganhar as eleições,
todos se tornam <i>honestos, competentes,
aliados dos trabalhadores</i> (existe até um “Partido dos Trabalhadores”!!!). <b>Ninguém ganha eleição dizendo a verdade</b>.
O discurso eleitoral é <i>mentiroso por
natureza</i>. Nenhum candidato vai dizer que não poderá fazer muita coisa, que
há limites orçamentários, que há jogo de poder dentro do parlamento, que há os financiadores
de campanha, etc. <i>O discurso eleitoral é
o discurso das promessas falsas</i> e que afirma que tudo é fácil, pois falta é
“vontade”, “competência”, “honestidade”. Esse discurso mentiroso pode propor
coisas fantásticas, inclusive resolver problemas que nem se poderia fazer no
plano municipal, como no caso de candidato a prefeito que vai resolver o
problema do desemprego, construir metrô, oferecer transporte gratuito, etc.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É por esses motivos que a posição
da ANT é a favor do <b>voto nulo
autogestionário</b>. Os trabalhadores autogestionários propõem o voto nulo como
forma de <i>protesto e deslegitimação</i>
(mostrando que não acreditamos na farsa eleitoral, nos partidos e governos) da
democracia representativa (burguesa) e <i>momento
de luta cultural, propaganda, politização e divulgação do projeto
autogestionário</i> e dos meios para chegarmos ao verdadeiro processo de
transformação social: <b>luta de classes,
greve geral, auto-organização, autoformação intelectual. </b>A ANT defende a
auto-organização dos trabalhadores e o voto nulo autogestionário pode ser um
momento de divulgação dessa ideia e para criação e expansão de formas
auto-organizativas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Alguns podem perguntar: mas e se
o prefeito eleito for ruim? E se os vereadores eleitos forem os mais corruptos
e incompetentes? E se o vereador da região não for eleito, quem nos ajudará a
conseguir o asfalto, o saneamento, o serviço de limpeza, etc.? Essas são
questões importantes e que é preciso responder. A ANT <i>não defende reformas no capitalismo e sim revolução anticapitalista</i>
e por isso o voto nulo autogestionário é a nossa posição. A ANT, no entanto, <i>sabe das necessidades dos trabalhadores em
seus bairros e locais de moradia</i> e também sabe que as prefeituras e câmara
de vereadores fazem pouco e nos anos eleitorais prometem muito. A ANT também
sabe que geralmente os poucos benefícios conseguidos pelos trabalhadores em
seus locais de moradia <i>são produtos da
pressão</i> e não da competência, honestidade ou boa vontade dos governantes.
Por isso, ao invés de votar e escolher os supostos “menos ruins” (que continuam
sendo ruins, sendo “menos”, o que é apenas uma diferença quantitativa), é <i>necessário se auto-organizar nos bairros
para defender o voto nulo autogestionário </i>e se <i>preparar para se tornar uma auto-organização local</i>, vinculada ou
não à ANT, que vai <i>pressionar os
governantes</i> (prefeitura e câmara de vereadores, no caso) <i>para atender às suas necessidades</i>. Essa
pressão tende a gerar resultados, principalmente com a <b>expansão de diversas formas de auto-organização dos trabalhadores.</b>
A ANT estará apoiando todas as lutas e reivindicações nesse sentido e dando
apoio total para elas. Assim, <b>a união de
várias formas de auto-organização</b> (moradores de bairros, usuários de
transporte coletivo e outros serviços estatais, estudantes, trabalhadores) <b>e a ANT tende a ter um poder de pressão que
pode promover o atendimento das reivindicações. </b>O voto nulo autogestionário
e a fragilidade dos governos ilegítimos os tornam ainda mais tendentes a
atender as pressões populares.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim, o <i>voto nulo autogestionário</i> é a única alternativa e isso tanto vale
para a <i>luta pela transformação radical da
sociedade que visa instaurar a autogestão social</i> <i>quanto para as lutas cotidianas e reivindicações imediatas dos
trabalhadores</i>. A <b>união e
auto-organização</b> dos trabalhadores são fundamentais e o <b>voto nulo autogestionário e o
desenvolvimento da autoformação intelectual</b> é o recado dos trabalhadores
autogestionários para a classe capitalista e seus governantes. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Vote nulo e lute pela autogestão social!!!<o:p></o:p></b></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-50081492924208458022016-08-25T14:14:00.002-07:002016-08-26T05:06:39.303-07:00Marx: Revolução Proletária e Libertação Humana<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
A revolução proletária, para Marx, é uma revolução social e total, que possibilita a emancipação humana, ou seja, a manifestação plena da natureza humana numa sociedade humanizada que rompe com a negação da essência humana realizada pelo capitalismo.</div>
<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheRLUO94SmsVS8ZAsHeTUv9pzQU8stGZ1wfblSHRaQAXRL1IsEmPhOoPSo9hvcZrn81EZPiZ0MX68H-yDszV0wHSf4QUYnQdx-yeulWDRlOnD_3R4RCHfd7GgD8WSIy4OD14tXuyH1NWdZ/s1600/Ant+Marx+3+revolu%25C3%25A7%25C3%25A3o+e+totalidade.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheRLUO94SmsVS8ZAsHeTUv9pzQU8stGZ1wfblSHRaQAXRL1IsEmPhOoPSo9hvcZrn81EZPiZ0MX68H-yDszV0wHSf4QUYnQdx-yeulWDRlOnD_3R4RCHfd7GgD8WSIy4OD14tXuyH1NWdZ/s640/Ant+Marx+3+revolu%25C3%25A7%25C3%25A3o+e+totalidade.jpg" width="452" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
A revolução proletária, para Marx, é uma revolução social e total, que possibilita a emancipação humana, ou seja, a manifestação plena da natureza humana numa sociedade humanizada que rompe com a negação da essência humana realizada pelo capitalismo.</div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-19258749256466802852016-08-25T07:20:00.000-07:002016-08-25T07:20:22.888-07:00Marx e a Crítica do Estado<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAmuvd3NKwvpLSIIVSCMzBe3o5aEa3yO4kYdqhPEQmAqq7hl8gQP47pWqs0a8BMLB91gwqqBADkHePgxp5_CmtkRqr9xOsa6ppJvxknj_SEa8PuGpk9y_6uVM46AM-LrCcpIo_6ERlgueH/s1600/Ant+Marx+1+Estado+e+escravid%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAmuvd3NKwvpLSIIVSCMzBe3o5aEa3yO4kYdqhPEQmAqq7hl8gQP47pWqs0a8BMLB91gwqqBADkHePgxp5_CmtkRqr9xOsa6ppJvxknj_SEa8PuGpk9y_6uVM46AM-LrCcpIo_6ERlgueH/s640/Ant+Marx+1+Estado+e+escravid%25C3%25A3o.jpg" width="452" /></a></div>
<br />
<br />
Marx foi um crítico radical do Estado. Para ele, assim como para a ANT,
não se deve conquistar o aparato estatal e sim destruí-lo.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-34874192081464069912016-08-25T07:11:00.001-07:002016-08-25T07:11:18.393-07:00Marx e a união dos trabalhadores<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDMvBttpzB_1D1nJD4LEUk_TV70JxjBGnlwALw2yN7pNoKpDclzQ2lb0uXipgpsgUi5mPFl8iLPp6sKU89WC4R_QnkqjHuTIXlm6QgPLbpid6ugUpZrxM9hG6QSbOIbBJNFYT8KIOiJEQj/s1600/Ant+Marx+1+Uni%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDMvBttpzB_1D1nJD4LEUk_TV70JxjBGnlwALw2yN7pNoKpDclzQ2lb0uXipgpsgUi5mPFl8iLPp6sKU89WC4R_QnkqjHuTIXlm6QgPLbpid6ugUpZrxM9hG6QSbOIbBJNFYT8KIOiJEQj/s640/Ant+Marx+1+Uni%25C3%25A3o.jpg" width="451" /></a></div>
<br />
Um dos elementos fundamentais do pensamento de Marx e objetivo da ANT é a
união de todos os trabalhadores, condição para a transformação radical
da sociedade rumo à autogestão social.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-45295526795200976052016-08-21T14:56:00.002-07:002016-08-21T14:56:48.904-07:00Vote Nulo! Lute pela Autogestão Social!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiATqmm51gGTY77TwFMtcNr_BDL7KoPFW1BarP9Pui0s76mSuwot2OBeqttz8-_z_te1D6sF3HTDr7e7v7uh8pPgtGAHr6BjjW4dBeuPqZ43NBaClkXjAGGEq1OTyXiSC2uLe0SSYFJ0m-K/s1600/Vote+nulo+ANT1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="451" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiATqmm51gGTY77TwFMtcNr_BDL7KoPFW1BarP9Pui0s76mSuwot2OBeqttz8-_z_te1D6sF3HTDr7e7v7uh8pPgtGAHr6BjjW4dBeuPqZ43NBaClkXjAGGEq1OTyXiSC2uLe0SSYFJ0m-K/s640/Vote+nulo+ANT1.jpg" width="640" /></a></div>
Sobre Voto Nulo, confira:<br />
<a href="https://www.blogger.com/goog_1082601168"><br /></a>
<a href="http://votonuloautogestionario.blogspot.com.br/">http://votonuloautogestionario.blogspot.com.br/</a><br />
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-57926416804551036052016-08-10T12:33:00.000-07:002016-08-10T13:34:02.750-07:00Pela Libertação dos Trabalhadores!!!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b>PELA LIBERTAÇÃO DOS
TRABALHADORES<o:p></o:p></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
Quem produz as riquezas que
sustentam a sociedade? Quem produz alimentos, roupas, casas, mesas, carros, e
todos os bens materiais que necessitamos? <b>Os
trabalhadores!</b> <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
Quem usufrui dessas riquezas? Quem
tem as melhores casas, carros, alimentos, etc.? <b>Os capitalistas!<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
Os trabalhadores são <b>explorados</b> pelos capitalistas e ficam
apenas com os restos. Os trabalhadores são controlados no trabalho, humilhados
nos ônibus, vivendo com baixos salários, péssima educação e saúde. Eles são submetidos
ao sofrimento de ver seus filhos subjugados ao mesmo futuro e pessoas queridas
viverem situações semelhantes. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
Os capitalistas vivem <b>lutando contra os trabalhadores</b> para
aumentar seu lucro e riqueza! Os trabalhadores <b>devem lutar contra os capitalistas</b> para melhorar suas condições de
vida e transformar o mundo! É por isso que os trabalhadores precisam se
libertar! <b>Luta de classes</b> sempre
existiu, mas os trabalhadores precisam lutar por sua libertação!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
Como os trabalhadores podem ser
libertar? Não será através de governos, partidos, sindicatos, eleições! Essas
organizações (seja de direita ou esquerda) defendem os interesses dos
capitalistas e seus próprios interesses! <b>A
libertação dos trabalhadores é obra dos próprios trabalhadores!</b> Para
conseguirem isso precisam se unir, organizar, instruir, lutar! O meio para
fazerem isso é se associar!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
A ANT (Associação Nacional dos
Trabalhadores) é o embrião dessa organização! É o modo de <b>unir, organizar e instruir</b> os trabalhadores para que eles <b>lutem</b> contra os capitalistas e seus
aparatos (Estado, partidos, governos, etc.). Somente assim poderemos ganhar
força, desencadear <b>greves gerais</b> e
efetivar a luta dos trabalhadores pela <b>autogestão
social</b>!<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div style="border-top: solid windowtext 1.0pt; border: none; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; mso-element: para-border-div; padding: 1.0pt 0cm 0cm 0cm;">
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 115%; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; mso-padding-alt: 1.0pt 0cm 0cm 0cm; padding: 0cm; text-indent: 0cm;">
ANT
– ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES (<a href="http://ant-luta.blogspot.com.br/">http://ant-luta.blogspot.com.br/</a>)<o:p></o:p></div>
</div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-13916055273503546722016-03-21T01:19:00.000-07:002016-03-21T01:19:05.873-07:00COMUNICADO ANT 02: A CRISE ATUAL E COMO SAIR DELA: CONTRA O CAPITAL RUMO À AUTONOMIA DO PROLETARIADO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div align="left" class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
COMUNICADO
ANT 02:<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b>A CRISE ATUAL E COMO SAIR DELA:<o:p></o:p></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b>CONTRA O CAPITAL RUMO À AUTONOMIA DO PROLETARIADO<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A crise atual é, por um lado, uma crise financeira, e, por
outro, uma crise político-institucional. A crise financeira é produto da
desestabilização do regime de acumulação integral (caracterizado pela execução
de políticas neoliberais, aumento da repressão policial, aumento da exploração
e precarização do trabalho, entre diversos outros aspectos) que vem ocorrendo
nos últimos anos no caso brasileiro. O regime de acumulação integral foi
instaurado no Brasil a partir do Governo Collor, nos anos 1990, e se consolidou
na década seguinte, sendo que nos últimos anos vem demonstrando um processo de
desestabilização, o que é expresso por sua crise financeira e outras
dificuldades de reprodução. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ao lado disso, a disputa pelo poder entre alas do bloco
dominante (composto pelas forças organizadas e conscientes a serviço do
capital, ou seja, da classe capitalista) se acirra. Esse processo se iniciou
desde 2013, quando as grandes manifestações populares mostraram a fragilidade
do Governo Dilma. No ano seguinte esse processo se manifestou na disputa
eleitoral, e em 2015 a disputa entre governistas e antigovernistas, envolvendo
partidos, grupos, movimentos sociais, etc. em ambos os lados e ganhou forma na
proposta de impeachment. Nesse momento, desde o processo eleitoral, criou uma
falsa polarização entre governistas (a ala governista do bloco dominante,
representada pelo Governo Dilma e PT), e oposicionistas (a ala oposicionista e
a ala extremista do bloco dominante, representado por PSDB e organizações
financiadas pelos Estados Unidos). No caso dos partidos políticos, é apenas uma
disputa por quem controlará e usufruirá os privilégios de estar no aparato
estatal, pois ambos representam os interesses do capital, sendo, portanto,
contra os trabalhadores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A crise financeira e a crise político-institucional se
reforçam mutuamente. O Governo Dilma, devido interesses eleitoreiros, realizou
uma política ambígua e indecisa, aumentando a crise. Ao lado disso, as
acusações de corrupção aumentaram e foi ocorrendo uma progressiva perda de
apoio do Governo Dilma. Esse ano houve um acirramento da disputa em torno do
impeachment, um cerco sobre o governo Dilma dos meios oligopolistas de
comunicação, poder judiciário e polícia federal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Qual nossa posição diante desta crise? A ANT se coloca
contrária à polarização estabelecida entre ala governista e ala oposicionista
do bloco dominante. Nesse sentido, tanto faz qual será o partido ou presidente
que efetivará políticas c<b>ontra</b> os
trabalhadores. O que nos interessa é preparar os trabalhadores para combater
tais políticas e os efeitos da crise financeira sobre os trabalhadores. A crise
financeira para ser solucionada requer medidas voltadas para o aumento da
exploração dos trabalhadores e estes só podem resistir e minimizar esse
processo através de suas lutas, auto-organização, desenvolvimento da
consciência revolucionária. É preciso deixar bem claro que aqueles que defendem
o Governo Dilma, que efetivou diversas medidas contra os trabalhadores e planeja
outras que estão sendo entendidas como necessárias, apoiam as políticas que
prejudicam a maioria da população. Quem é a favor do governo é contra o
proletariado, independentemente de quem está no aparato estatal, pois este
expressa o interesse da classe dominante.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A luta dos trabalhadores deve ser autônoma e independente.
Os trabalhadores devem se organizar e não ligar para os shows pirotécnicos das
manifestações e nem pensar que esta é a única e mais eficaz forma de luta. As
manifestações são apenas formas de pressão e agora assumiu o papel de medição
de forças entre as alas em disputa do bloco dominante (petistas e antipetistas).
Essa polarização entre forças organizadas e opostas das classes privilegiadas
nada tem a ver com os interesses dos trabalhadores, que devem se opor a ambos e
colocar sua posição de classe, proletária.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nesse sentido, a ANT lança um chamado para a auto-organização
dos trabalhadores, a ampliação de sua formação política e cultural, lutando,
simultaneamente, contra as políticas governamentais nefastas que prejudicam os
trabalhadores e pela transformação social radical. Ou seja, uma luta defensiva
visando impedir a deterioração do nível de vida dos trabalhadores ao lado de
uma luta ofensiva, através da auto-organização e autoformação dos trabalhadores
e ações estratégicas visando a transformação total e radical da sociedade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A forma de luta principal, nesse caso, não é a manifestação
(que pode e deve ocorrer como forma secundária de luta) e sim a g<b>reve</b>. É através da greve que os
trabalhadores podem realizar uma pressão poderosa sobre as empresas
capitalistas e o Estado, pois elas atingem o grande objetivo da classe
dominante: o lucro. Devemos fazer brotar milhares de movimentos grevistas no
país, tanto por questões específicas como também por questões gerais. Para
realizar esse amplo movimento grevista, é necessário a formação de núcleos da
ANT em todo o país e realizar uma ampla propaganda a favor da greve como
principal forma de luta dos trabalhadores. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As greves reivindicativas são lutas defensivas que precisam
ser complementadas por um planejamento de uma <b>greve geral nacional</b>. A greve geral nacional deve ser, ao mesmo
tempo, uma demonstração de força dos trabalhadores, um processo de união do
conjunto dos trabalhadores e a primeira forma ampliada de auto-organização e primeiro
passa para a constituição da <b>autogestão
social</b>.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-32210462241779108352016-03-20T12:10:00.000-07:002016-03-21T01:20:34.460-07:00Ascensão e Queda do Partido dos "Trabalhadores"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzJ5S5lS6cBBq8vz0xMgC9HKy4IHC6EJMRdyb1ZY1OB3M96NSXJv02xV4fP08rwdNXjQfbccQtFycFGbvqV6jMjR3YoQuvJUd5uqc193X6UXLY_MGlMkOB6o7je80gYDeTj4-cSJfOz7xR/s1600/pt-psdb-e-a-oligarquia-do-brasil.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzJ5S5lS6cBBq8vz0xMgC9HKy4IHC6EJMRdyb1ZY1OB3M96NSXJv02xV4fP08rwdNXjQfbccQtFycFGbvqV6jMjR3YoQuvJUd5uqc193X6UXLY_MGlMkOB6o7je80gYDeTj4-cSJfOz7xR/s400/pt-psdb-e-a-oligarquia-do-brasil.gif" width="351" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">Ascensão e Queda do PT</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
Nildo Viana</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p><span style="text-align: justify;">O PT – Partido dos Trabalhadores, nasceu num processo de
avanço das lutas sociais no Brasil. A luta operária que gerou no ABC paulista
os conselhos de fábrica no bojo de um forte movimento grevista foi fundamental
nesse processo. Nesse momento, a Igreja com as entidades de base, outros
setores da sociedade, se mobilizaram. Não havia homogeneidade, mas havia um
objetivo perseguido pela ampla maioria: democracia. O PT emerge do novo
sindicalismo e desse processo, aglutinando também um conjunto de intelectuais e
grupos políticos de esquerda. A hegemonia interna, no entanto, era da ala
moderada, que tinha no operário Lula o grande suporte popular. Apesar da
hegemonia da ala moderada, intelectuais e grupos mais à esquerda, bem como uma militância
com um número expressivo de trabalhadores das classes desprivilegiadas, fizeram
o PT ter um discurso mais à esquerda.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrKl2Pp2vdYGWZwmGmeBTZNN_Hugnc-4fFuueqCRPBu14C8loJeDcStKEyyIKvCh9zwT9p3ELN1GCZMvlZFa2rDgIQKwRsFw8lXLJUBND0B6dcIOZwPpI3FNJfzAqg-Tf44fkUgdbMVNWh/s1600/1-2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrKl2Pp2vdYGWZwmGmeBTZNN_Hugnc-4fFuueqCRPBu14C8loJeDcStKEyyIKvCh9zwT9p3ELN1GCZMvlZFa2rDgIQKwRsFw8lXLJUBND0B6dcIOZwPpI3FNJfzAqg-Tf44fkUgdbMVNWh/s320/1-2.jpg" width="320" /></a>A evolução do PT
mostrou o que já havia acontecido na social-democracia europeia e em todos os
países do mundo. Os partidos, supostamente “operários” ou “social-democratas”, são,
no fundo, organizações burocráticas que criam interesses próprios (1). Eles
começam como pequenas burocracias e discurso mais radical e tão logo a máquina
partidária vai crescendo, os mais radicais vão saindo, ou sendo expulsos (2), novos
membros, geralmente oportunistas querendo entrar para a política institucional,
vão entrando. As vitórias eleitorais significam mais cargos, mais interesses,
menos radicalidade. O PT foi crescendo e se tornando cada vez mais conservador.
Esse processo foi se aprofundando com o passar dos anos e eleições, até chegar
ao momento de ascensão ao poder, as eleições de 2002. Foi nesse ano que o PT
resolveu ganhar as eleições a qualquer custo e, obviamente, todos sabiam que o
custo seria moderar mais ainda o discurso, buscar apoio de setores do capital e
conquistar a confiança abandonando qualquer resquício de posição política à
esquerda. O PT fez tudo para tranquilizar o capital nacional e internacional e
conseguir o apoio necessário. O tradicional vice-presidente do PC do B (Partido
Comunista do Brasil) foi substituído por José Alencar, do PL – Partido Liberal,
um capitalista do setor têxtil. A aliança partidária passou a ser mais variada
e com setores mais conservadores. E cabe destaque, no conjunto de alianças
estabelecidas, a realizada com a Rede Globo (3), s<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52582003000200004#tx09" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;" target="_blank"><img border="0" height="60" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVIZfC3VxxLR_pv52VhfCfPV8Fq8y5We50vMoGKJUTE78kHjOgGbz5uZpbE9m87s0_VvMLDfYomnb2iyL2h2j7GiWL1ESnFix4NYVauFkapgw77WdiUMtbv2yxCxUbpR0fyL3mxuhT8k_3/s200/3.jpg" width="200" />Link</a></div>
ua antiga inimiga e uma das
responsáveis por sua derrota em 1989. Uma nova imagem do PT e dos seus integrantes vai sendo formado, visando ganhar a
confiança da classe dominante e do bloco dominante, conquistando apoio até do
capital comunicacional, estratégico para a vitória eleitoral. Quem vende a alma
recebe o que quer, <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://www.youtube.com/watch?v=efkaaNgNI_c" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;" target="_blank"><img border="0" height="59" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiydKw5GW2GCwd8hP3ZamATfN9mY9nokQfNkvhCOjHdiZXQkt-ZHZT2dDMMN4LXD6yvWuPPQxLjou2sKSX7_VESBobupd1z0UNczXKdIsWO1lSssOQ0cihL7_nnHFLGNsOxfq1FT_G2eVca/s200/4.jpg" width="200" />Link</a></div>
mas fica em dívida com o comprador. O PT, tal como afirma
Lula, não queria esperar 30 anos para chegar ao poder (4). O apoio de Sarney e,
posteriormente, de Maluf e outros mostravam que a burguesia poderia confiar
tranquilamente em Lula. A estratégia do PT era se incluir no bloco dominante,
pois somente assim teria chances eleitorais reais.<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O Governo Lula assume uma posição neoliberal,
tal como exigida pelas necessidades do capital, com feição populista, tal como
seus programas sociais, inicialmente o Fome Zero e os posteriores. O
neoliberalismo neopopulista, que tinha alguns pilares, como garantir a
estabilidade financeira e política (a política financeira seguiu esse
caminho), cortar gastos, entre outros, foi seguida ao lado de alguns gastos
sociais, mínimos, nas políticas voltadas para o lumpemproletariado (no sentido
amplo do termo, incluindo todos que estão no desemprego e subemprego), ao lado
de políticas sociais paliativas e políticas segmentares (visando certos
segmentos sociais, embora somente atingisse os seus estratos superiores, como
negros, mulheres, etc.), cooptação de movimentos sociais, aumento relativo do consumo, manipulação
das estatísticas (que apontavam diminuição da pobreza, aumento da “classe média”,
etc.). Nesse contexto, mantendo o apoio do capital comunicacional e com a acumulação
de capital em ascensão, tais políticas conseguiram um amplo apoio. Os setores
mais radicais do PT e da sociedade não conseguiam maior espaço e a maioria
acreditava no discurso evolucionista de que os passos seguintes apontariam para
reformas mais profundas. Nesse momento, nem o discurso social-democrata e suas
reformas estruturais apareciam mais. O PT se tornou ainda mais conservador e se
tornou governo, estando alegremente ao lado de Sarney, Collor e Maluf, grande
parte do capital, especialmente o comunicacional, com destaque para as
Organizações Globo. <o:p></o:p>As chamadas conquistas do Governo Lula foram possível por
ser um período de estabilização da acumulação de capital, que só se estabiliza
com a reprodução ampliada do capital, o chamado “crescimento econômico” e
qualquer governo no lugar realizaria o mesmo, no que se refere ao consumo, a
diferença seria que nem todos fariam a política neopopulista de cooptação e
políticas segmentares.<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="http://publicaciones.sociales.uba.ar/index.php/CS/article/view/219" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;" target="_blank"><img border="0" height="153" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6f3jq1VcNs3-Ae0Ia3Mx4Zq8yWOW0o_7AGi37IWzjzfnAilw4Z1DEKE9lXiMX2uHuAj2Ftk00XjkgE3IZbdTi35IPM9T9hwUSdVrzFBvTJx7k5_oCaIOy2OxQD8JGKQvx7jTf19JFX9SO/s320/5.jpg" width="320" />Link</a><br />
Apesar de alguns percalços, o Governo Lula
conseguiu, nesse período, manter o governo e a estabilidade e ainda garantir um
terceiro mandato para o seu partido, através de Dilma Roussef. O Governo Dilma
não teve a mesma sorte, apesar de no início não ter encontrado grandes
problemas, até que um novo contexto emergiu. Por um lado, a crise financeira de
2008 e os primeiros momentos de desestabilização do regime de acumulação integral
(5), <span style="text-align: left;">começam a se fazer sentir alguns anos depois no Brasil, bem como graças à dinâmica
interna do capitalismo brasileiro. O desgaste do Governo Dilma ocorreu de forma
mais visível a partir das manifestações de 2013, que começou com as manifestações
estudantis de maio, que se transformaram em manifestações populares em junho. O
Governo Dilma prometeu muito para arrefecer os ânimos dos manifestantes, mas tão
logo elas diminuíram, tudo voltou a ser como antes. </span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">As ações governamentais diante das pequenas
manifestações posteriores contra a Copa do Mundo, marcadas por uma intensa
repressão policial, mostraram uma face a mais do governo, que com isso perdeu
apoio e voto em setores da juventude, dos trabalhadores e de certos grupos
políticos, somando aos que já possuíam essa posição anteriormente.</span><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As eleições de 2014 mostraram o
enfraquecimento de Dilma Roussef, que perdeu votos que foram para, por um lado,
os demais partidos concorrentes (e, no segundo turno, para o candidato do PSDB –
Partido da Social-Democracia Brasileira), por outro, para as abstenções, votos
nulos e brancos, que, somados, significaram quase um terço do eleitorado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No contexto das eleições, a situação financeira do país
encontrava problemas crescentes e seriam necessárias algumas medidas
impopulares, coisa que a presidente e candidata não quis fazer. O aumento da
dívida pública e déficit primário ocorrem no primeiro semestre de 2014 (6).<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" height="121" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7vZHYb8Z4-m8SSlLhpJFrgTfIl6JDqlLKg1Jolg7_l9DuBDeIY3MjXhgn9szGrusJONkRn8Du608q0hLZBa22aZdytlKxrxhMz1RhbJ8GFT8czdv8irCeVTZU08qyz5CAyadZX8RbzB-p/s320/6.jpg" width="320" /><a href="http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/06/divida-publica-sobe-34-em-maio-para-r-212-trilhoes-diz-tesouro.html" target="_blank">Link</a></div>
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Isso geraria mais problemas adiante de qualquer
forma, mas sem agir nesse momento, as consequências seriam mais fortes, o que
era previsível.</span> Isso provocou a necessidade de medidas urgentes por parte do governo, num contexto de ano eleitoral e com
a presidente sendo candidata à reeleição (7), motivo pelo qual isso não ocorreu. Dilma encerrou seu primeiro
mandato numa situação diferente dos dois anteriores de Lula, em época de dificuldades na acumulação de
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyYoYniGFPJfpJsgShyphenhyphenrJkbYdKd4WRQUdrLvFJLrjMv_XY2_-2P6uJmq_CFapOsJhGruJcXyxaiuYsSJLF05-v2FlVEl3gIxwZWWSCMZNqTfVsr9MuiTDeGPOk33q4BAaTP2MjNPGSU8vq/s1600/7.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="142" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyYoYniGFPJfpJsgShyphenhyphenrJkbYdKd4WRQUdrLvFJLrjMv_XY2_-2P6uJmq_CFapOsJhGruJcXyxaiuYsSJLF05-v2FlVEl3gIxwZWWSCMZNqTfVsr9MuiTDeGPOk33q4BAaTP2MjNPGSU8vq/s200/7.jpg" width="200" /></a></div>
capital (“crescimento econômico”), além dos limites do governo em matéria de competência
e mudança, pois em 2015 poderia ter tomado medidas para minimizar o impacto das
mudanças e quase nada foi feito, em parte por questões políticas, em parte por incompetência.
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A grande questão é que o PT, por suas origens, por
resquícios de discurso de “esquerda”, e por causa de seus compromissos
eleitorais (que implica em gastos e evitar determinadas ações necessárias), ao
lado de sua inércia em política financeira e resolução dos problemas que
emergiram e foram se avolumando, acabou tendo problemas em seu romance
com o capital. Já nas eleições de 2014, o capital, reforçado pelo temor das manifestações
de 2013 (e o discurso de Dilma e medo de uma adoção de políticas mais
desfavoráveis para os seus interesses), já tinha vários setores que se
deslocaram para outro apoio eleitoral, muitos com ambiguidades (alguns setores
do capital apoiaram financeiramente as duas candidaturas principais, afinal de
contas, assim ficariam do lado do governo, independente de quem ganhar). O
capital comunicacional também começa a se deslocar e a aliança PT-Globo é
desfeita.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esse processo foi marcado por um ano de 2015 muito ruim para
o Governo Dilma e PT. A crise financeira vai paulatinamente se aprofundando e o
imobilismo do governo mostra isso. As greves aumentam e algumas manifestações começam
a ressurgir. A repressão e as ações governamentais que apontam para precarização
da educação e outros setores, gera novo descontentamento. O governo Dilma e seus aliados, a ala
governista do bloco dominante, começa a perder apoio. Setores do capital, a
maior parte do capital comunicacional, adotam posição cada vez mais contra o
governo. As denúncias de corrupção vão tomando corpo, gerando impopularidade e servindo de pretexto
para a ala oposicionista do bloco dominante atacar a ala governista. A palavra
impeachment vai sendo cada vez mais proferida. O PT e o Governo Dilma perdem
espaço e apoio progressivamente. A burocracia estatal estatutária (que é permanente)
começa a se desligar da burocracia governamental (que é provisória), o que se
pode ver pela autonomização do aparato jurídico e repressivo. O aparato
repressivo (polícia federal) e o aparato jurídico fecham o cerco e recebem apoio
maciço do capital comunicacional.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As políticas petistas não conseguiram organizar bases
permanentes de apoio. Os setores dos movimentos sociais cooptados não são uma
grande força mobilizadora, e os que já eram aparelhados pelo PT também. A parte
da intelectualidade que se alia à ala governista do bloco dominante, também não
tem grande presença intelectual e política. O exército de descontentes aumenta,
pois, por um lado, tanto o bloco revolucionário quanto grande partes das
classes desprivilegiadas, rechaçam o governo petista e, por outro, setores das
classes privilegiadas também mostram um grande descontentamento com o PT. Com
uma base de apoio tão frágil, e com a crise financeira, os setores do capital
já descontentes foram reforçados por novos setores do mesmo, bem como pelo capital comunicacional e a
burocracia estatutária. O desenrolar do processo, com a crise financeira sem grande
perspectiva de solução e os escândalos de corrupção, foram suficientes para que
o capital repensasse sua posição diante do governo Dilma. O PT entrou no seleto
grupo do bloco dominante e para isso vendeu sua alma ao capital. No entanto, não
entendeu que ele era um “convidado”, oriundo do bloco progressista, e não um sócio
permanente e que, por isso, poderia ser convidado a se retirar a qualquer
momento. Uma vez no poder, usou e abusou do mesmo, inclusive contra as classes
desprivilegiadas e bloco revolucionário, bem como aparelhou o Estado pensando pensando que isso garantiria sua permanência. Mostrou também incompetência e
inoperância, junto com sua ambição de permanecer no poder acima de tudo, e isso
gerou o seu isolamento no bloco dominante, facilitado por seu afastamento das
classes desprivilegiadas, o que foi perceptível em 2013. A "hora da estrela" passou e agora é o momento de sua queda.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim, os petistas de carteirinha tem certa razão
ao reclamar da Rede Globo, do aparato jurídico e repressivo e dos “exageros”.
Ele deu brechas e a ala oposicionista do bloco dominante, cada vez mais forte, as usou: via oposição parlamentar
e pedido de impeachment, via capital comunicacional, via mobilização da população e aparato repressivo e jurídico. Dessa forma, o Governo Dilma foi perdendo todo o respaldo (8).<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://informecritica.blogspot.com.br/2016/03/a-insustentabilidade-do-governo-dilma.html" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;" target="_blank"><img border="0" height="71" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhRUY6i7Ni2rKXgq1EInXnNDXWZwuqzjN7IeDAANSUXWm3RQdRsdF3jY_C6p_BDjnofDNX8GEFOsoD2HHoc2ZZ2ePO0YTXz5IY3ZZFntlH7TG6x6r8rTJxB46X7yAyLWpiEp15VUOLPmPC/s200/8.jpg" width="200" />Link</a></div>
Isso tudo explica a queda do PT, que voltar a ser
um mero partido do bloco progressista (e aí vai mudar um pouco o discurso, com
tom mais progressista e menos moderado) e sai do grupo seleto do bloco
dominante. O principal responsável por isso tudo é o próprio PT, por ter ficado
embebido com o poder e não entender a luta de classes, sem compreender também a dinâmica da acumulação de capital e por isso achar que ficaria
sempre junto com o bloco dominante. Não fez o trabalho de constituir bases mais sólidas para manter sua
força diante do capital. O Partido dos “Trabalhadores” não buscou apoio das
classes trabalhadoras, fazendo muito pouco por elas.<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O atual discurso petista, sobre “golpe” é totalmente sem
sentido. O capital está fazendo o que sempre fez e foi o PT, dentro da esquerda
capitalista, o que mais insistiu na defesa da “legalidade”, do “estado de
direito”, “democracia (representativa)”. Tudo que está sendo feito é dentro
dessa legalidade, estado de direito e democracia representativa, e, portanto, o
discurso do golpe é falacioso. Esse é o processo normal na democracia
representativa e capitalismo e, portanto, essa “indignação seletiva”, para usar
linguagem petista, que se manifesta apenas quando tem seus próprios interesses
feridos, é a lógica do oportunismo. Afinal, o PT foi beneficiado por esse mesmo
esquema, o reproduziu, não fez nada contra, se beneficiou. Os governos petistas
fizeram coisas muito semelhantes (e inovaram com o aparelhamento do estado como
nunca visto antes) e nas últimas eleições, a prática petista contra seus
adversários é um adendo ao engodo eleitoral realizado. O que está sento feito
com o Governo Dilma e PT é o que sempre se fez e sempre se fará numa sociedade
capitalista.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A corrupção petista existe, não é uma invenção. Sem
dúvida, outros corruptos e muita corrupção existem nos demais partidos e a corrupção é generalizada no capitalismo (9).
O PT fez o jogo, mas agora os donos da bola não<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="76" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXHO2GV4QPxkgbMWKrdFKHSkqNt_6wmEMZRFwSupqgvA8K6FHYT1hYu6FxteJ-c3ft-fyRek4ar8K9LlD0fySeAnPgsjXvGDXTthq5iApro1DMa_xpE56f9f_coH8EdnmOCYVSsb0FHwlV/s200/9.jpg" width="200" /><a href="http://informecritica.blogspot.com.br/2015/07/a-corrupcao-na-sociedade-brasileira.html" target="_blank">Link</a><span id="goog_516505117"></span></span></div>
querem mais ele no campeonato.
Vai ser expulso. Se procurarem a defesa das classes desprivilegiadas, do bloco
revolucionário, e até mesmo setores do bloco progressista, não encontrarão, a não ser no caso de alguns ingênuos que acreditam no discurso do golpe. No entanto, se o PT
continuasse no governo, os problemas continuariam. A retomada da acumulação de
capital continuaria travada por causa dos compromissos eleitorais do PT, o que
prejudicaria a classe capitalista e, por conseguinte, atingiria outras classes,
incluindo as desprivilegiadas (aumento do desemprego, etc.) e isso geraria um
aprofundamento da crise e da deterioração das condições de vida da população em
geral. O PT conseguiu criar uma situação absurda, na qual sua permanência no poder prejudicaria a todos e só beneficiaria ele mesmo.<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nesse quadro, só haveria a solução capitalista,
o que o Governo Dilma fez apenas moderadamente quando era preciso ser mais forte e radical.
Isso reforçaria o descontentamento da população e o PT não conseguiria manter
seu projeto de poder (10). Entre a solução capitalista, que o governo <o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://informecritica.blogspot.com.br/2015/12/a-luta-de-classes-no-brasil-2013-2015.html" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;" target="_blank"><img alt="http://informecritica.blogspot.com.br/2015/12/a-luta-de-classes-no-brasil-2013-2015.html" border="0" height="71" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtsR0QRApi3hbJ3ZA_XUW6jfVQlD6nXh8uzsqGjsuJNMae66qf7xRDmllEhpyVrRV0T-P1-jvbhwKy6A3M5EiYBdVqYwdEuRtR6suZ9LpTd9hdWx06yQ095-G_EKyJBzg5KvzWr7aokTkK/s200/10.jpg" width="200" />Link</a></div>
Dilma não
efetivou, e a solução da continuidade indefinida da crise e agravamento da
mesma, só haveria uma outra solução, que seria uma transformação social, a instituição
de uma nova sociedade. Os iludidos pensam que a manutenção do Governo Dilma
poderia resolver isso, mas apenas iria piorar a situação e se ganhasse as
próximas eleições, teria que efetivar, sob forma drástica, políticas de
austeridade. Já está na hora de acabar com a era da ingenuidade. Assim, tanto
faz quem é o governo, e já no século 19 Marx já alertava para isso, a política
está a serviço do capital. Essa disputa toda é apenas entre, por um lado, partidos querendo se manter no poder, e, por outro, os interesses mais
determinantes do capital. O PT está isolado e não tem como reagir. Ele declarou
a sua própria derrota e voltará à sua situação anterior.<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por isso, a ilusão petista, já denunciada há muito tempo, foi perdendo força. Uma verdadeira alternativa precisa ser construída, pois
nesse jogo, as regras garantem o capital sempre como vencedor e a disputa
interna do bloco dominante é apenas para definir a política mais adequada à acumulação
do capital e quem estará no aparato estatal, usufruindo de seus privilégios, corrupção,
etc. É hora do bloco revolucionário e classes desprivilegiadas, especialmente o
proletariado, começar a agir em torno do projeto autogestionário ao invés de
reproduzir as ilusões partidárias e eleitorais. <o:p></o:p><br />
<br />
---------------------------------------------------<br />
<div style="text-align: left; text-indent: -7.53333px;">
Leia mais:</div>
<div style="text-align: left; text-indent: -7.53333px;">
<br /></div>
<div style="text-align: left; text-indent: -7.53333px;">
A Insustentabilidade do Governo Dilma:</div>
<div style="text-align: left; text-indent: -7.53333px;">
<a href="http://informecritica.blogspot.com.br/2016/03/a-insustentabilidade-do-governo-dilma.html">http://informecritica.blogspot.com.br/2016/03/a-insustentabilidade-do-governo-dilma.html</a></div>
<div style="text-align: left; text-indent: -7.53333px;">
<br /></div>
<div style="text-align: left; text-indent: -7.53333px;">
A Luta de Classes no Brasil:</div>
<div style="text-align: left; text-indent: -7.53333px;">
<a href="http://informecritica.blogspot.com.br/2015/12/a-luta-de-classes-no-brasil-2013-2015.html">http://informecritica.blogspot.com.br/2015/12/a-luta-de-classes-no-brasil-2013-2015.html</a></div>
<div style="text-align: left; text-indent: -7.53333px;">
<br /></div>
<div style="text-align: left; text-indent: -7.53333px;">
A Corrupção na Sociedade Brasileira:</div>
<div style="text-align: left; text-indent: -7.53333px;">
<a href="http://informecritica.blogspot.com.br/2015/07/a-corrupcao-na-sociedade-brasileira.html">http://informecritica.blogspot.com.br/2015/07/a-corrupcao-na-sociedade-brasileira.html</a></div>
<div style="text-align: left; text-indent: -7.53333px;">
<br />
As Lições das Ruas (Análise das manifestações de 13 de março de 2016).<br />
<a href="http://informecritica.blogspot.com/2016/03/as-licoes-das-ruas.html">http://informecritica.blogspot.com/2016/03/as-licoes-das-ruas.html</a><br />
<br />
O Governo Lula e as Ilusões Perdidas:<br />
<a href="http://informecritica.blogspot.com.br/2015/08/o-governo-lula-ou-as-ilusoes-perdidas.html">http://informecritica.blogspot.com.br/2015/08/o-governo-lula-ou-as-ilusoes-perdidas.html</a><br />
<br />
<div style="text-indent: 0px;">
Versão em Áudio:</div>
<div style="text-indent: 0px;">
<a href="https://www.youtube.com/watch?v=SVUQ2Fm1Hgw">https://www.youtube.com/watch?v=SVUQ2Fm1Hgw</a></div>
</div>
<div style="text-align: left; text-indent: -7.53333px;">
<br />
Veja mais:</div>
<div style="text-align: left; text-indent: -7.53333px;">
<br /></div>
<div style="text-align: left; text-indent: -7.53333px;">
Dilma, um rock bolero:</div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'times new roman'; text-align: left; text-indent: -7.53333px;">
<div style="margin: 0px;">
<a href="http://informecritica.blogspot.com.br/2015/09/dilma-um-rock-bolero.html">http://informecritica.blogspot.com.br/2015/09/dilma-um-rock-bolero.html</a></div>
</div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-6454162089030310692016-03-20T08:09:00.002-07:002016-03-21T01:23:19.666-07:00Blocos Sociais e Luta de Classes<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia-VM8IP7s-7_I0npflkzG-tsE8Mn03W9DPjSB2cDEQHzoVC-KYwpNl3tynoO-iMMUHOC6NrVusfsySlEhawxkSOwlT6_haH7FHjgEKK7_-i_UweJHROzlItaVAwIWsrjHpy6dVN3EBy_q/s1600/Blocos+Sociais.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia-VM8IP7s-7_I0npflkzG-tsE8Mn03W9DPjSB2cDEQHzoVC-KYwpNl3tynoO-iMMUHOC6NrVusfsySlEhawxkSOwlT6_haH7FHjgEKK7_-i_UweJHROzlItaVAwIWsrjHpy6dVN3EBy_q/s400/Blocos+Sociais.jpg" width="400" /></a></div>
<b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Blocos Sociais e Luta de Classes<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 0cm;">
Nildo
Viana<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A sociedade capitalista ampliou e complexificou a divisão
social do trabalho como nunca antes na história da humanidade. A luta de
classes, em determinados momentos do capitalismo, era mais cristalina e o
confronto entre burguesia e proletariado era mais perceptível. A partir das
mutações do capitalismo, especialmente após a emergência do capitalismo
oligopolista (regime de acumulação intensivo, após segunda metade do século 19)
e, mais ainda, o capitalismo oligopolista transnacional (regime de acumulação
conjugado, pós-segunda guerra mundial), esse processo vai ficando cada vez
menos transparente e isso dificulta a percepção das lutas de classes, especialmente
no plano conjuntural e nos processos revolucionários. Uma solução para a
percepção mais adequada desse processo pode ser encontrada no conceito de
blocos sociais. Desta forma, torna-se importante a análise dos blocos sociais e
seu significado histórico e político para a compreensão das lutas de classes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b>Blocos Sociais e Intransparência
Capitalista<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esse processo de crescente intransparência, pós-Marx, tem a
ver com a complexificação e ampliação da divisão social do trabalho, incluindo
a formação e/ou consolidação de novas classes sociais. Marx previu em alguns
momentos, tal como no <i>Manifesto Comunista</i>
(MARX e ENGELS, 1988), uma polarização crescente entre burguesia e proletariado.
Da mesma forma, analisava a revolução proletária como uma revolução da maioria,
com o crescente processo de proletarização da sociedade burguesa (MARX e
ENGELS, 1988). A revolução proletária também parecia próxima, pois o
proletariado se desenvolvia em quantidade, organização e consciência. Esses três
aspectos (polarização entre as duas classes fundamentais, proletarização e
revolução da maioria, fortalecimento do proletariado) ocorreu numa época de
crise do regime de acumulação extensivo, que se expressou ao lado de revoluções
burguesas tardias, e assim houve uma certa radicalização das lutas de classes
na Alemanha e França, entre outros países, desde a década de 1840, embora com
antecedentes em anos anteriores e com processos posteriores, que culminam com a
Comuna de Paris, em 1871.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A constituição do regime de acumulação intensivo, fase do
capitalismo oligopolista, marca um novo estágio na luta de classes. O
proletariado conseguiu extrair da burguesia algumas concessões no interior das
relações sociais da sociedade capitalista, como a redução da jornada de
trabalho, legalização de partidos e sindicatos, etc. Ao mesmo tempo, a
sociedade capitalista avançava, tanto no processo de produção, com a instituição
do taylorismo (aumento da extração de mais-valor relativo) e outros processos,
quanto com a criação de uma sociedade civil organizada, com uma onda de
burocratização (partidos, sindicatos, universidades, etc.). Assim, o que a
burguesia cedeu, recuperou sob outra forma. No entanto, o que nos interessa
aqui é que o crescente processo de mercantilização e burocratização desse
regime de acumulação gera novas classes sociais. Marx, em <i>O Capital</i>, percebeu a emergência da “classe dos serviçais” (MARX,
1988), o que preferimos denominar classe subalterna, assim como a classe
burocrática, existente através de sua fração estatal e empresarial, se vê fortalecida
por uma ampla burocracia civil em constante crescimento (partidária, sindical,
universitária, eclesiástica, etc.). A classe intelectual também se consolida em
alguns setores e frações, se ampliando durante tal regime de acumulação. Assim,
novas classes sociais emergem e complexificam a luta de classes, ao lado das
classes anteriormente existentes (campesinato, lumpemproletariado,
latifundiários, artesãos, semiburgueses, cooperados, rentistas, etc.). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esse processo acaba promovendo uma confusão na luta de
classes. O proletariado acaba muitas vezes se confundindo com algumas destas
classes, tanto pela proximidade social e de renda com algumas, quanto por
interesses e reivindicações semelhantes, além das influências culturais. O
proletariado, por exemplo, em certos momentos e setores, se aproxima da
burocracia sindical, especialmente nessa época em que a força e diferenciação
desta era menor do que passa a ocorrer a partir da passagem para o capitalismo
oligopolista transnacional. No entanto, a origem proletária de muitos
sindicalistas acaba fazendo a confusão permanecer até os dias de hoje, embora
em muito menor grau. Mas também a proximidade com o campesinato, artesãos e
semiburgueses<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
aliado com a hegemonia burguesa, é outro obstáculo constituído para o avanço da
luta proletária.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A questão é que essa complexificação das lutas de classes
aumenta com a passagem para o capitalismo oligopolista transnacional
(pós-1945), pois o avanço da mercantilização, burocratização e competição,
gerando um crescimento das classes subalterna, burocrática, intelectual. Por
outro lado, a política integracionista acaba diminuindo o ímpeto contestador do
proletariado por algum tempo e a renovação hegemônica, novas ideologias, novas
tecnologias, entre outros processos, acabam contendo o potencial revolucionário
dentro do capitalismo, no caso dos países imperialistas. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p>O aumento relativo de renda, os avanços tecnológicos e
medicinais, o crescimento do consumo (junto com a ideologia da “sociedade de
consumo”), ampliação da destruição ambiental e competição social, intensificação
dos desequilíbrios psíquicos<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a>, entre
outros, criam uma situação social marcada por um recuo do na qual há, por um
lado, um recuo do movimento operário e, por outro, emergem novas reivindicações
e algumas divisões sociais acabam ganhando maior relevância e presença, gerando
um fortalecimento de certos movimentos sociais. Assim, os movimentos sociais,
baseados em divisão de grupos, que formam a sua base social, acabam
complexificando e confundindo ainda mais as lutas de classes (VIANA, 2016). A
juventude emerge como grupo social consolidado a partir dessa fase do
capitalismo e passa a cumprir um papel contestador cada vez mais forte com o
desenvolvimento desse regime de acumulação, desde as lutas estilistas até as
lutas mais radicais, tal como as lutas estudantis do final dos anos 1960. A
juventude, no entanto, não é uma classe social e sim um grupo social e, por
conseguinte, é constituída por indivíduos de diversas classes e isso, aliado
com outras determinações, geram distintas “conformidades geracionais” (VIANA,
2015a). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A presença de outros movimentos sociais, como feminino,
negro, pacifista, ecológico, entre outros, todos policlassistas, acabam
reforçando esse processo de confusão e complexificação no processo da luta de
classes, o que se amplia ainda mais com a passagem para o regime de acumulação
integral, não só por surgiram novas reivindicações e grupos, como também pelas
novas ideologias e renovação hegemônica que produz e cria um fortalecimento do
“especifismo” (TARDIEU, 2015).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É nesse contexto que o conceito de luta de classes continua
expressando a realidade, em seu caráter essencial. A classe capitalista
continua sendo a classe dominante, dominando o aparato estatal (gerido por sua
classe auxiliar, a burocracia, em sua fração estatal), a produção intelectual e
informacional, e gerindo a acumulação de capital, processo de exploração, etc.
O proletariado continua sendo a classe revolucionária e que traz em si o
futuro, como colocou Marx (MARX e ENGELS, 1988). As demais classes (e os grupos
sociais) giram, ainda, em torno dessas duas classes. No entanto, esse processo
se tornou menos visível e mais complexo. A emergência e consolidação da
burocracia como classe social, especialmente certas frações da sociedade civil,
e a ideologia da representação que emerge com a democracia representativa
(VIANA, 2003), gera uma nova força política que atrai parte do proletariado e
demais classes desprivilegiadas. O proletariado, em períodos de estabilização
perde parte de sua radicalidade e ao lado da burocratização e mercantilização,
acaba recuando em suas lutas. Ela não deixa de existir, continua sobrevivendo
como luta cotidiana, lutas espontâneas, explosões localizadas de radicalidade,
algumas vezes reforçadas por outros setores da sociedade (juventude,
lumpemproletariado, grupos políticos, intelectuais, etc.).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É nesse contexto que é necessário entender que uma coisa são
as classes sociais determinadas pelas relações de produção dominantes e outra
coisa são elas agindo de acordo como seus interesses de classe, especialmente
os interesses fundamentais (que são distintos dos interesses imediatos). Os
interesses imediatos são os compartilhados pelos indivíduos das classes, tal
como o interesse dos proletários em aumentos salariais, da burguesia em aumento
de lucro, dos burocratas em aumento da burocratização e assim por diante. A
luta pelos interesses imediatos é constante, mesmo porque são reforçados pela
mentalidade burguesa, hegemonia, pressões sociais, etc. e, muitas vezes, eles
estão intimamente ligado à própria sobrevivência (nesse caso, em setores das
classes desprivilegiadas) ou sustentação de pertencimento de classe.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os interesses fundamentais são aqueles que apontam para as
necessidades coletivas de uma classe social em sua totalidade e em longo prazo.
Assim, a classe capitalista tem como interesse fundamental a reprodução
ampliada do capital, condição para a continuidade de sua existência; o
proletariado tem interesse fundamental em abolir o capital e a si mesmo,
superando sua situação de classe explorada; a burocracia tem interesse
fundamental em burocratizar o conjunto da sociedade. Estes exemplos apenas
mostram os interesses fundamentais de algumas classes. Porém, nem sempre as
classes sociais defendem seus interesses fundamentais. Voltaremos a isto
adiante.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Outros elementos complexifica essa situação, que são as
subdivisões no interior de uma classe social e seus interesses específicos, bem
como outras formas de divisão social. Isso, muitas vezes, gera diferenças,
divisões políticas, conflitos, no interior de uma mesma classe social. Outro
elemento é o da consciência, pois não é homogênea em uma classe social e mesmo
tendo o mesmo modo de vida, interesses comuns (imediatos e fundamentais) e luta
comum contra outras classes, o que gera costumes e representações também comuns
(MARX e ENGELS, 1991). No entanto, em meio ao que é comum, também se manifesta
diferenças, especialmente no âmbito político e social.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É nesse contexto que a distinção realizada por Marx entre
classe em-si (determinada) e classe para-si (autodeterminada) é fundamental. A
classe determinada é aquela que reproduz a dinâmica gerada pelas relações de
produção dominantes, pelo aparato estatal e, no capitalismo contemporâneo, pelo
capital comunicacional, instituições, etc. Existe uma classe social que é,
imediatamente, classe autodeterminada: a burguesia. Ela, por ser a classe
dominante e por possuir uma “associação” que faz valer seus interesses de
classe, o estado, é autodeterminada, defende seus interesses fundamentais via
aparato estatal. Isso, no entanto, não quer dizer que ocorre com todos os
indivíduos, frações, setores, da classe capitalista. Muitos indivíduos,
setores, etc., podem ter interesses imediatos que entram em contradição com os
interesses fundamentais da classe, além da questão da consciência acima aludida
e outras determinações. No entanto, ela é a classe mais homogênea e que possui
um aparato que defenda seus interesses fundamentais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O proletariado, por sua vez, é uma classe determinada pelo
capital (relações de produção dominantes) e por isso fica, geralmente, no nível
dos interesses imediatos, submetidos à hegemonia e mentalidade burguesas,
subdividido em diversas frações, setores, perpassado por diversas diferenças (culturais,
políticas, etc.). A sua passagem para classe autodeterminada é resultado da
luta de classes, quando esta ganha certa radicalidade. Esse processo já foi
descrito por alguns autores (MARX, 1986a; JENSEN, 2014; VIANA, 2008). As demais
classes ficam numa posição semelhante ao proletariado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim, por detrás da vida cotidiana e seu emaranhado de
conflitos, conciliações, competição, mudanças, é possível perceber a luta de
classes, mesmo que os agentes diretamente envolvidos não percebam da mesma
forma o que está ocorrendo. Marx já havia colocado isso ao tratar das lutas de
classes na França durante o bonapartismo:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 6pt 0cm 6pt 4cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Os legitimistas e os orleanistas, como dissemos, formavam as duas
grandes facções do partido da ordem. O que ligava estas facções aos seus pretendentes
e as opunha uma à outra seriam apenas as flores-de-lis e a bandeira tricolor, a
Casa dos Bourbons e a Casa dos Orléans, diferentes matizes do monarquismo? Sob
os Bourbons governara a grande propriedade territorial, com seus padres e
lacaios; sob os Orléans, a alta finança, a grande indústria, o alto comércio,
ou seja, o capital, com seu séquito de advogados, professores e orados
melífluos. A Monarquia Legitimista foi apenas a expressão política do domínio
hereditário dos senhores de terra, como a Monarquia de Julho fora apenas a
expressão política do usurpado domínio dos burgueses arrivistas. O que separava
as duas facções, portanto, não era nenhuma questão de princípio, eram suas <i>condições materiais de existência</i>, duas
diferentes espécies de propriedade, era o velho contraste entre a cidade e o
campo, a rivalidade entre o <i>capital e o
latifúndio</i>. Que havia, ao mesmo tempo, velhas recordações, inimizades
pessoais, temores e esperanças, preconceitos e ilusões, simpatias e antipatias,
convicções, questões de fé e de princípio que as mantinhas ligadas a uma ou a
outra casa real – <i>quem o nega</i>? Sobre
as diferentes <i>formas de propriedade</i>,
sobre as condições sociais, <i>maneiras de
pensar e concepções de vida distintas e peculiarmente constituídas</i>. A <i>classe inteira</i> <i>os cria e os forma sobre a base de suas condições materiais e das
relações sociais correspondentes.</i> O indivíduo isolado, que as adquire
através da <i>tradição</i> e da <i>educação</i>, poderá <i>imaginar</i> que constituem os motivos reais e o ponto de partida de
sua conduta. Embora orleanistas e legitimistas, embora cada facção se
esforçasse por convencer-se e convencer os outros de que o que as separava era
sua lealdade às duas casas reais, os fatos provaram mais tarde que o que
impedia a união de ambas era mais a <i>divergência
de seus interesses</i>. E assim como na vida privada se diferencia o que um
homem pensa e diz de si mesmo do que ele realmente é e faz, nas lutas
históricas deve-se distinguir mais ainda as frases e as fantasias dos partidos
de sua formação real e de seus <i>interesses
reais</i>, o conceito que fazem de si do que são na realidade (MARX, 1986b, p.
45-46).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 6pt 0cm 6pt 4cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A análise magistral de Marx aqui é apenas uma aplicação da
concepção materialista da história. O seu mérito, presente em qualquer análise
dialética autêntica, consiste em superar a aparência e revelar por detrás dela
a essência e o concreto com suas múltiplas determinações. Marx revela aqui, num
plano mais histórico e concreto de análise, as múltiplas determinações sem
nunca abandonar a determinação fundamental. Nesse processo, ele analisa as
“duas facções do partido da ordem”. Ele chega até aos detalhes mais
corriqueiros das lutas políticas, mostrando sua concreticidade e como a
consciência, as concepções, as formas de pensar, etc., existem e se manifestam,
mas não estão livres da determinação dos interesses de classes. Além disso,
poderíamos elencar as correntes de opinião e diversos outros fenômenos contemporâneos
que aumentam a complexidade da situação. As duas facções do partido da ordem
são semelhantes ao que denominamos duas alas do bloco dominante, embora o
vínculo das facções com classes sociais era muito mais visível, devido a época
e suas especificidades.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Essa análise de Marx serve, principalmente, para
conseguirmos entender o significado da luta de classes e como ela,
concretamente, se manifesta, sendo que podemos e devemos trabalhar no âmbito do
que é essencial (a luta de classes e os interesses envolvidos) e sua
materialização concreta, com múltiplas determinações, que obliteram a
consciência dos indivíduos e classes nesse processo. Isso, aliado à
complexificação real e confusão mental em torno das lutas de classes na
sociedade contemporânea, reforça a necessidade de pensarmos não apenas em
termos de classes isoladas, mas também de suas relações, aproximações,
distanciamentos, oposições e antagonismos. A compreensão desses processos pode
ser realizada através do conceito de blocos sociais. Isso não significa
abandonar a luta de classes, mesmo porque, tais blocos são expressões desta
luta em nível concreto. Mas significa ultrapassar a análise dicotômica e
abstrata em apenas duas classes sociais, que tem o mérito de apontar para o
essencial, mas tem o demérito de esquecer a complexidade da realidade e, ainda,
permitir deformações de análise por reduzir os conflitos sociais a apenas dois
polos em oposição, colocando lutas secundárias como fundamentais e, por
conseguinte, lutas fundamentais como secundárias. Assim, para a análise da política
institucional (o que seria útil para cientistas políticos se ultrapassassem sua
cegueira ideológica), para o entendimento das divergências no interior da
classe dominante ou das classes privilegiadas, para a compreensão das
conjunturas políticas e formas de amortecer a luta entre classe capitalista e
classe operária, o conceito de blocos sociais se torna fundamental.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b>O que são blocos sociais?<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os blocos sociais podem ser definidos por sua composição
social, suas concepções, entre outras formas. Mas isso seria ilusório. Não
existe uma relação direta e imediata entre blocos sociais e classes sociais,
pois não são conceitos que podem ser sobrepostos um ao outro. Os blocos sociais
reúnem classes que, por sua vez, podem estar dispersas em mais de um deles ou suas
subdivisões. Por isso é importante entender o conceito de blocos sociais antes
de tratar dos blocos e suas manifestações concretas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Antes, no entanto, de iniciar, é preciso deixar claro as
semelhanças e diferenças entre a concepção aqui apresentada de blocos sociais e
a ideologia gramsciana de “bloco histórico”. A razão disso é que, no meio da
diferença, existem algumas semelhanças, principalmente no uso que alguns
inspirados na ideologia gramsciana usam para analisar as lutas políticas. O
construto gramsciano de “bloco histórico” é uma tentativa de expressar,
simultaneamente, “base” e “superestrutura”, formando um bloco num determinado
momento histórico. Apesar de tal concepção estabelecer um vínculo correto, pois
as mudanças no interior de um determinado modo de produção certamente afeta as
formas sociais<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
a noção de bloco histórico pode trazer mais confusão do que esclarecimento,
especialmente na perspectiva politicista e culturalista gramsciana (VIANA, 2015b).
A unidade e correspondência entre modo de produção e formas sociais já está em
Marx, no âmbito de uma determinada sociedade (por exemplo, no modo de produção
capitalista há unidade entre este e as formas sociais capitalistas) e as
mutações no modo de produção, obviamente, também geram mudanças nas formas
sociais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O conceito de blocos sociais é distinto, já que não enfatiza
a totalidade das formas sociais em sua correspondência com o modo de produção
(muito menos da forma abstrata e equivocada apresentada por Gramsci). Os blocos
sociais são determinadas formas assumidas por uma constelação de forças que
expressam o interesse de uma ou outra classe social, girando em torno das duas
classes sociais fundamentais. Porém, não se trata das classes sociais
concretamente, muito menos de sua totalidade. Os blocos sociais são as formas
mais organizadas e conscientes expressas pelas classes sociais que estabelecem
estratégias, programas, ideologias, que direcionam suas ações de acordo com os
seus interesses. Assim, os blocos sociais estão indissoluvelmente ligados às
classes sociais, mas eles não são a mesma coisa. A diferença entre classe
social e bloco social reside no fato de que o primeiro expressa a classe em sua
totalidade e ação espontânea e o bloco expressa seus setores mais organizados e
conscientes, bem como a classe é uma unidade e o bloco é a reunião de mais de
uma classe (e contando com suas subdivisões), realizando uma coalização de
forças. É por isso que o termo é “bloco”, pois é a reunião de um conjunto de
forças que expressam de forma organizada e consciente determinadas classes
sociais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim, o que comanda os blocos sociais são os interesses de
classes (imediatos ou fundamentais, dependendo do caso, bem como do conjunto da
classe ou de frações ou setores, tal como mostraremos a seguir, colocando a
dispersão de forças de determinadas em classes em mais de um bloco). Os blocos
sociais são, portanto, as forças mais ativas no desenvolvimento social,
produzindo estratégias, ideologias, ações, programas, disputas e alianças, etc.
A base social dos blocos sociais são as classes sociais, mas estas em suas
divisões e subdivisões, na forma de classe determinada ou, raramente (com
exceção da burguesia) autodeterminada, submetidos à hegemonia, competição,
lutas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os blocos sociais não são homogêneos, pois como são
compostos por classes e frações de classes, com suas subdivisões e interesses
próprios, bem como geram uma diversidade de organizações (muitas vezes
complementares, aliadas ou desalinhadas) e concepções (ideologias, doutrinas, etc.,
muitas vezes próximas, mas com diferenças e ênfases distintas). Essas
organizações são as mais variadas, tais como fundações, partidos políticos,
grupos políticos, setores organizados dos movimentos sociais, empresas,
associações, etc. As concepções também são de várias formas, desde as
ideologias mais sistemáticas, passando por doutrinas políticas, representações
cotidianas fundadas em determinada mentalidade, bem como, momentaneamente,
expressando determinada corrente de opinião.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Essas distinções no interior dos blocos sociais não devem,
no entanto, ser superestimadas. O bloco social, no fundo, especialmente quando
se vê ameaçado ou seus interesses comprometidos, se unifica. Essa divisão
ocorre no interior de uma unidade, ou seja, no aspecto geral e fundamental, há
concordância, a discordância ocorre nos detalhes, estratégias, táticas,
interesses particulares no interior dos interesses de classes que apontam para
a reprodução ou transformação da sociedade. Essas distinções podem ser
denominadas alas e cada bloco social tem mais de uma ala, embora uma seja
sempre hegemônica. A existência e dinâmica dessas alas são comandadas pela luta
de classes e suas derivações: interesses, formas de consciência, processos
psíquicos coletivos, disputas políticas, partidos políticos, etc., de acordo
com a dinâmica do modo de produção, especialmente os regimes de acumulação e
conjunturas políticas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As alas dos blocos sociais podem aumentar ou diminuir em
quantidade, dependendo do contexto, bem como pode promover aproximações ou
distanciamentos, intensificar ou reduzir competição e conflitos. A luta de
classes, a dinâmica do regime de acumulação, as conjunturas, entre outros processos,
acabam interferindo na formação e ação das alas dos blocos sociais e nos
interesses específicos internos tanto dos blocos sociais quando de suas alas,
gerando maior ou menor oposição.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um elemento que deve ser esclarecido é que a dinâmica dos
blocos sociais e de suas alas internas varia de acordo com o bloco social
específico do qual se trata. Cada bloco social aglutina determinados
interesses, partidos, ideologias, concepções e eles são distintos, por isso
existe oposição ou antagonismo entre os blocos sociais. Da mesma forma, no
interior de cada bloco social, também existem esses processos, que gera,
internamente, oposição, competição, mas nunca antagonismo, já que o interesse
geral é o mesmo, especialmente o fundamental, que é a reprodução do capitalismo
(no caso do bloco dominante e do bloco reformista, tal como mostraremos
adiante) ou abolição do mesmo (no caso do bloco revolucionário). A dinâmica
interna das alas também é distinta, pois não somente a base social, as formas
organizacionais e de consciência, bem como interesses imediatos e específicos,
entre outros processos, são distintos. Isso é o que pode ser colocado num nível
mais elevado de abstração, a análise concreta dos blocos sociais permite ir
além e especificar melhor sua dinâmica e subdivisões.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em síntese, os blocos sociais são expressões de classes e frações
de classes que se unem através de suas forças organizadas e formas de
consciência, gerando novos interesses e processos de luta, o que complexifica a
luta de classes, inclusive pela confusão, muitas vezes estabelecida (e algumas
até intencionalmente) pelos representantes intelectuais do bloco dominante ou
do bloco progressista (reformista), no sentido de desviar a luta de classes da questão
fundamental, o modo de produção capitalista, para a política institucional,
questões morais, disputas partidárias, etc.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Isso quer dizer que a análise marxista dos blocos sociais
mostra o que a autoilusão desses expressam, mas deixando claro e transparente o
que é ilusório e autoilusão e o que é real, ou seja, qual seu significado para
a luta de classes, sua função de reprodução ou transformação. Ou seja, sob a
intransparência da diversidade de ideologias, formas de consciência com
conteúdos distintos, partidos, forças organizadas, posições políticas, etc., a
análise marxista objetiva deixar transparente o jogo e suas regras. A análise
marxista visa, portanto, mostrar que faz parte do jogo e suas regras iludir o
proletariado e as demais classes desprivilegiadas para que participe dele e se
envolva nesse processo abandonando seus interesses de classe, especialmente o
fundamental, a sua autoemancipação, e vire bucha de canhão das classes
privilegiadas. A inclusão do proletariado nesse jogo e em suas regras, seja a
política institucional, seja a luta pelo poder estatal ou qualquer outro
elemento, significa a sua manutenção como classe determinada, envolvida na dinâmica
capitalista. A única vantagem, dependendo do contexto, é quando existe a
possibilidade de, no processo de luta, ultrapassar os limites impostos pelo
jogo e suas regras, o que pode ocorrer dependendo do contexto e do que está em
jogo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os blocos sociais são fundamentalmente três. Um bloco gira
em torno da classe dominante, sendo o bloco dominante e o outro gira em torno
do proletariado, sendo o bloco revolucionário. Entre ambos, aparece um terceiro
bloco, composto por frações de classes que buscam se autonomizar, especialmente
a burocracia. A força desses três blocos e suas dinâmicas são diferentes e se
alteram com o desenvolvimento da luta de classes. Por isso é interessante
abordar cada um desses blocos de forma separada e depois analisar suas relações
no espaço concreto das lutas de classes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b>O Bloco Dominante<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn4" title="">[4]</a></span></b></span><a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn4" title=""><!--[endif]--></a></span><o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><b><br /></b></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A classe dominante, por seu poder financeiro, controle da
acumulação de capital, controle do capital comunicacional, além do domínio
sobre o aparato estatal, é a força central no bloco dominante e que o coordena
e estabelece seus objetivos, a partir dos seus interesses. A classe capitalista
não é homogênea e por isso persegue os mesmos interesses fundamentais e gerais,
a reprodução do capitalismo, ao lado de interesses particulares e imediatos,
gerando diferenciações no seu interior. Em cada regime de acumulação, uma
determinada estratégia de classe<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn5" name="_ftnref5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></a> no
sentido de conservação do capitalismo se torna hegemônica no interior da classe
dominante. O bloco dominante se constitui a partir de determinado regime de
acumulação<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn6" name="_ftnref6" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
ou, o que significa dizer o mesmo com outras palavras, uma certa forma
cristalizada de luta de classes. Em cada regime de acumulação emerge uma
estratégia de classe da burguesia que é duradoura e o bloco dominante, mesmo
que mude seus representantes individuais, grupos, partidos, frações de classes,
etc., ele segue a linha estratégica adotada. É por isso que mesmo partidos do
bloco progressista, quando conquista o aparato governamental, reproduz as
políticas impostas pela estratégia da classe dominante adequada a determinado
regime de acumulação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A burguesia emergente fez aliança de classes com a nobreza,
mas tão logo se viu forte o suficiente, graças ao apoio do proletariado e do
campesinato, derrubou esta e se tornou a única classe dominante. Mas para
manter sua dominação, ela teve que apelar para o apoio de suas classes
auxiliares, especialmente a burocracia e a intelectualidade. Não deixa de ser
revelador que a proliferação da burocracia civil e consolidação da classe
intelectual ocorrem após as revoluções burguesas. A burocracia estatal sempre
esteve a serviço da burguesia. A sua posição privilegiada, seu status, altos
salários, entre outros aspectos, mostram a fração da classe burocrática mais
forte, estável e bem remunerada. Cabe à burocracia estatal de comandar o
aparato estatal e, por conseguinte, a função de reprodução do capitalismo. A
burocracia empresarial, por sua posição social e proximidade com a classe
capitalista, também é outra fração de classe que se aglutina no bloco dominante
e tem papel importante no seu interior.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O bloco dominante conta, desde então, com a burguesia e com
a burocracia estatal como uma classe e uma fração de classe sempre presentes
nesse bloco. Ao seu lado, os estratos superiores da classe intelectual<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn7" name="_ftnref7" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></a> e
da burocracia (especialmente estatal, empresarial, eclesiástica), em certos momentos
e contextos históricos, a classe latifundiária. Essa é sua base social
principal. Essa base social é reforçada pela adesão de indivíduos, setores, de
outras classes sociais, mas que é mais frágil e determinada mais por reprodução
da mentalidade e hegemonia burguesas, corrente predominante de opinião, ilusões
e falsas esperanças, políticas estatais específicas, vantagens momentâneas,
etc. Essa parte é mais frágil e pode mudar de lado com maior facilidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O bloco dominante visa garantir a reprodução do capitalismo
e para isso cria uma ou mais estratégias de classe que supostamente realizam
essa ambição. A estratégia vencedora é aquela que se adequa mais às
necessidades e tarefas existentes num determinado regime de acumulação. A
estratégia integracionista se adequava ao regime de acumulação conjugado, ou
seja, o estado integracionista, intervencionista no plano da produção e
reprodução do capital, nas relações de produção e relações de distribuição, bem
como junto à população com suas políticas de assistência social e outras
políticas estatais, e assim forjou uma dominação duradoura e que parecia
insuperável. Da mesma forma, a estratégia liberal-democrática do regime de
acumulação anterior, o intensivo, também ofereceu essa aparência.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Essa estratégia, fundada em necessidades e tarefas voltadas
para garantir a reprodução ampliada do capital, se materializa em ideologias,
doutrinas, concepções, políticas estatais. A burguesia tem um papel fundamental
nesse processo através das empresas e fundações. A elaboração da estratégia
capitalista nasce e se torna hegemônica graças às empresas capitalistas que
financiam pesquisas, imprensa, etc., graças ao capital educacional (indo do
ensino superior, de onde brotam algumas ideologias e concepções, ao inferior,
onde elas são reproduzidas, divulgadas, vulgarizadas, etc.), ao capital
comunicacional (que incentiva e reproduz, divulga, vulgariza, etc.,
determinadas ideologias, concepções, etc.), ao aparato estatal, com os seus
aparatos particulares (educacional e comunicacional, que executam o mesmo
processo que suas versões privadas), fundações internacionais e nacionais, os
partidos políticos (que realizam produção e reprodução cultural, bem como promovem
divulgação e vulgarização e divulgação das mesmas) entre inúmeras outras
instituições.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim, o capital cria todas as condições para a vitória e
supremacia de uma determinada hegemonia. O bloco dominante executa esse
processo através da classe capitalista, do aparato estatal, partidos políticos,
das empresas e instituições. Assim, a cada regime de acumulação temos uma
hegemonia e com a alteração do regime de acumulação, temos uma renovação
hegemônica (VIANA, 2015c). Mas quem cria as ideologias, doutrinas, correntes
predominantes de opinião, etc.? Indivíduos reais de carne e osso, como não poderiam
deixar de ser. Sem dúvida, alguns indivíduos burgueses participam nessa
elaboração, bem como alguns burocratas, mas os grandes mentores intelectuais
são justamente os representantes intelectuais/ideológicos da burguesia. Estes
estão espalhados pela sociedade, alguns trabalhando para empresas capitalistas privadas,
outros para o capital comunicacional ou instituições educacionais (privadas ou
estatais), como também para o aparato estatal. Esses ideólogos geram a
estratégia, a base intelectual do bloco dominante. Alguns o fazem sob a forma
mais técnica, do como fazer, e outros a reforçam com justificativas
filosóficas, abstratas, ideologias mais amplas e sistematizadas, outros
divulgam e vulgarizam, gerando representações cotidianas, chavões e correntes
de opinião. Eles passam a ser hegemônicos nas esferas sociais<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn8" name="_ftnref8" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></a> e
através delas acaba se reproduzindo e se espalhando, influenciando até os
intelectuais que se são próximos dos demais blocos sociais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim, tanto as bases sociais quanto intelectuais do bloco
dominante visam à reprodução do capitalismo. No entanto, isso não significa
homogeneidade. Existem, no interior do bloco dominante, diferentes interesses,
concepções, ideologias, etc. O primeiro ponto são que, ao lado do interesse
geral e fundamental da reprodução do capitalismo, existem interesses imediatos
e específicos de classes sociais, frações de classes, partidos políticos,
grupos sociais, bem como distintas ideologias, concepções, representações.
Assim, a solução para uma crise do regime de acumulação ou proposta de uma nova
hegemonia, podem ser marcadas por divergências, da mesma forma que pode haver
oposição em relação à hegemonia estabelecida. Isso fica mais forte ainda na
disputa pelo poder estatal, nos regimes democrático-burgueses, nos quais determinadas
forças no interior do bloco dominante quer dominar o aparato estatal. É por
isso que é durante os processos eleitorais que essas divergências ficam mais
explícitas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Essas divisões geram alas distintas dentro do bloco
dominante. O número de alas e a intensidade da oposição e conflito variam com a
situação concreta, ou seja, com diversas determinações. As duas alas principais
no bloco dominante tende a ser a ala governista e a oposicionista<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn9" name="_ftnref9" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
facilmente identificável no processo eleitoral, nos dois grandes partidos ou
coalizões partidárias. Isso, no entanto, pode ser complexificado se o bloco progressista tiver condições de polarizar com um dos partidos ou coalizões
partidárias na disputa eleitoral principal (presidência, especialmente). Mas é
possível existirem outras alas dependendo da situação concreta e pelo menos
mais uma é bastante comum, apesar de sua visível fraqueza em épocas de
estabilidade política e financeira. Trata-se da ala extremista, composta por
forças nacionalistas, fascistas, neonazistas, entre outras. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p>A oposição entre ala governista e oposicionista mostra uma
disputa pelo poder que pode ou não estar acompanhada por diferente estratégia
de classe. Geralmente a estratégia de classe expressa numa determinada
hegemonia tende a ser quase consensual no bloco dominante, com exceção da ala
extremista, embora essa só ganhe real possibilidade de contrapor sua estratégia
em períodos de crise. As disputas eleitorais nos Estados Unidos, entre
democratas e republicanos é um exemplo de duas alas do bloco dominante
disputando o poder, assim como em diversos outros países. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A dinâmica do regime de acumulação e da luta de classes é
uma das principais determinações do processo de divisão e unificação do bloco
dominante, bem como os interesses e competição interna por poder, além das
diferenciações de projetos e ideologias, especificidades nacionais, etc. Em
momentos de formação de um regime de acumulação, geralmente após um período de
crise do anterior, a tendência é uma unificação (mesmo com diferenciações em
elementos secundários), bem como em sua época de consolidação. Isto quer dizer
que durante o ciclo de formação e o ciclo de consolidação de um regime de
acumulação há em nível geral uma unificação, o que não significa não haver
oposição, disputa pelo poder, e sim que a hegemonia é forte e que o caráter da
disputa é por posições e pelas forças que querem as vantagens do poder estatal.
Claro que isso, dependendo da intensificação da oposição e divisão da classe
dominante em apoio às alas, pode gerar uma situação inesperada e acelerar a
própria crise do regime de acumulação. Em períodos dos ciclos de dissolução, a
situação muda, as divergências internas se aprofundam, além dos interesses
particulares e disputa pelo poder estatal, diferentes soluções para a crise e
estratégias são apresentadas, tornando a disputa mais acirrada, e, ao mesmo
tempo, desviando as classes desprivilegiadas da percepção da real determinação
da crise e das verdadeiras soluções possíveis.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em síntese, o bloco dominante é comandado pela classe
dominante e tem como principal força auxiliar a burocracia estatal, que dirige
o aparato estatal. O seu objetivo é, simultaneamente, a reprodução do
capitalismo e dos interesses do bloco, que podem ser e geralmente são
conflitantes em aspectos secundários, pois todos os seus componentes preferem a
estabilidade política e financeira, o amortecimento da luta de classes, a
reprodução ampliada do capital, entre outros elementos. As alas do bloco
dominante geralmente disputam coisas secundárias, mas que nem por isso deixa de
existir e comprometer a própria estabilidade que buscam manter. A classe
dominante é dividida por frações e estas nem sempre possuem os mesmos
interesses e a mesma percepção da realidade. O capital financeiro, por exemplo,
pode preferir determinadas políticas estatais que lhe beneficia e outra fração
do capital, como a comercial, pode preferir outras políticas financeiras. A burocracia
estatal também não é homogênea e se diferencia entre burocracia governamental e
burocracia estatutária, além de suas subdivisões. O mesmo ocorre com outras
classes, frações de classes, grupos, indivíduos, que compõem o bloco dominante.
No entanto, no final das contas, esse bloco se unifica em torno da estratégia
da classe dominante e, caso setores se recusem a isso no interior de lutas de
classes radicalizadas, podem ser descartados, que é quando emergem os regimes
ditatoriais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b> </b><b style="text-indent: 0cm;"> </b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b>O Bloco Progressista (Reformista)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A divisão de classes da sociedade
capitalista faz emergir, além das classes sociais fundamentais, diversas outras
classes. Entre estas, se destacam a burocracia e a intelectualidade, que são
classes auxiliares da burguesia. O caráter auxiliar dessas classes se revela na
função que elas executam na sociedade capitalista, derivado da divisão social
do trabalho, e nos privilégios que seus estratos superiores possuem para
realizar esse processo. A burocracia exerce a função do controle social e a
classe intelectual da produção cultural. Enquanto classes auxiliares da
burguesia, sua autonomia é muito restrita. Os seus estratos superiores se
aquartelam no bloco dominante. No entanto, seus estratos médios e inferiores<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn10" name="_ftnref10" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></a>
se aglutinam em torno de um outro bloco, o progressista ou reformista. Esses
estratos acabam tornando-se insatisfeitos com sua situação social e por isso
esboçam uma autonomização, dentro dos limites permitidos pela situação de uma
classe auxiliar, gerando uma posição política que não se alinha totalmente com
o bloco dominante. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p>Uma parte do bloco progressista se
aproxima mais do bloco dominante, outra tenta se aproximar mais das classes
desprivilegiadas (e não do bloco revolucionário, a não ser em casos pontuais,
como colocaremos adiante). A classe mais forte no seu interior é a burocracia.
A burocracia civil é seu elemento mais forte e aglutina diversas frações da
classe burocrática no seu interior, as burocracias partidárias, sindicais,
universitárias, etc. A classe intelectual é sua segunda maior força,
aglutinando intelectuais dissidentes, ambíguos, ou seja, aqueles que estão fora
do circuito hegemônico e venal, ou seja, daqueles que apoiam o bloco dominante.
No entanto, alguns indivíduos e setores da burocracia (nestas frações
específicas), devido sua função de controle social e valores, se unem ao bloco
dominante. É o caso de parte da burocracia sindical atrelada aos partidos que
formam a coalização do bloco dominante, ou uma delas. A burocracia é mais
conservadora que a intelectualidade e por isso, um número considerável de intelectuais
hegemônicos e venais, por sua função de produção cultural, se aglutinam em
torno do bloco progressista.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O bloco progressista também atrai
setores da juventude, das classes desprivilegiadas e até mesmo alguns poucos da
classe capitalista, entre outras possibilidades. No entanto, esses setores são
apenas base de apoio e raramente conseguem um espaço de real influência. Essa é
a sua base social e é por isso que é um bloco bem mais frágil e nem sequer
possui uma estratégia de classe homogênea, pois suas divisões e fraqueza
dificultam sua formulação. A sua produção cultural não tem a mesma força que a
do bloco dominante, pois lhe faltam os recursos financeiros, espaços institucionais,
meios de divulgação, etc. A sua ambiguidade no interior da luta de classes
também é outro ponto fraco. Marx conseguiu notar um elemento ideológico que
viria a ser comum no bloco progressista ao analisar a economia política
inglesa. Em sua análise, ele mostra que a força da luta proletária fez com que
alguns economistas buscassem unir os interesses capitalistas e proletários.
Assim, o bloco progressista quer ser o mediador entre as classes antagônicas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
De sua fraqueza, também emerge sua
necessidade de apoio popular para chegar ao poder estatal, seu objetivo máximo.
Assim, em nível mais geral, a sua estratégia de classe é apelar para o
proletariado, para as classes desprivilegiadas, geralmente usando terminologia específica,
como “povo”, “massas”, entre outros, visando se fortalecer, eleitoralmente ou
como base de apoio, para conquistar o poder estatal. Dessa estratégia geral,
emerge duas formas específicas de a concretizar, adotadas por suas alas, ou
seja, suas divisões internas. Assim, aparentemente o bloco progressista tem uma
base popular, mas a sua direção pertence à burocracia e, em menor grau, à
intelectualidade (e os indivíduos dessa muitas vezes passam para a burocracia e
isso ocorre com relativa facilidade, quando são mais ativistas). Essa aparência
tem um elemento real, pois parte da população e das classes desprivilegiadas
realmente apoiam tal bloco, seja em processos eleitorais ou outras formas de
ação política, embora em número reduzido, o que varia com as conjunturas
políticas, processos sociais em geral, tendo épocas no qual isso se torna mais
amplo. Outro elemento que deve ser considerado é que a classe de origem de
muitos burocratas e intelectuais é o proletariado ou demais classes
desprivilegiadas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No entanto, é necessário alertar
que não se trata da totalidade dessas classes, frações de classes, etc. O bloco
progressista existe graças aos elementos organizados e conscientes da
burocracia e outras classes, frações, grupos, etc. Alguns membros da
burocracia, intelectualidade, etc., não se aglutinam em nenhum bloco social,
apenas se reproduzem em sua profissão e vida cotidiana, algumas vezes assumindo
posição em períodos eleitorais ou nem mesmo nesses casos. A sua estruturação
como bloco também é mais frágil e ocorre no âmbito dos seus setores mais
organizados, conscientes e ativos, especialmente nas burocracias partidárias e nos
meios intelectuais geralmente, mas nem sempre, associados a elas. A sua
expressão mais forte e característica é geralmente o partido social-democrata
mais estruturado, burocratizado, eleitoralmente mais relevante e mais popular.
Outros menores giram em torno dele, surgem a partir dele como dissidência
(geralmente por questões táticas e secundárias, no plano do discurso, embora o
real motivo seja, na maioria dos casos, a falta de oportunidade no interior do
partido que se julga conseguir formando outra organização partidária). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Outras organizações burocráticas,
como igrejas, universidades, organizações civis, etc., também fornecem
elementos de ideologia, doutrinas, apoio. A intelectualidade tem uma parte
ativa no interior do bloco progressista e outra que apoia, reforçando sua
influência social, especialmente sobre as classes desprivilegiadas. Em
determinadas situações, quando consegue polarizar com o bloco dominante,
reforça sua unidade e capacidade de disputa real pelo poder estatal. Uma vez
conseguindo concretizar a conquista eleitoral e se tornar a burocracia
governamental, desloca todo um setor do bloco progressista (o partido principal
e os aglutinados em sua coalização partidária, além de vários setores da
sociedade e os setores cooptados a partir das políticas estatais, os iludidos,
etc.). Nesse momento, o bloco progressista se enfraquece drasticamente e o
setor que ascendeu ao poder estatal se torna mais conservador e passa a
efetivar as políticas estatais determinadas pelo bloco dominante, pois
reproduzem as necessidades da acumulação de capital.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A base intelectual do bloco
progressista é constituída por determinadas ideologias, doutrinas, concepções,
mais permanentes (social-democracia, bolchevismo, etc.), que formam a sua
estratégia, e táticas mais conjunturais produzidas por seus burocratas e
ideólogos. Um elemento permanente na ideologia do bloco progressista é
justamente a ideia do progresso ou das reformas. A ideia de progresso aponta
para uma concepção evolucionista e ligada à ideologia burguesa. Kautsky, um dos
principais ideólogos da social-democracia, recuperava Darwin e a ideia de
evolução (KAUTSKY, 1975). Bernstein pregava um “socialismo evolucionário”
(BERNSTEIN, 1997). Ou seja, mesmo aqueles que no interior do bloco progressista
colocam o “socialismo” como objetivo, o fazem a partir da ideia de progresso. O
que denominam “socialismo” é, na verdade, um capitalismo reformado. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No entanto, também não existe uma
unidade ou homogeneidade no bloco progressista. No seu interior se encontra
forças extremamente moderadas, como se pode ver nos partidos trabalhistas, humanistas,
verdes, bem como diversas versões, mais ou menos moderadas (e quanto maiores os
partidos, maior é seu conservadorismo) da social-democracia, alguns partidos
“comunistas” moderados, até chegar aos mais contestadores, especialmente os
partidos “comunistas” de tendência trotskista ou maoísta. Nesse sentido, é
possível identificar duas alas principais no bloco progressista, a ala moderada
e ala extremista.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A ala moderada é a mais forte e a
que tem maiores condições de polarizar, em certos contextos históricos, com o
bloco dominante, inclusive, nesses momentos, aglutina quase todo o bloco progressista,
até mesmo parte da ala extremista. Ela possui mais recursos financeiros, acesso
a cargos nos governos (inicialmente municipais, indo para escalões superiores
com o crescimento partidário e eleitoral), e sua base social se encontra mais
nos estratos médios da burocracia e intelectualidade, embora também aglutine
alguns indivíduos e setores dos estratos superiores e inferiores. Os partidos
mais fortes e principais sindicatos e centrais sindicais são seus pilares
principais, além das instituições estatais e civis nas quais burocratas e intelectuais se aquartelam.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A sua ideologia principal é a
social-democracia, também conhecida como “revisionismo” ou “reformismo”. A sua
estratégia tem variações, mas o elemento central é realizar conquistas eleitorais
paulatinas até chegar a ganhar a eleição principal, tornando-se burocracia
governamental. Em seus discursos, isso seria um meio para conseguir grandes
reformas sociais e alguns até colocam isso como etapas para se chegar ao
“socialismo”. No entanto, o objetivo real é a conquista do poder estatal e as
reformas é apenas para se justificar, legitimar, conseguir apoio (popular e dos
setores mais reformistas ou extremistas). As obras de Kautsky, Bernstein,
Gramsci, Stálin, bem como versões moderadas de Lênin, Trotsky e outros são
algumas de suas bases ideológicas mais antigas e permanentes, geralmente
complementado por ideólogos mais recentes e por um pragmatismo mais forte.
Alguns setores, inclusive, negam as ideologias (ou as deformam para seus
propósitos) e pregam o ativismo e praticismo, bastante úteis para suas
pretensões e manipulação das classes desprivilegiadas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A ala extremista do bloco
progressista é mais radical discursivamente. Ainda mantém o discurso em torno
do “socialismo” ou “comunismo”. Uma parte dela vive buscando aliança com a ala
moderada, alguns setores, inclusive, vegetam no interior de partidos
social-democratas. A sua base social é geralmente os estratos inferiores da
burocracia e intelectualidade. A burocracia partidária de pequenos partidos ou
grupos políticos aspirantes a se tornarem partidos, a burocracia de sindicatos
menores, além de setores de outras burocracias em seus estratos inferiores.
Esse é o mesmo caso dos intelectuais que se aglutinam na ala extremista, são
geralmente os mais jovens, iniciantes e marginalizados, bem como seus estratos
inferiores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A sua base ideológica principal é o
leninismo (bolchevismo) em suas diversas variantes. Ela tem um apelo populista
mais expressivo que a social-democracia e, ao mesmo tempo, reproduz o
progressismo que está em sua base. Lênin e o leninismo são herdeiros da
social-democracia e compartilharam com ela a maior parte de duas concepções
(BARROT, 2014). A ideia de vanguarda, de conquista do poder estatal, etc.
Certas tendências leninistas (especialmente os stalinistas) não se diferenciam
da social-democracia a não ser no plano discursivo e por referências
intelectuais e ao “socialismo”, algo para um futuro muito distante. O seu
progressismo pode ser exemplificado na frase de Lênin: “<span style="background: white;">O único socialismo que podemos imaginar é aquele
baseado em todas as lições aprendidas através da cultura capitalista em larga
escala” </span>(Lênin, 1988a), ou, de forma mais enfática e reveladora, “<span style="background: white;">O socialismo é inconcebível sem a grande
técnica capitalista baseada na última palavra da ciência moderna, (é
inconcebível) sem uma organização planificada do Estado que subordine dezenas
de milhões de pessoas ao mais estrito cumprimento de normas únicas de produção
e distribuição” (LÊNIN, 1988b).</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A supervaloração da ciência tem um
papel estratégico na ideologia leninista, pois é a justificativa e legitimação
da ideologia da vanguarda e da necessidade de burocracia e direção, sem
progresso capitalista. Ao lado dele, há o fetichismo das forças produtivas e da
tecnologia, bem como da técnica. O etapismo acusado no stalinismo e na Terceira
Internacional é apenas uma continuação dessa ideologia progressista. A própria
concepção de socialismo e comunismo (nessa ideologia, dois coisa diferentes e
etapas do progresso social) não ultrapassa a forma de um capitalismo reformado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em síntese, o bloco progressista é
composto por aquelas tendências, incluindo sua ala extremista e pseudomarxista<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn11" name="_ftnref11" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
realiza o culto do novo, do progresso capitalista, aliado com discursos sobre
as classes desprivilegiadas, os trabalhadores, reformas sociais, distribuição
de renda e coisa semelhantes. Daí sua atratividade para burocratas (valoração
da direção, da burocracia), intelectuais (valoração da ciência, da técnica),
dos jovens (valoração do novo e do progresso, da inovação), classes
desprivilegiadas (discurso populista de distribuição de renda, combate a
desigualdades, “socialismo”, “comunismo”).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b>O Bloco Revolucionário<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O bloco revolucionário é o mais frágil dos blocos sociais. A
razão disso se encontra em sua base social: o proletariado e as classes
desprivilegiadas, setores da juventude, setores radicalizados de alguns grupos
sociais (geralmente compostos por indivíduos das classes desprivilegiadas), uma
minoria da intelectualidade, alguns poucos indivíduos oriundos das classes
privilegiadas. Obviamente que não se trata do proletariado em sua totalidade,
mas sim aqueles indivíduos ou setores do proletariado mais conscientes e
organizados, embora em certos momentos históricos aumentem drasticamente sua
quantidade até abarcar a maior da classe. O aumento quantitativo também ocorre
nos outros quando isso acontece. O bloco revolucionário é expressão do
proletariado e da hegemonia proletária, mas como essa classe revolucionária só
passa de classe determinada pelo capital para classe autodeterminada no
processo de luta, e quando este atinge certa radicalidade, então ele se funde
com a classe revolucionária no desencadeamento de uma revolução proletária.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
São raros os indivíduos oriundos da classe capitalista e da
classe burocrática que se aglutinam no seu interior. Isso se deve, obviamente,
aos interesses de classes delas que são, simultaneamente, os interesses
pessoais dos seus integrantes. Além disso, o antagonismo do bloco
revolucionário com a classe capitalista e com a burocracia, embora apenas uma
parte dele tenha isto claramente consciente, reforça a recusa de sua presença
nos mesmos. Indivíduos da classe intelectual, embora encontrem problemas
semelhantes sob forma menos intensa, e certos setores não criarem obstáculos
nesse caso, possuem maior presença, embora alguns colaborem à distância, apenas
na produção intelectual sem uma ação política coletiva.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A força principal do bloco revolucionário é oriunda de
alguns intelectuais, setores da juventude e setores das classes
desprivilegiadas que se organizam em grupos políticos (marxistas, anarquistas,
etc.), formais ou informais, em ações esporádicas ou produção cultural. Assim,
além de grupos revolucionários propriamente ditos, tendências revolucionárias
no interior de movimentos sociais, grupos artísticos, círculos intelectuais,
entre outros, compõem o bloco revolucionário. Contudo, a sua força organizativa
possui restrições que os outros blocos não possuem. O primeiro são os recursos
financeiros escassos, geralmente a autossustentação financeira, o que é
reforçado pela recusa em parte deles pela percepção que o processo de
mercantilização pode gerar corrupção e abandono do caráter de classe
proletário. O segundo ponto é um ponto forte e fraco ao mesmo tempo: a recusa
da burocracia. Tal recusa permite dificultar ou impedir a burocratização, mas,
ao mesmo tempo, diminui a eficácia política das organizações, pois ficam muitas
vezes dispersa, sem maior organização, articulação e estratégia. A terceira é a
dificuldade pessoal da maior parte dos indivíduos, pois necessitam sobreviver e
buscar os meios para tal, como o trabalho, o que retira tempo e melhores
condições de ação. A quarta é a formação política e intelectual geralmente
precária, devido ao pertencimento de classe da grande maioria e a falta ou
dificuldade de acesso ao saber teórico e outras formas de consciência, mais
ainda sob forma aprofundada. Essa debilidade teórica e formativa acaba tendo um
efeito negativo poderoso no interior do bloco revolucionário.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A sua base intelectual mais estruturada e desenvolvida é o
marxismo. Obviamente que aqui se trata da teoria elaborada por Marx e daqueles
que mantiveram a perspectiva proletária no seu interior, tal como o comunismo
de conselhos e o marxismo autogestionário contemporâneo. Assim, o pensamento de
Marx é a forma permanente por ter constituído os elementos
teórico-metodológicos adequados para a análise da realidade social e luta de
classes (método dialético, materialismo histórico, teoria do capitalismo,
teoria da revolução proletária) que, em seus elementos essenciais, continuam
válidos e foram atualizados e desenvolvidos pelo comunismo de conselhos e pelo
marxismo autogestionário. Outras concepções, doutrinas, representações
cotidianas se mesclam, influenciam, ou tentam trilhar um caminho autônomo,
geralmente caindo no ecletismo com ideologias e concepções dominantes, mas que
tem uma presença e impacto no bloco revolucionário que não pode ser descartado
no plano analítico.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É com base no marxismo que se funda a estratégia de classe
do proletariado. A luta proletária é pela transformação social radical e total
das relações sociais, a instauração da autogestão social, ou “comunismo”. A
forma como isso ocorre é através da autoemancipação proletária e essa tem na
luta de classes o seu processo formativo e que permite a passagem da classe
determinada pelo capital à classe autodeterminada. Nesse contexto, é
fundamental fortalecer a luta proletária, tanto a luta direta – o que Pannekoek
(1977) e os anarquistas – sob formas e com significados nem sempre
coincidentes) chamaram de “ação direta”. Uma vez que o proletariado entra na
luta direta contra o capital, ele desenvolve suas formas de auto-organização e
autoeducação (MARX e ENGELS, 1988). O bloco revolucionário, através da produção
cultural, elabora teorias, produções artísticas, propaganda generalizada, etc.,
efetivando uma luta cultural que contribui e fornece ferramentas para o
proletariado lutar por sua autoemancipação e emancipação humana em geral.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Porém, a forma de produção cultural, além do processo de
socialização do saber, divulgação de ideias e obras artísticas, etc., está dominada
pelo processo de burocratização e mercantilização, juntando a isso as formas de
censura, as dificuldades de produção e divulgação por parte do bloco
revolucionário, os limites financeiros dos grupos e indivíduos, entre outras
determinações, faz com que a luta cultural do bloco revolucionário fique
bastante limitada e, mais ainda, com a influência da hegemonia burguesa, do
capital comunicacional e da produção cultural burguesa sobre os indivíduos que
potencialmente seriam do bloco revolucionário, enfraquecendo sua contribuição à
luta proletária. Isso é reforçado, ainda, pela divisão no interior do bloco
revolucionário.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim, a quantidade e qualidade da produção cultural do
bloco revolucionário tem uma importância na luta de classes e, mais
especialmente, na luta proletária. A constituição de teorias que consigam
explicar a sociedade capitalista, a luta de classes, as tendências históricas
de transformação social, as estratégias da classe dominante, as ideologias,
etc. acabam assumindo importância fundamental por oferecer ferramentas
intelectuais para os militantes, jovens, trabalhadores, para combater a
hegemonia e mentalidade burguesas, bem como elaborar uma estratégia de classe
mais eficaz.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Além da teoria, outro elemento fundamental, que, ao
contrário do bloco dominante e do bloco progressista, há dificuldade em
constituir, é uma estratégia de classe. Nesse caso, a estratégia de classe
precisa justamente superar os elementos que são os seus próprios entraves. Esse
é o caso da desarticulação do conjunto de grupos, organizações, indivíduos,
etc. Enquanto a classe dominante coordena o bloco dominante através do aparato estatal
e o bloco reformista tem partidos estruturados e altamente burocratizados para
coordenar sua estratégia de classe, o bloco revolucionário não só se defronta
com as dificuldades impostas pela sua não mercantilização e burocratização, e
dificuldades oriundas das características de sua base social associadas à
mentalidade e hegemonia burguesas, ainda encontra dificuldade em encontrar uma
capacidade organizativa não-burocrática que consiga articular o bloco
revolucionário com sua pulverização em uma grande diversidade de pequenos
grupos, indivíduos, tendências nos movimentos sociais, etc.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A estratégia do bloco revolucionário, nesse contexto, é a
mesma da época de Marx: a união, a associação. A palavra de ordem final do <i>Manifesto Comunista</i>, “proletários de
todo o mundo, uni-vos” tem um significado mais profundo do que geralmente se
imagina. A livre associação dos produtores, o comunismo ou autogestão social,
pressupõe a associação. Num primeiro momento, essa associação é de combate, e
nesse combate deve se tornar forma de autogestão que se generaliza em toda a
sociedade. Esse processo, obviamente, pressupõe desenvolvimento organizacional
e cultural. Na luta direta do proletariado e na luta do bloco revolucionário,
eles elementos vão se formando e permitindo a superação da divisão e do
divisionismo que é desenvolvido pelo bloco dominante. A estratégia do
proletariado é, então, articular luta direta e luta cultural, do conjunto das
classes desprivilegiadas e do bloco revolucionário, no sentido de se gerar uma
política proletária, autônoma e independente<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn12" name="_ftnref12" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></a>, como
passo para conseguir gerar as formas de auto-organização e autoformação fortes
o suficiente para destruir o capital e o aparato estatal e instaurar a
autogestão social.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O bloco revolucionário também não é homogêneo e é
perpassado, como os demais, por divisões internas. Podemos distinguir, no seu
interior, duas alas (que, como nos demais casos, podem ser subdivididas), a
semiproletária e a proletária<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn13" name="_ftnref13" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
A ala semiproletária é composta pela mesma base social que a ala proletária. A
distinção entre ambas ocorre no plano da consciência e da organização. A ala
semiproletária possui uma formação política e intelectual na maioria dos casos
incipiente, caindo muitas vezes no ecletismo, no dogmatismo doutrinário, na
recusa da teoria, entre outras possibilidades. Por isso a hegemonia proletária
no seu interior é parcial. No plano organizacional também é incipiente, pois
muitos caem no individualismo, apesar de outros formarem grupos de jovens ou
grupos políticos. Ela pode ser subdividida entre os rebeldes, sendo que alguns
ficam na fronteira com o bloco progressista (e os indivíduos, concretamente, passam
de um bloco para outro ou são ambíguos), compondo aqueles que Fromm (2014) denominou
como sendo de “caráter rebelde”<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn14" name="_ftnref14" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></a>. Há
também os indivíduos e até mesmo grupos mais utópicos e, portanto, com maior capacidade
e possibilidade de passar para a ala proletária rompendo com seus limites.
Alguns possuem sentimentos que apontam para uma concepção revolucionária, mas
alguns obstáculos, incluindo formação intelectual precária ou influência de
determinadas concepções (mais ou menos avançadas) que travam o processo de
desenvolvimento da consciência revolucionária num sentido autenticamente
proletário.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nessa ala há um setor mais organizado, consciente e
estruturado, geralmente ligado ao anarquismo, autonomismo, com maior ou menos
resistência à hegemonia burguesa ou burocrática, bem como se livrando disso com
maior ou menor rapidez. Esse setor tem a vantagem de um trabalho mais
permanente, um maior grau de consciência e organização, embora alguns também frequentemente
caiam no dogmatismo e ecletismo. Quando ultrapassam o dogmatismo e a prisão
doutrinária que criaram para si mesmos, avançam e podem confluir com a
hegemonia proletária.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A ala proletária é aquela que não somente possui uma
formação intelectual mais desenvolvida, como geralmente maior capacidade
organizativa, desenvolvimento teórico e estratégico, bem como maior permanência
histórica. A sua expressão mais desenvolvida é através do marxismo e é ela a
força propulsora que gera a confluência que gera a hegemonia proletária. Nesse
caso, a estratégia de classe e sua atualização e contextualização é realizada,
bem como se constitui um núcleo revolucionário e propulsor e generalizador da
hegemonia proletária.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A debilidade do bloco revolucionário diminui com a ascensão
das lutas proletárias e ele mesmo tem um papel nesse processo. Quando mais,
apesar das condições adversas, dificuldades e obstáculos, se estrutura e avança
o bloco revolucionário, mais ele contribui com o desencadeamento dessa ascensão
e com sua força ao ser desencadeada. Uma vez que a luta proletária e as lutas
sociais em geral, isso reforça a tendência e possibilidade do bloco
revolucionário se fortalecer e reforçar essa mesma luta. A formação teórica,
capacidade organizativa e estratégia anterior facilita esse processo e por
isso, mesmo em épocas de recuo do movimento operário, é necessário avançar, inclusive
nos aspectos em que isso tem maior possibilidade de ocorrer, tal como na
produção intelectual e, mais especificamente, teórica e estratégica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com a ascensão das lutas proletárias, vários setores da ala
semiproletária avançam no sentido de superar ilusões, utopismos, influências
oriundas da hegemonia burguesa e burocrática, e assim também fortalecem a
hegemonia proletária. Nesse momento, a radicalização e o antagonismo na luta de
classes também favorece o afastamento desses setores do bloco progressista. Um
conjunto de determinações reforça esse processo, tal como o posicionamento de
certas pessoas que revelam o que antes estava, para alguns, “oculto”. Nesse
momento, indivíduos supostamente “avançados” ou “esquerdistas” assumem posições
e defendem ideias que desiludem e abrem a possibilidade da percepção de alguns
de que suas concepções em geral nunca foram revolucionárias e estão ligadas a
determinados interesses.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Essa tendência geral é ligada a um processo anterior. A luta
futura sofre as determinações da luta presente e por isso é fundamental para o
bloco revolucionário superar o imediatismo, pois assim pode reforçar e
fortalecer a tendência proletária e revolucionária. A maioria das lutas
proletárias tende, em momentos não-revolucionários, a não se sedimentar, pois
falta memória delas, as novas gerações ou mesmo os processos sequenciais (dias,
meses, anos) não avançam a partir de um estágio já adquirido, mas retoma, na
maioria dos casos, ao estágio anterior. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O avanço teórico fica restrito a indivíduos ou pequenos
grupos ou parcelas do bloco revolucionário. O avanço cultural em geral de uma
época se perde na geração seguinte que busca recomeçar do zero e retomando
velhos erros já superados pela geração anterior. É o que Pannekoek (2007) colocava
a respeito da superação teórica do reformismo que não é acompanhado pela
superação real, pois a nova geração de militantes inicia via reformismo por não
conhecer tal superação teórica<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn15" name="_ftnref15" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
Por isso a sedimentação é fundamental para o movimento operário e bloco
revolucionário. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A sedimentação, apesar de seu papel fundamental, ocorre
apenas parcialmente, geralmente com a produção teórica, que muitas vezes existe
mas é desconhecida ou deformada/domesticada (como as obras de Marx). Para ocorrer
uma sedimentação mais efetiva e menos parcial é necessário o fortalecimento do
bloco revolucionário, o que significa não somente sua maior presença na luta de
classes através da produção cultural (teórica, artística, propagandística,
etc.) e nas lutas sociais, mas também na ampliação quantitativa e resolução das
contradições, ambiguidades e limites de sua ala semiproletária.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aqui nos temos um novo problema, que é a relação entre as
duas alas do bloco revolucionário. A ala proletária, inclusive por sua maior
radicalidade, é geralmente menos popular e numerosa que a ala semiproletária
(em duas diversas manifestações). No entanto, o problema a se resolver é como a
ala proletária se relaciona com a semiproletária. Uma forma é através da
aliança, ou seja, da ação conjunta, busca de unificação, condescendência, etc.
A outra é através do embate e da crítica. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A primeira tem a vantagem de criar aproximação e facilitar a
unificação. No entanto, para fazer isso seria necessário certas concessões e
isso poderia não só gerar perda de radicalidade do bloco revolucionário como
também o seu próprio enfraquecimento, já que a presença da hegemonia burguesa
ou burocrática na ala semiproletária (incluindo sua capitulação aos modismos,
ecletismo, ativismo, etc.), entre diversos outros problemas, acabariam
atingindo o bloco revolucionário, pois muitos indivíduos no interior desse não
teria uma percepção mais clara desse processo e acabaria sofrendo influência da
ala semiproletária. Isso é mais grave ainda quando setores dessa ala começam a
regredir ainda mais. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A segunda tem a vantagem de, ao fazer a crítica e entrar no
embate, trazer elementos de consciência e assim gerar processos de autocrítica
e avanço no interior da ala semiproletária. Isso, no entanto, teria um possível
efeito de maior isolamento da ala proletária devido ao afastamento da ala
semiproletária. Contudo, o fortalecimento de uma luta que perde o seu caráter
revolucionário é contraditório e trágico e por isso o combate é a forma mais
adequada, a não ser em casos específicos e concretos em que haja uma real
possibilidade de avanço da ala semiproletária ou setores dela.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b>Blocos Sociais: <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b>Oposição e Antagonismo na Dinâmica da luta
de Classes<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A luta de classes ocorre na vida cotidiana, no local de
trabalho, locais de estudos, moradia, cultura, instituições. Contudo, sob a
forma consciente no sentido de uma consciência de classe, ela se manifesta no
âmbito dos blocos sociais, a não em épocas de ascensão das lutas sociais. Os
blocos sociais são expressões políticas e culturais das classes sociais, são
sua “superestrutura”, para usar a metáfora do edifício. Por isso não deixa de
ser curioso que o bloco revolucionário, que expressa a maioria da população, seja
o menor e mais frágil deles, às vezes quase inexistente. A razão disso já foi
explicada anteriormente: as condições de vida das classes sociais que tendem a
gerá-lo e a hegemonia e mentalidade burguesas, além dos seus mecanismos de
reprodução (aparato estatal, capital comunicacional, etc.). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O bloco revolucionário tem até potencialidade para avançar
mais do que geralmente o faz, mas isso depende de certas determinações, como,
por exemplo, uma compreensão mais ampla e profunda da realidade social, pois sem
isso, se cede fácil ao encanto das ideologias da moda, da rebeldia
inconsequente, do capital comunicacional, das necessidades imediatas e
reformismo, entre milhares de outros elementos que poderiam ser citados. A
força descomunal do bloco dominante constitui esses elementos e mostra sua
capacidade de manter as classes desprivilegiadas submetidas ao mundo asfixiante
da cultura capitalista e, por conseguinte, enfraquecer o bloco revolucionário,
sendo um reflexo da fraqueza de tais classes. O antagonismo<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn16" name="_ftnref16" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[16]</span></span><!--[endif]--></span></a>
entre bloco revolucionário e bloco dominante é outra determinação nesse
processo, pois o primeiro vem para combater a mentalidade e hegemonia
burguesas, mas também suas supostas “dissidências”, a hegemonia burocrática e
as forças progressistas e reformistas, incluindo sua ala extremista. A
radicalidade desse antagonismo acaba enfraquecendo o bloco revolucionário, pois
aí ele aparece como “utópico”, irreal. Ou se aceita a sociedade como é, se
aliando ao bloco dominante (e, caso queira alguma mudança pontual, detalhes,
quem governa, tem a outra ala do mesmo para escolher no “livre jogo
democrático”), ou se busca transformá-lo, de forma realista, aliando-se ao
bloco progressista e buscando reformas e melhorias democraticamente ou, então,
ainda tem sua ala extremista na qual pode ser mais “radical” e querer a
estatização e tomada do poder estatal via luta armada. Nesse caso, “todo
caminho leva a Roma”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por conseguinte, é inevitável que o bloco revolucionário seja
marginal e eu seja a terceira força política. Assim, além de torcer pela
ascensão das lutas sociais e especialmente as lutas proletárias, o que tende a
ocorrer com o passar do tempo, inclusive reforçado pelas divisões internas do
bloco dominante e pelas crises cíclicas do capitalismo, é precisa que o bloco
revolucionário faça algo mais. Esse “algo mais” significa constituir um
aprofundamento teórico para uma compreensão mais ampla e profunda da realidade
social, a crítica das ideologias e imaginários, a superação teórica da
hegemonia burguesa e mentalidade dominante, análise dos processos
contrarrevolucionários e do projeto alternativo de sociedade. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esse é um elemento possível, embora difícil e que não é
suficiente. Ele pode sedimentar a luta cultural, elemento estratégico e
fundamental. Mas precisa dar o segundo passo: socializar essa saber produzido,
espalhar esses elementos de consciência pela sociedade, atingir as classes
desprivilegiadas. Os meios para se conseguir isso são os mais variados:
propaganda generalizada (desde os antigos panfletos, passando por jornais, usos
da internet, etc.), mecanismos de divulgação diversos, encontros, intervenções
localizadas, etc. Esse é um processo que pode contribuir com a sedimentação da
luta, ou seja, garantir a conservação do que se conquistou e ampliar cada vez
mais, servindo de ponto de apoio para lutas futuras.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um terceiro elemento para o processo de sedimentação do
bloco revolucionário é organizacional. É necessário constituir organizações
não-burocráticas que avancem no processo de luta e intervenção, bem como
gerando espaço próprio de sedimentação e avanço da luta. Sem dúvida, se ao
invés de dez existiram cem organizações, isso significa um avanço da luta. É,
no entanto, um avanço parcial, se tais organizações forem desarticuladas, se
não tiverem formulação teórica e estratégica, pois as divisões, discordâncias,
perda de capacidade mobilizadora e organizadora, de intervenção, graças aos
“rachas”, disputas internas, desunião, serão constantes. A unificação do bloco
revolucionário é fundamental para que ele consiga ser uma expressão mais eficaz
do proletariado e contribua mais efetivamente com sua luta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O quarto elemento é derivado deste e é justamente a
intervenção e capacidade de mobilização junto à população, bem como criar uma
corrente de opinião que se contrapunha à que é predominante, além de estar
intimamente relacionada com a socialização do saber. Este quarto elemento, no
entanto, depende dos anteriores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E todos esses elementos dependem da base social do bloco
revolucionário, com os problemas já aludidos anteriormente. Por isso se torna
fundamental o processo de organização e articulação do conjunto das
organizações que seria fundamental para a sedimentação<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn17" name="_ftnref17" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[17]</span></span><!--[endif]--></span></a>
da luta do bloco revolucionário e do proletariado. A sedimentação da luta do
bloco revolucionário tem um efeito na luta de classes que não é desprezível e
pode ser fundamental quando eclodir crises e processos revolucionários. A
sedimentação anterior permite melhores condições de luta, mais setores
organizados e conscientes, ações mais estratégicas, menos divisões e maior
capacidade de intervenção social e colaboração com a luta proletária.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O bloco dominante realiza um combate permanente ao bloco
revolucionário, mas apenas nos momentos de crises, ascensão das lutas sociais,
radicalização do movimento operário, possibilidade ou desencadeamento de um
momento revolucionário, é que se pode se tornar um foco. Antes disso ou da
possibilidade real disso acontecer, o bloco dominante apenas utiliza sua ação
cotidiana e permanente de manter o domínio da mentalidade e hegemonias
burguesas e formas de corrupção e cooptação de indivíduos, grupos, setores de
movimentos sociais, etc. Outra ação comum é a criação de polarização entre as
alas do bloco dominante ou então entre este e o bloco reformista (apesar de
alguns integrantes da classe dominante temerem estes, não só por uma percepção
equivocada da sua posição política, ilusoriamente tida como “revolucionária” – o
que tem um momento de verdade no sentido de que a ala extremista pode conter
grupos e indivíduos insurrecionalistas, que visam tomar o poder estatal via
luta armada – mas por interesses mais específicos e contrários a processos de estabilização
e determinadas políticas específicas).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O bloco dominante, quando sua hegemonia é muito forte e sem
grandes riscos, pode ser dar ao luxo de gerar uma polarização entre as suas
duas alas sob forma quase permanente. É o caso dos Estados Unidos, país no qual
o bloco progressista é diminuto e o bloco revolucionário mais ainda, o que
permite o revezamento no poder de democratas e republicanos, mudando de ala
governista a oposicionista com relativa facilidade. Também em momentos de
crises ou acirramentos de conflito, a polarização entre as duas alas do bloco
dominante pode ocorrer para desviar ou enfraquecer os demais blocos jogando a
população numa disputa estéril, apesar do risco que isso gera. O risco é que a
polarização pode gerar envolvimento da população que, em certo momento, pode
ultrapassar as duas alas em oposição. Esse é o caso brasileiro desde 2014,
depois das manifestações de 2013 e risco do bloco revolucionário se fortalecer,
o que ficou mais provável pelo fato da ala governista sem ex-integrante do
bloco progressista e este estar desacreditado e enfraquecido. Essa polarização
visa desviar as classes desprivilegiadas de uma aproximação com o bloco
revolucionário e assim a ala governista, devido seu passado e seu neopopulismo
neoliberal, aparecer como “esquerda” ou “comunista”, o que é alardeado pela ala
extremista, coadjuvante que cumpre um papel de força essa polarização.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O bloco progressista, em alguns países, consegue um certo
lugar de destaque e muitas vezes, com sua ala moderada (e mais moderada do que
a de outros lugares), geralmente consegue polarizar com o bloco dominante. A
disputa eleitoral é realizada e em certos contextos históricos, como durante o
regime de acumulação conjugado, pode ser tornar governo e passar do bloco
reformista para o dominante, como foi comum no caso europeu. O bloco
progressista faz uma política dúbia, tentando agradar a gregos capitalistas e
troianos proletários. Assim, precisa combater o bloco revolucionário com força,
em alguns momentos é seu alvo principal, pois é seu principal adversário no
interior da população, já que tem uma parte cativa que apoia o bloco dominante
(ou uma de suas alas) e outra que tende a apoiar o bloco progressista. Mas tem
uma parte da população mais oscilante e outra mais radicalizada e os votos e
apoio perdido aí podem ser decisivos e daí o combate ao bloco revolucionário
ser fundamental.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O bloco revolucionário, por estar ligado ao projeto de transformação
social radical e total das relações sociais, então combate ambos os blocos, não
no plano da política-institucional, que é o campo deles, a não ser quando
propõe abstenção ou voto nulo, e sim a hegemonia burguesa ou burocrática, suas
ideologias, suas organizações, através da crítica e da luta no conjunto das
relações sociais onde consegue efetivar isso. Sem dúvida, a ala semiproletária
do bloco revolucionário, por suas deficiências próprias, especialmente no plano
da consciência (falta de teoria, estratégia, compreensão mais profunda do
bolchevismo), mas também seu voluntarismo e ativismo, lhe permite unir com
setores do bloco progressista, por seu suposto papel de mobilização social
(especialmente sua ala extremista, embora até mesmo com as alas moderadas).
Esse é outra dificuldade do bloco revolucionário, pois quando setores dessa ala
realizam tal prática, acabam fortalecendo, legitimando e reforçando um setor do
bloco progressista e tudo que ele significa (burocracia, especialmente) e para
conquistar migalhas para os trabalhadores ou para conseguir apoio popular,
popularidade, “inserção social”, acabam reforçando ilusões e fortalecendo
adversários do projeto autogestionário.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O problema é que a base social deles nem sempre os acompanha
e isso é mais grave no caso do bloco revolucionário, justamente o que tem a
quantidade ao seu favor e que é sua maior força, mas devido aos seus problemas
internos e a situação concreta do proletariado e classes desprivilegiadas, é
mais difícil de conquistar. O bloco dominante também tem essa dificuldade, mas
em grau muito menor e quando os seus interesses são ameaçados, tende a se
unificar em torno da ala que poderá apresentar a resolução do problema, mesmo
que seja a sua ala extremista ou até mesmo apelo ao bloco progressista para
resolver as crises e conter a luta proletária. A estratégia da classe dominante
de apelar para a social-democracia e, caso essa falhe, para o fascismo,
nazismo, etc., é apenas um exemplo da capacidade de unificação (que nunca é
total) do bloco dominante em torno daqueles que, normalmente, não faria. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O bloco progressista também se divide e tem a mesma
dificuldade, mas devido sua composição social, tendo como forças diretivas
classes auxiliares da burguesia, precisa do apoio popular e tem, muitas vezes,
dificuldade em conseguir isso e as classes que lhe dão sustentação nem sempre
lhe apoia efetivamente. Isso ocorre com setores da burocracia que preferem, por
seus interesses de fração de classe, a subordinação privilegiada à classe
dominante, aliando-se ao bloco dominante e setores da classe intelectual, sendo
que uma pequena parte dessa ainda se alia ao bloco revolucionário, enquanto que
a maioria se alia ao bloco dominante. A sua unificação raramente acontece,
sendo que isso só é possível quando se aquartela no poder estatal, unificando a
maioria em torno de sua ala moderada, excluindo a ala extremista (a parte que
não se converte em moderado para usufruir as benesses do poder) ou então quando
sua ala extremista toma o poder estatal e unifica pela absorção e repressão dos
poucos dissidentes, geralmente da classe intelectual ou burocracia inferior que
quer ascender ao escalão superior.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Essa é uma breve síntese, do processo de confronto entre os
blocos sociais e como são derivados das lutas de classes, pois, no fundo, eles
estão expressando as classes e seus interesses. Uma síntese incompleta e muito
distante do esgotamento das questões envolvidas, algumas apenas mencionadas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b>Considerações finais<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os blocos sociais são reais, existem efetivamente, e são
fundamentais para analisar as conjunturas políticas, as divisões e subdivisões
das classes sociais, explicar fenômenos que aparentemente a luta de classes não
explicaria (por ser uma emanação transformada delas por outras múltiplas
determinações), etc. Ela ganha importância, especialmente no caso da análise
das lutas de classes no plano histórico-concreto e também na contemporaneidade,
no qual é possível perceber, simultaneamente, as divisões entre as classes, o
caráter de classe de suas posições, bem como as formas ilusórias como esses
blocos sociais aparecem para a consciência da população e até mesmo setores dos
movimentos sociais e grupos políticos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nesse sentido, a análise dos blocos sociais ajuda a superar
a intransparência capitalista, especialmente no plano político, ao revelar a
luta de classes por detrás das forças políticas, suas divisões e subdivisões. Esse
processo analítico deve ser aprofundado para poder fornecer mais ferramentas analíticas
e, ao mesmo tempo, ser utilizado para analisar casos históricos concretos, pois
ganha concreticidade e mostra seu poder explicativo<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftn18" name="_ftnref18" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[18]</span></span><!--[endif]--></span></a>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b>Referências<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
ALTHUSSER,
Louis. <i>Materialismo Histórico e
Materialismo Dialético</i>. In: BADIOU, Alan e ALTHUSSER, Louis. <i>Materialismo Histórico e Materialismo
Dialético</i>. 2<sup>a</sup> edição, São Paulo: Global, 1986.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
BARROT, Jean. O
Renegado Kautsky e o seu Discípulo Lênin. <i>Revista
Marxismo e Autogestão</i>, Vol. 01, num. 01, jan./jul. de 2014. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
BERNSTEIN,
Eduard. <i>O Socialismo Evolucionário</i>.
Rio de Janeiro: Zahar, 1997.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
CANCLINI, Nestor Garcia. <i>As Culturas Populares no Capitalismo</i>. São Paulo: Brasiliense, 1983.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
FROMM, Erich. <i>Psicanálise da Sociedade Contemporânea</i>.
Rio de Janeiro: Zahar, 1986.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
FROMM, Erich. O
Caráter Revolucionário. <i>Revista Marxismo
e Autogestão</i>, Vol. 01, num. 02, jan./jun. de 2015. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
JENSEN, Karl. Os
Limites do Autonomismo. <i>Revista Marxismo
e Autogestão</i>, Vol. 01, num. 01, jan./jun. de 2014. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
JENSEN, Karl.
Reflexões Sobre a Militância Política. <i>Revista
Marxismo e Autogestão</i>, Vol. 02, num. 04, jul./dez. de 2015b. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
KAUTSKY, Karl. <i>Ética y Concepción Materialista de la
História</i>. Córdoba: Cuadernos Pasado y Presente, 1975.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
KORSCH, Karl. <i>Karl Marx</i>. Barcelona: Ariel, 1983.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
LEFEBVRE, Henri. <i>Introdução à Modernidade</i>. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1969.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="background: white;">LÊNIN, W. Infantilismo de Esquerda e
Mentalidade Pequeno-Burguesa. In: <i>Estado,
Ditadura do Proletariado e Poder Soviético.</i> Belo Horizonte: Oficina de
Livros, 1988a.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
LÊNIN, W. Reunião
do CEC de toda a Rússia. <span style="background: white;">In: Estado,
Ditadura do Proletariado e Poder Soviético. Belo Horizonte: Oficina de Livros,
1988b.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
LINDGREN, Henry
Clay. <i>Ansiedade: A Doença do Século. </i>São
Paulo: Globo, 1965.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
MARX,
Karl e ENGELS, Friedrich. <i>A Ideologia
Alemã (Feuerbach).</i> 8<sup>a</sup> edição, São Paulo, Hucitec, 1991.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
MARX, K. <i>Contribuição à Crítica da Economia Política</i>. 2<u><sup>a</sup></u>
Ed., São Paulo: Martins Fontes, 1983.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
MARX,
Karl e ENGELS, Friedrich. <i>Manifesto do Partido
Comunista</i>. Petrópolis: Vozes, 1988.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
MARX, Karl. <i>A
Miséria da Filosofia</i>. 2ª edição, São Paulo: Global, 1986a.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
MARX, Karl. <i>O Capital</i>. 5 vols. 3ª edição, São Paulo: Nova Cultural, 1988.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
MARX<!--[if supportFields]><span
style='mso-fareast-font-family:Calibri'><span style='mso-element:field-begin'></span>
XE "<i style='mso-bidi-font-style:normal'>Marx"</i> </span><![endif]--><!--[if supportFields]><span
style='mso-fareast-font-family:Calibri'><span style='mso-element:field-end'></span></span><![endif]-->, Karl. <i>O Dezoito Brumário e Cartas A Kugelman</i><!--[if supportFields]><i
style='mso-bidi-font-style:normal'><span style='mso-fareast-font-family:Calibri'><span
style='mso-element:field-begin'></span> XE "Kugelman" </span></i><![endif]--><!--[if supportFields]><i
style='mso-bidi-font-style:normal'><span style='mso-fareast-font-family:Calibri'><span
style='mso-element:field-end'></span></span></i><![endif]-->. 5ª Edição, Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1986b.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
PANNEKOEK, Anton. <i>Las Divergências Tácticas em el Movimiento Obrero</i>. Madrid,
Ediciones Espartaco Internacional, 2007.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span lang="ES-TRAD">PANNEKOEK, Anton. <i>Los Consejos Obreros</i></span><span lang="ES-TRAD">. </span>Madrid: Zero, 1977.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
POULANTZAS, Nicos. <i>Poder Político e Classes Sociais</i>. São Paulo, Martins Fontes, 1977.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
TARDIEU, Serge.
Crítica ao Especifismo. <i>Revista Marxismo
e Autogestão</i>, Vol. 02, num. 03, jan./jun. de 2015. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
VIANA,
Nildo. <i>A Consciência da História</i>.
Ensaios sobre o Materialismo Histórico-Dialético. 2ª edição, Rio de Janeiro:
Achiamé, 2007.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
VIANA, Nildo. A
Luta de Classes no Brasil (2013-2015). <i>Revista
Espaço Livre</i>, 2015f.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
VIANA, Nildo. <i>As Esferas Sociais</i>. A Constituição
Capitalista da Divisão do Trabalho Intelectual. Rio de Janeiro: Rizoma, 2015e.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
VIANA, Nildo. <i>Estado, Democracia e Cidadania</i>. A
Dinâmica da Política Institucional no Capitalismo. 2ª edição, Rio de Janeiro:
Rizoma, 2015d.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
VIANA, Nildo.
Hegemonia e Luta Cultural. <i>Revista
Sociologia em Rede</i>. Vol. 05, num. 05, 2015c.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
VIANA, Nildo.
Introdução à Crítica da Ideologia Gramsciana. <i>Revista Marxismo e Autogestão</i>, Vol. 02, num. 03, jan./jun. de
2015b. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
VIANA, Nildo. <i>Juventude e Sociedade</i>. Ensaios sobre a Condição Juvenil. São Paulo:
Giostri, 2015a.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
VIANA, Nildo. <i>O Capitalismo na Era da Acumulação Integral</i>.
São Paulo: Ideias e Letras, 2009.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
VIANA,
Nildo. <i>O Que São Partidos Políticos?</i>
Goiânia: Edições Germinal, 2003.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
VIANA, Nildo. <i>Os Movimentos Sociais</i>. Curitiba:
Prismas, 2016.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
VIANA, Nildo. <i>Universo Psíquico e Reprodução do Capital</i>. Ensaios
Freudo-Marxistas. São Paulo: Escuta, 2008.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<br />
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Camponeses e artesãos são classes sociais de produtores de bens materiais que
emergem com o capitalismo e são submetidos à dinâmica produtiva m-d-m
(mercadoria-dinheiro-mercadoria). A classe semiburguesa, que alguns denominam
“pequena burguesia”, um termo impreciso, já que não se trata de uma fração da
burguesia, é aquela que compartilha com as duas anteriores o caráter de
propriedade nominal, mas sua dinâmica é a capitalista, d-m-d, com a diferença
em relação à burguesia pela dificuldade de acumulação de capital, pois os
pequenos comerciantes e outros possuem uma taxa de lucro baixa e que é gasta em
grande parte as despesas com instalações, meios de produção, salários, por um
lado, e com o consumo familiar, por outro, além da parte que é repassada para o
capital bancário, sob a forma de pagamento de empréstimos, juros, etc. Esse
último aspecto mostra sua semelhança com o campesinato e artesanato. Alguns
semiburgueses conseguem, embora seja raro, se tornarem burgueses, outros
conseguem se manter precariamente ou até mesmo razoavelmente, e muitos caem no
proletariado ou na subalternidade e outros passam para a intelectualidade ou
burocracia. Esse é o caso dos pequenos comerciantes que falem com a chegada dos
shopping centers.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn2">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Alguns autores anunciaram que o século 20 era o “século da ansiedade” (LINDGREN,
1965), e o uso de drogas, suicídio, entre outros processos, mostram que o
desenvolvimento tecnológico e financeiro não é acompanhado pelo processo de
humanização, gerando novas formas de sofrimento psíquico, o que, em parte, foi
tematizado por Fromm (1986).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn3">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Entenda-se por formas sociais as formas sociais de regularização (VIANA, 2007),
o que Marx (1983) denominou “formas jurídicas, políticas e ideológicas”, ou,
metaforicamente, “superestrutura”. O tratamento crítico do uso do termo
metafórico “superestrutura” se iniciou com Korsch (1983), sendo retomado de
forma ambígua por Althusser (1986) e Canclini (1983) e, mais recentemente,
reavaliado e substituído por formas de regularização das relações sociais ou simplesmente
formas sociais (VIANA, 2015d).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn4">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref4" name="_ftn4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></a> Não
teremos espaço para analisar a diferença entre o conceito de bloco dominante
aqui trabalhado com a noção de “bloco no poder” de Poulantzas (1977), o que
ficará para outra oportunidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn5">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref5" name="_ftn5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Henri Lefebvre, de forma abstrata e ambígua, percebeu a existência das
estratégias de classe e estabeleceu a modernidade como última estratégia da
burguesia. No fundo, Lefebvre percebe o processo apenas superficialmente, em
parte devido sua formação filosófica que obscurece sua percepção sociológica, o
que é reforçado por sua interpretação filosófica e sociológica de Marx, no qual
muitas vezes se revela uma leitura superficial.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn6">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref6" name="_ftn6" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Abordamos os regimes de acumulação de forma mais desenvolvida em duas obras
(VIANA, 2009; VIANA, 2015d).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn7">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref7" name="_ftn7" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Aqui não se trata de uma fração inteira, como no caso da burocracia estatal,
mas uma subdivisão no interior das classes sociais distinta das frações. O
critério dessa distinção, que tem alguns efeitos sociais, é o grau de
privilégio revelado no <i>status</i>, renda
e poder. Por conseguinte, intelectuais medíocres por possuírem maior renda, <i>status</i> e poder, estão no seu estrato
superior. Isso quer dizer que o termo “estrato superior”, não diz respeito às
frações de classes e nem sua competência real, ou formação intelectual, mas tão
somente a critérios valorados pela sociedade burguesa e que trazem satisfação
aos indivíduos que se encontram nessa condição, o que serve para conseguir sua
fidelidade. O mesmo vale para a burocracia, pois seus estratos superiores são
aqueles que possuem maior <i>status</i>,
renda e, principalmente, poder, ou seja, estão acima na hierarquia burocrática,
nas maiores organizações burocráticas (grandes instituições, partidos,
empresas, etc.).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn8">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref8" name="_ftn8" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></a> A
análise da dinâmica das esferas sociais e da classe intelectual mostra um
processo de competição e hierarquia que, ao contrário do que certas ideologias
colocam, não são “neutras” e sim intimamente ligadas aos interesses dominantes
(cf. VIANA, 2015e).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn9">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref9" name="_ftn9" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></a> É
preciso deixar claro que há setores da classe dominante que são chaves no
processo de definição de qual é a ala governista e qual é a oposicionista. Em
cada caso concreto, de cada país, isso pode se alterar. Quando a classe
dominante está dividida ou há um equilíbrio de forças entre as duas alas principais,
então a situação de uma ala como governista e de outra como oposicionista é
mutável e o revezamento pode ser constante. Em certos casos, nos quais a força
principal da classe dominante tem um lado fixo, então a ala governista tende a
ser estável e somente em situações específicas abandona o governo. Também
existem casos em que os setores decisivos da classe dominante por apoiar
determinadas coalizões partidárias ou partidos de acordo com as suas políticas,
adversários e outros elementos variáveis, o que significa que pode mudar de
lado com relativa facilidade. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn10">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref10" name="_ftn10" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Essa distinção, tal como já alertado, não expressam frações de classes, que são
subdivisões da divisão social do trabalho, mas apenas elementos de distinção
social gerados pelo capitalismo, especialmente <i>status</i>, renda e poder. Ou seja, o que alguns ideólogos da
estratificação social colocam como sendo “classe”, aqui é apenas um elemento
que revela uma distinção superficial, mas que envolve valores, posições,
interesses, e por isso tem um papel explicativo no conjunto das relações
sociais. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn11">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref11" name="_ftn11" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Lefebvre, como sempre superficialmente e sem compreender as bases sociais e
profundidade do problema, percebeu relativamente isso: “o marxismo
institucional traz ainda uma resposta estereotipada para todos os problemas:
otimismo incondicionado, fé no futuro” (LEFEBVRE, 1969, p. 39). O leninismo, em
todas as suas variantes, nunca conseguiu ultrapassar o horizonte capitalista, o
novo e o futuro é sempre uma continuidade progressista do capitalismo e nunca uma
ruptura total e radical, nunca uma nova sociedade, sempre é a atual reformada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn12">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref12" name="_ftn12" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></a> O
que significa uma política de classe e expressando os interesses de classe do
proletariado (articulado com interesses de outras classes desprivilegiadas,
grupos sociais, etc.) sob forma autônoma e independente do aparato estatal,
governos, partidos, ou seja, toda e qualquer forma de burocracia e como classe
em sua totalidade e a partir dos seus interesses coletivos e fundamentais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn13">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref13" name="_ftn13" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Os setores contestadores que não estão nessas alas pertencem ao bloco
progressista, seja em sua ala moderada ou extremista.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn14">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref14" name="_ftn14" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Aqui estariam presentes tanto aqueles que Jensen (2015) denominou “ativistas”
quanto “rebeldes”, sendo que alguns logo passam para o bloco progressista.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn15">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref15" name="_ftn15" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></a> Sem
dúvida, essa não é a única determinação do processo, pois existem também os
interesses dos novos militantes, pois a classe social dos novos militantes,
seus interesses, a força da hegemonia dominante, entre outros aspectos, também
influenciam, embora na época em que Pannekoek escreveu isso, auge da
popularidade e inserção nos meios operários da social-democracia (com suas
diversas tendências), esses aspectos tinham menos impacto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn16">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref16" name="_ftn16" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[16]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Esse antagonismo é de classe e se manifesta em lutas sociais, que, embora possa
e muitas vezes possa repercutir em casos individuais, não se trata de ataque a
indivíduos. Logo, o antagonismo de classe não é pretexto para ataques
individuais despropositados ou pretexto para pessoas com desequilíbrios psíquicos,
problemas pessoais ou enraivecidos atacar pessoas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn17">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref17" name="_ftn17" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[17]</span></span><!--[endif]--></span></a> A
sedimentação significa, simultaneamente, preservar o sedimento conquistado (uma
obra teórica, a memória de uma luta proletária importante, o avanço estratégico
ou organizativo, etc.) e/ou ampliá-lo, ou seja, significa a preservação de uma
conquista e/ou sua ampliação que é ponto de partida para outra conquista e
ampliação ainda maior. Um dos maiores obstáculos do movimento operário e bloco
revolucionário é justamente a dificuldade de sedimentação da luta, que
geralmente deve recomeçar novamente, praticamente do zero, a cada nova geração.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn18">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/1%20-%20Nildo%20Viana/2016/Blocos%20Sociais%20e%20Luta%20de%20Classes.docx#_ftnref18" name="_ftn18" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[18]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Um exemplo de análise desse tipo pode ser visto no artigo <i>A Luta de Classes no Brasil</i> (2013-2015) (VIANA, 2015f). <o:p></o:p><a href="http://informecritica.blogspot.com.br/2015/12/a-luta-de-classes-no-brasil-2013-2015.html" style="text-align: left; text-indent: -7.53333px;">http://informecritica.blogspot.com.br/2015/12/a-luta-de-classes-no-brasil-2013-2015.html</a></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
<div style="text-indent: -7.53333px;">
Leia mais:</div>
<div style="text-indent: -7.53333px;">
<br /></div>
<div style="text-indent: -7.53333px;">
A Insustentabilidade do Governo Dilma:</div>
<div style="text-indent: -7.53333px;">
<a href="http://informecritica.blogspot.com.br/2016/03/a-insustentabilidade-do-governo-dilma.html">http://informecritica.blogspot.com.br/2016/03/a-insustentabilidade-do-governo-dilma.html</a></div>
<div style="text-indent: -7.53333px;">
<br /></div>
<div style="text-indent: -7.53333px;">
A Luta de Classes no Brasil:</div>
<div style="text-indent: -7.53333px;">
<a href="http://informecritica.blogspot.com.br/2015/12/a-luta-de-classes-no-brasil-2013-2015.html">http://informecritica.blogspot.com.br/2015/12/a-luta-de-classes-no-brasil-2013-2015.html</a></div>
<div style="text-indent: -7.53333px;">
<br /></div>
<div style="text-indent: -7.53333px;">
A Corrupção na Sociedade Brasileira:</div>
<div style="text-indent: -7.53333px;">
<a href="http://informecritica.blogspot.com.br/2015/07/a-corrupcao-na-sociedade-brasileira.html">http://informecritica.blogspot.com.br/2015/07/a-corrupcao-na-sociedade-brasileira.html</a></div>
<div style="text-indent: -7.53333px;">
<br />
As Lições das Ruas (Análise das manifestações de 13 de março de 2016).<br />
<a href="http://informecritica.blogspot.com/2016/03/as-licoes-das-ruas.html">http://informecritica.blogspot.com/2016/03/as-licoes-das-ruas.html</a><br />
<br />
<div style="text-indent: 0px;">
Versão em Áudio:</div>
<div style="text-indent: 0px;">
<a href="https://www.youtube.com/watch?v=SVUQ2Fm1Hgw">https://www.youtube.com/watch?v=SVUQ2Fm1Hgw</a></div>
</div>
<div style="text-indent: -7.53333px;">
<br />
Veja mais:</div>
<div style="text-indent: -7.53333px;">
<br /></div>
<div style="text-indent: -7.53333px;">
Dilma, um rock bolero:</div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left; text-indent: 0px;">
</div>
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: auto; text-align: left; text-indent: -7.53333px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<a href="http://informecritica.blogspot.com.br/2015/09/dilma-um-rock-bolero.html">http://informecritica.blogspot.com.br/2015/09/dilma-um-rock-bolero.html</a></div>
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</div>
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</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-42799602128843696552015-10-04T09:49:00.000-07:002015-10-04T09:53:23.348-07:00Estudar é preciso...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjODpkClvxtux_ftr8f4PRV87cMrp1HZRbF9ehSdJBHUW72FRt_eqAGGQglkGV__U1siqrCxEIHS1vdMhnPyeUjhhbdAJBxo-v_Zn8gA8J4Zrm4gIzpxaU3qoZ7k_dmNOk4ulFj_fh4hGUy/s1600/Rosa+Luxemburgo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: right;"><img border="0" height="318" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjODpkClvxtux_ftr8f4PRV87cMrp1HZRbF9ehSdJBHUW72FRt_eqAGGQglkGV__U1siqrCxEIHS1vdMhnPyeUjhhbdAJBxo-v_Zn8gA8J4Zrm4gIzpxaU3qoZ7k_dmNOk4ulFj_fh4hGUy/s400/Rosa+Luxemburgo.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Os trabalhadores são submetidos à um processo de expropriação do seu saber, uma educação formal de péssima qualidade e voltada para a reprodução das ideologias, concepções, valores, burgueses, meios oligopolistas de comunicação maniupaladores e reprodutores da hegemonia burguesa.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="" style="clear: both; text-align: justify;">
Nesse contexto, a formação política e autoformação dos trabalhadores se torna fundamental. Isso pode se dar através de grupos de estudos, reuniões de debates e reflexões, processos sociais de luta, A ANT tem como um de seus objetivos contribuir com esse processo. Veja a seção <a href="http://ant-luta.blogspot.com.br/p/formacao_2.html">Formação</a>, na qual disponibilizamos materiais para autoformação, bem com as outras seções sobre textos, vídeos, rádio, etc. A libertação dos trabalhadores é obra dos próprios trabalhadores, mas isso depende de sua auto-organização rumo à autogestão e autoformação e autoeducação.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0TrciXI9z6khSiy1fZbLClnKgzyNIqG7VmPc3Mod2biXIxwVFO3-Ey4AIEa4XUKC0tJocK0UA0iziJvmIU5AhisGLfd1pQLrWKlVX-Uwrig7VwcYAGqUPfe7jhJ-a7G9OqDiBKMw-2VT9/s1600/teoria+e+movimento+oper%25C3%25A1rio+segundo+Lassalle.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="301" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0TrciXI9z6khSiy1fZbLClnKgzyNIqG7VmPc3Mod2biXIxwVFO3-Ey4AIEa4XUKC0tJocK0UA0iziJvmIU5AhisGLfd1pQLrWKlVX-Uwrig7VwcYAGqUPfe7jhJ-a7G9OqDiBKMw-2VT9/s400/teoria+e+movimento+oper%25C3%25A1rio+segundo+Lassalle.jpg" width="400" /></a></div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-74141380333917413212015-10-04T09:42:00.001-07:002015-10-04T09:50:59.965-07:00Ganância...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
O capitalista é, geralmente, um ganancioso. E acusa os trabalhadores de serem ganaciososo... A luta salarial é apresentada como prejudicial para a "economia" (no fundo, se for aumento de salário real, é prejudicial para a classe capitalista que poderá perder uma pequena parte do lucro). Para a sociedade, como um todo, não gera nenhum problema, pois aumenta a capacidade do mercado consumidor e ajudar a aquecer a produção e consumo.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhD9pSdDB1DoCXuDzo4ES194TsjYn3V4Pnvcty7LEo_LRpFNz0aWlHoW7JTlY__dInv8rTsnFW67CILfHxpOtt4IcyDiRsz9qYs_WHBK2hmV9aaFTVBBPUXUY7h_rlKQ8kU78FKjVuXjYpN/s1600/ganancia+capitalista+prolet%25C3%25A1ria.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="253" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhD9pSdDB1DoCXuDzo4ES194TsjYn3V4Pnvcty7LEo_LRpFNz0aWlHoW7JTlY__dInv8rTsnFW67CILfHxpOtt4IcyDiRsz9qYs_WHBK2hmV9aaFTVBBPUXUY7h_rlKQ8kU78FKjVuXjYpN/s320/ganancia+capitalista+prolet%25C3%25A1ria.jpg" width="320" /></a></div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-30201504033345116612015-09-29T07:52:00.000-07:002015-09-29T07:52:29.656-07:00Artigos e livros disponibilizados<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A ANT, mantendo o seu compromisso com o a autoformação dos trabalhadores, abre mais uma seção no seu blog, contando com artigos e livros, entre outros materiais, para a pesquisa e reflexão de todos os interessados. Já disponibilizamos alguns materiais e em breve estaremos acrescentando muito mais material.<br />
<br />
Confira, <a href="http://ant-luta.blogspot.com.br/p/artigos.html">clicando aqui</a>.<br />
<br />
Ou então indo na barra lateral acima, clicando em "Textos".</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-56105919917623488702015-09-26T09:57:00.000-07:002015-09-26T09:57:25.126-07:00"Dilma", um rock bolero de crítica ao governo federal<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Abaixo a mais nova música de Edmilson Marques, o Rock-Bolero "Dilma", um uso irônico do bolero para realizar crítica social:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/US8IqZtnD_g/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/US8IqZtnD_g?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />
<span style="background-color: white; font-family: Roboto, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px; white-space: pre-wrap;">DILMA
Quando você aposta tudo no outro
Fica sofrendo como um louco
Por causa da traição e da ferida
Assim ela destruiu a minha vida
As promessas eram tantas
As suas palavras eram mantras
A perspectiva era a felicidade
Ela me dizia que eu era prioridade
Agora nem respeito nem educação
Uma traição que não merece perdão
E seu irmão ainda levanta a mão
Para me bater e me jogar no chão
Quando você aposta tudo no outro
Fica sofrendo como um louco
Por causa da traição e da ferida
Assim ela destruiu a minha vida
Agora sei com quem está ficando
E eu fico sofrendo, ouvindo e cantando
Altemar, “maldito amor” e “aparências”
Combina com você e suas maledicências
O seu mantra é razão instrumental
Me usou para ganhar e foi embora
Agora me joga fora como bola
Eu lhe fiz o bem e você me fez o mal
Quando você aposta tudo no outro
Fica sofrendo como um louco
Por causa da traição e da ferida
Assim ela destruiu a minha vida
Me diga com quem andas, que direi quem és
Te vejo com os donos dos bancos
Longe da ralé e dos saltimbancos
E ao lado de gente com joias da cabeça aos pés
A minha dor é a de todo trabalhador,
Me fez retomar Ravel, bolero e retrocesso.
Corrupção de amor não dá processo
Não tem impedimento, só tem dinheiro e valor
Quando você aposta tudo no outro
Fica sofrendo como um louco
Por causa da traição e da ferida
Assim ela destruiu a minha vida
Ao seu lado outro está feliz
Calculando o lucro da matriz
Cada vez mais empobreço
Sofrer por ilusão é o preço
Agora só restou o Adeus
Já dizia a canção
Já lhe esqueci e aos seus
Já comecei minha revolução!</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Roboto, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; font-family: Roboto, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px; white-space: pre-wrap;">Edmilson Marques e Nildo Viana</span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-28401987713583561752015-09-26T07:52:00.000-07:002015-09-26T07:52:41.233-07:00A greve nas Universidades e nos Institutos Federais: Os limites da ação sindical<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 16.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">A greve nas Universidades e nos Institutos Federais:
<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 16.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Os limites da ação sindical<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A reflexão que se
propõe aqui não é uma análise da greve em si e de todo o movimento grevista que
as universidades e institutos federais vêm realizando desde junho de 2015. O
intento é avaliar o <i>modus operandi</i>
das instituições sindicais dentro deste movimento grevista para a partir daí
elencar-se elementos para uma discussão da ação sindical em geral, sobretudo
nas instituições públicas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O governo federal,
desde o início do segundo mandato de Dilma Rousseff, está radicalizando sua
ofensiva sobre os interesses dos trabalhadores. Todas as medidas que o
legislativo e o executivo vêm executando neste sentido atestam esta afirmação:
aumento do fator previdenciário, aumento do tempo de trabalho para receber seguro
desemprego, mudanças nas regras de pensão por morte, tramitação da lei que
aprova a privatização das atividades=fins das empresas e instituições, o que
precariza ainda mais as condições de trabalho já estabelecidas etc. são só
alguns demonstrativos de como isto está sendo efetivado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Agora em 2015, o
governo anunciou um pacote de cortes em várias áreas sociais (saúde, educação,
moradia popular etc.). Estes cortes visam equilibrar as contas do governo, que
segundo apontam os analistas, há um enorme <i>déficit</i>
na relação receita/despesa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Os meios oligopolistas
de comunicação estão em polvorosa propalando uma “crise econômica” terrível na
economia brasileira. Sem entrar em detalhes nesta discussão sobre “crise”,
alertamos que nosso entendimento é que há, na verdade, uma diminuição do “crescimento
econômico”, o que não significa que não haja “crescimento”, sendo uma desaceleração
da acumulação de capital, além de não haver questionamento por parte da classe
operária e demais classes exploradas e oprimidas das relações sociais
capitalistas, não havendo, portanto, nenhuma crise do capitalismo. Há,
efetivamente, uma desaceleração da acumulação de capital, chamada de “redução
do crescimento econômico” (basta ver a estagnação e às vezes redução da taxa de
crescimento do PIB – Produto Interno Bruto). Isto acarreta diminuição e
estagnação dos aumentos salariais, demissões, diminuição da arrecadação estatal,
etc. Soma-se a este quadro a dívida pública brasileira e o compromisso do
Estado brasileiro em transferir recursos para o setor financeiro transnacional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">As políticas
neopopulistas do governo do PT durante a era Lula e início do primeiro mandato de
Dilma Rousseff tornam-se cada vez mais difíceis de sustentação diante deste
quadro. Os recursos diminuíram e estão sendo enviados para outros campos da
atividade social. Basta consultar os lucros dos bancos aqui no Brasil no último
trimestre. Somente o Banco Itaú, por exemplo, obteve um lucro líquido de 5,9
bilhões. Viva a crise!!! Para não delongar aqui em descrição de dados,
registramos somente que o orçamento de 2015 destinou 45,11% de seu total ao
pagamento da dívida pública, ou seja, transferência de dinheiro do Estado para
os bancos privados transnacionais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Toda esta situação gera
no chamado “mercado”, o deus onipotente da modernidade, uma relação de
desconfiança com o Brasil. O que os meios de comunicação anunciaram a todo o
momento nos últimos meses é a redução da nota do Brasil por uma agência de
classificação: Moody´s. Esta agência rebaixou a nota do Brasil e isto torna,
segundo a fraseologia oca do jornalismo econômico, as condições de investimento
externas no país bastante inseguras, fazendo com que novos investidores não se
interessem pelo país. Assim, é necessário ao governo tomar novamente as rédeas
da economia e para fazer isto ele tem que realizar aquilo que os escroques da
economia, conduzidos pelo deus mercado, chamam de <i>superávit</i> primário, em outras palavras, investir menos e receber
mais. Em uma palavra, o estado brasileiro tem que provar para o deus mercado
que ele pagará suas contas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Para que o governo dê
essa garantia, ele tem que realizar alguns cortes. Estes cortes naturalmente não
podem afetar os lucros dos bancos, das empreiteiras, das empresas
transnacionais e nacionais, as fortunas dos muito ricos, etc. Naturalmente que
estes cortes vão se dar nas áreas sociais (saúde, educação, segurança, moradia,
reforma agrária e por aí vai). Foi exatamente isto o que aconteceu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No primeiro semestre, o
governo federal faz um corte (o nome bonito que a imprensa utiliza para isto é
contingenciamento) de 69,9 bilhões de reais. A educação federal ficou em
terceiro no ranking de cortes, perdendo para Cidades e Saúde. O total do rombo
feito na educação foi de 9,4 bilhões, 19% a menos do que estava previsto para o
ano de 2015. Esses cortes foram feitos no contexto em que se tem uma rede
Federal de Educação Tecnológica (os institutos federais em plena expansão),
juntamente com as universidades que também passaram por amplo processo de
crescimento via REUNI. Assim, duas redes de ensino em expansão, que tem a maior
parte de sua renda cortada no início do ano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mas não é tudo, agora
em setembro de 2015, o governo anuncia que não vai reajustar os salários dos
servidores federais em janeiro, adiando isto para agosto de 2016, não vai
realizar concursos públicos (lembrando que as universidades e os institutos
estão em expansão), vai retomar a CPMF, vai aumentar a alíquota de alguns
impostos e por aí vai. Tudo isto para garante um <i>superávit</i> primário em 2016 de 0,7%. Isto mesmo. Este é o quadro.
Este é cenário.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Diante desta situação
em que se encontra o ensino público federal no Brasil, não havia outro remédio
se não a contestação. A greve foi uma resposta necessária a este estado de
coisas. Os profissionais comprometidos com a educação pública, gratuita e de
qualidade iniciam no primeiro semestre um movimento de greve. É aqui que começa
verdadeiramente nossa análise. Até aqui, nos contentamos em descrever o cenário
tenebroso que se anuncia para a educação pública no Brasil para os próximos
anos. Infelizmente, isto não é só para este setor, também outras áreas sociais
irão pagar caro por este compromisso do estado brasileiro com o capital
transnacional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O movimento de greve é
deflagrado. Os professores das Universidades tem no ANDES – Associação Nacional
de Docentes do Ensino Superior sua grande estrutura sindical. Os Institutos
Federais tem no SINASEFE – Sindicato Nacional dos Servidores Federais da
Educação Básica, Profissional e Tecnológica sua representação sindical à escala
nacional. Existe uma terceira instituição, o PROIFES – Federação de Sindicatos
de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior, que representa uma
quantidade ínfima de instituições de ensino superior no Brasil. Os
técnico-administrativos tem representação através da FASUBRA – Federação de
Sindicato de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino
Superior Públicas do Brasil. O SINASEFE também representa parte dos
técnico-administrativos que não se filiaram à FASUBRA.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Estas são as grandes
instituições sindicais que representam, nas mesas de negociação junto ao MEC –
Ministério da Educação e Cultura e MPOG – Ministério do Planejamento Orçamento
e Gestão, o conjunto dos trabalhadores das IFE´s – Instituições Federais de
Ensino.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Cada uma destas
federações congrega em si uma certa quantidade de sindicatos filiados ou de
seções sindicais. Estas seções sindicais e sindicatos filiados enviam
periodicamente delegados para Plenárias Nacionais. A partir das deliberações
destas Plenárias, cada uma das federações sindicais encaminha suas
reivindicações junto ao governo federal. A partir das pautas de reivindicações
construídas segundo esta metodologia de organização, as federações encaminham
para o MEC/MPOG os ofícios solicitando audiências. Os ministérios respondem aos
ofícios agendando data de audiência e delimitando o campo de negociação. Por
exemplo, se a pauta encaminhada pelos sindicatos tem 20 pontos a serem
negociados, os ministérios dizem quais serão ou não debatidos. Estes que serão
debatidos são aqueles escolhidos pelo próprio ministério. Foi o que aconteceu
com esta greve de 2015. Um ponto fundamental que motivou a ascensão do
movimento grevista foram os cortes na educação. Este era o ponto principal.
Para além dele, havia um conjunto de outros pontos (reajuste salarial e pontos
específicos sobre a carreira docente e técnicos administrativos). O ponto
principal, ou seja, os cortes não entraram na escolha dos ministérios.
Portanto, jamais foi levado a sério nas mesas de negociação. O que isto quer
dizer é que quem determina o que vai ou não ser efetivamente negociado não são
os trabalhadores, mas sim o próprio governo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Os sindicatos
necessitam apresentar um certo resultado positivo de suas mobilizações para as
bases. Assim, perde-se o central: os cortes na educação; mas ganha-se outras
coisas secundárias, mas mesmo assim são vistas como vitórias: reajuste salarial
e melhorias no plano de carreira. E aí o argumento que se levanta é: “é
impossível ganhar-se tudo o que se pede”. Reivindica-se uma quantidade grande
pautas para negociar uma quantidade pequena de pontos para no final
conseguir-se uma pequena vitória em algum ponto específico. Esta é a prática
das mesas de negociação conduzidas por todas estas instituições sindicais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Estas instituições
sindicais são todas, exatamente todas, conduzidas por um ou mais partidos
políticos. Há, portanto, uma aliança permanente de classe entre a burocracia
partidária e a burocracia sindical. O que define uma classe social é sua
posição na divisão social do trabalho, os interesses que surgem desta posição,
o tipo de atividade que executam os indivíduos que pertencem a esta classe
social. A burocracia como uma classe social é aquela que se define por ser a
responsável por executar as atividades de gestão e direção das instituições.
Toda instituição na sociedade capitalista comporta uma fração da classe
burocrática. O exército necessita de uma burocracia militar, as empresas, de
uma burocracia empresarial, os partidos, de uma burocracia partidária e os
sindicatos de uma burocracia sindical. A atividade comum, portanto, à
burocracia, independentemente de suas frações, é a gestão e direção das
instituições.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Esta atividade gera
nesta classe determinados interesses. O interesse fundamental é o crescimento e
fortalecimento da própria instituição. Assim, todo burocrata defende com unhas
e dentes a instituição da qual ele é diretor. Este modo de atividade gera
também determinados valores e concepções nos indivíduos. Por exemplo, é comum
no seio da classe burocrática um culto à autoridade, uma valorização da
hierarquia e dos cargos, uma veneração pelos regimentos e estatutos, ou seja,
um modo de pensar e agir também burocrático. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Assim, somente um
sindicalista experimentado consegue entender e caminhar pelos labirintos do
MEC/MPOG. Tem de ser um com larga experiência, tanto partidária quanto
sindical. Ele deve compartilhar juntamente com os burocratas dos ministérios
estes mesmos valores: respeitos aos regimentos, à autoridade, aos cargos, à
hierarquia. Deve conhecer todo o <i>modus
operandi</i> burocrático tanto do sindicato quanto do MEC/MPOG para poder
navegar ali dentro com certa maestria. Sem este conhecimento, seu trânsito
dentro das mesas de negociação fica inviabilizado. O sindicalista é,
diferentemente do trabalhador não habituado com estas <i>práticas burocráticas</i>, um especialista da reivindicação. Ele
convoca assembleia de trabalhadores, redige ofícios, reúne-se com os
ministérios, negocia os termos do debate, assina acordos, conhece os estatutos,
as leis, os regimentos, tem boa oratória etc. Esse é o perfil do sindicalista
da FASUBRA, PROIFES, SINASEFE, ANDES... e todos os demais, também.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Retomando a reflexão
sobre o conceito de burocracia como classe social, podemos dividir a classe
burocrática em dois grandes grupos: 1) a burocracia estatal (governamental e
permanente) e 2) a burocracia civil (empresarial, eclesial, partidária,
sindical, terceiro setor etc.). Cada uma destas frações comporta também
extratos. Assim, há extratos da burocracia que se aproximam das classes
trabalhadoras, tal como o caso de alguns partidos e sindicatos e outros
extratos que se aproximam da classe capitalista (magistrados, altos executivos
de empresas etc.). A burocracia, portanto, não é uma classe homogênea. Por
comportar diferentes frações e extratos, em seu interior há uma permanente luta
de interesses, de conflitos interburocráticos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">É dentro deste espectro
que situamos as lutas sindicais nas IFE´s. Os vários sindicatos que se
posicionam frente aos ministérios são extratos inferiores da classe
burocrática. Os ministérios, obviamente, são extratos superiores de tal classe.
Este conflito interburocrático não aparece à superfície de modo claro. É
necessário um processo de análise e crítica para evidenciá-lo. Os sindicatos
aparecem como representando os interesses dos trabalhadores de sua base. As
negociações caminham a passos lentos e os acordos assinados são o resultado de
um maçante vai-e-vem de propostas e contrapropostas. Ao final, dentro dos
termos que o governo estabeleceu desde o início, pequenas concessões são
feitas. O Sindicato retorna à sua base e diz: “tivemos poucas conquistas, mas
nossa greve foi vitoriosa mesmo assim”... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Este é o roteiro de
toda greve nas universidades e institutos federais nos últimos anos. Por que a
coisa caminha sempre do mesmo jeito? Não há possibilidade de ação política para
além deste ciclo de pseudodebate interburocrático?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em primeiro lugar, os
sindicatos e as federações sindicais que os representam junto ao MEC/MPOG são o
tipo de organização necessária para uma massa de trabalhadores despolitizados.
Sim, estamos falando aqui dos professores e técnico-administrativos das universidades
e institutos federais: a fina flor da intelectualidade brasileira. A divisão
clássica entre “direção” e “base” já ilustra esta situação. As direções dos
sindicatos e das federações expressam estes extratos inferiores da classe
burocrática. As bases, ou seja, os professores e técnico-administrativos vão a
reboque e/ou às vezes empurrando as direções sindicais. Isto varia. Se o
sindicato é da base do governo (o PROIFES, por exemplo, que é controlado pelo
PT/PCdoB), ele não quer a greve, é contra a greve etc. Quando isto acontece, a
base empurra o sindicato. Quando os partidos políticos no controle do sindicato
são da oposição, geralmente levam a sua base a reboque (SINASEFE, FASUBRA,
ANDES etc. que são disputados por uma plêiade de forças políticas PSTU, PCB,
PSOL etc., além, claro, de indivíduos que não são vinculados a nenhum partido
político mas são iludidos com as possibilidades da luta sindical). Uma massa
desinteressada, despolitizada, desorganizada só pode ser a “base” de uma
estrutura burocrática organizada, articulada e politicamente orientada, a
“direção”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em segundo lugar, as
dimensões continentais do território brasileiro dificultam um processo de
organização e articulação das “bases” para além das estruturas sindicais. Este
é um processo lento, demorado, mas necessário de exercício político que os
trabalhadores das IFE´s devem realizar. Para tanto, a primeira exigência é
reconhecer que a atuação sindical é protocolar. Ela não pode ir além de si
mesma. Os burocratas sindicais, pelos métodos burocráticos usuais, só conseguem
chegar a acordos pífios com os burocratas estatais. A exigência é, pois,
arrancar às mãos dos burocratas especializados o processo de luta. Ou os
trabalhadores da “base” tomam em suas mãos o processo de organização, condução,
ação de suas lutas ou continuar-se-á a reprodução <i>ad eternum</i> do mesmo <i>modus
operandi</i> das greves conduzidas por tais estruturas sindicais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Além das dimensões
territoriais do Brasil que dificultam o trabalho de organização à escala
nacional, há também a fé dos trabalhadores na institucionalização. Só há luta
verdadeira quando conduzida por uma instituição, que de preferência tenha CNPJ.
Sem esta institucionalização, para muitos trabalhadores, é impossível haver
organização e luta. Esta fé irracional e irrefletida da maioria dos
trabalhadores é um sério empecilho ao desenvolvimento de novas experiências de
organização e de ação. Assim, a construção de novas formas de luta deve ser
realizada junto a um amplo processo de difusão e discussão destas ideias. É
necessário haver, pela via da propaganda e da ação, a divulgação destas teses,
o convencimento, a crítica etc. O avanço da organização deve caminhar junto com
o avanço da consciência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">As instituições
sindicais são hoje em dia um entrave ao desenvolvimento da luta dos
trabalhadores (isto na esfera da educação e em todas as demais). Reconhecer
isto é somente o primeiro passo para um avanço. O passo seguinte é desenvolver
outras experiências de organização. Não é necessário ser um <i>expert</i> em teoria social para realizar
tal ato. Em todas as experiências de greve no campo da educação nos últimos
anos, forma-se junto com o sindicato ou contra o sindicato, o Comando de Greve.
A experiência do Comando de Greve é um ótimo ponto de partida para a edificação
de novas formas de organização. Findado o movimento grevista, a articulação,
organização e debate iniciado no Comando deve continuar. Os trabalhadores que
se reuniram durante a greve devem continuar sua mobilização, sua discussão, sua
reflexão. Isto é necessário para um crescimento contínuo, tanto no campo
organizativo, quanto no campo da consciência. O Comando de Greve deve se
transformar num Comando de Mobilização ou qualquer outro nome que a categoria
queira dar. Esta é a condição primeira para que se consiga ir estruturando um
novo tipo de <i>práxis</i> política.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Contudo, a mera
articulação em um único local de trabalho é insuficiente. Os trabalhadores
articulados no Comando de Greve e posteriormente no Novo Coletivo que se
desenvolver devem ampliar seu campo de comunicação. Há Comandos de Greve em
todos os lugares que entraram em greve agora em 2015. Tanto no âmbito dos
institutos federais quanto das universidades, esses Comandos devem se
articular, tanto no âmbito da mesma instituição, quanto no das demais. Universidades
e Institutos devem criar laços de comunicação e organização. Em um momento no
qual não haja greves, é mais difícil que isto aconteça, pois o trabalho
cotidiano e alienado o impede. Contudo, não inviabiliza que se criem mecanismos
de contato e comunicação. As redes sociais e as facilidades de comunicação
existentes hoje viabilizam este processo. Uma retomada do processo grevista já
se daria em um patamar superior, pois estes mecanismos de comunicação já
criados teriam mais condições de avançar para formas de organização intercampus
e interinstituições.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">As disputas sindicais
por ampliar suas bases de atuação impedem que isto aconteça. O ANDES e a
FASUBRA não conversam, pois cada um representa uma categoria de trabalhadores
dentro das IFE´s, o primeiro os professores, a segundo os administrativos. O
SINASEFE não divide as duas categorias, mas só representa os trabalhadores dos
institutos. Atualmente a FASUBRA entrou nos institutos e vem retirando uma
quantidade considerável de trabalhadores administrativos da base do SINASEFE e
os colocando na sua. Estas disputas intersindicais são um problema para o
desenvolvimento e articulação nacional das lutas dos trabalhadores das IFE´s.
Novamente, ou se reconhecem os entraves que o sindicalismo provoca hoje em dia
nas lutas sociais ou se permanecerá dando murro em ponta de faca durante muito
tempo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A greve nas
instituições federais de ensino em 2015 foi motivada sobretudo pelos cortes no
orçamento. Este foi o mote, a grande pauta, o elemento mobilizador desta greve.
Em nenhum momento, nenhuma destas estruturas sindicais colocou efetivamente em
pauta, nas mesas de negociação, esse problema. Há, por parte de tais
instituições a aceitação tácita de que esta parada já estaria perdida. Para a
greve não ser uma derrota completa, todas elas aceitaram os termos dos
ministérios (negociar reajuste salarial e pontos específicos do plano de
carreira). A prova de que não há efetiva negociação, mas sim acordo entre
burocracia sindical e burocracia governamental, é que, devido às dificuldades
orçamentárias do governo, ele simplesmente disse que não iria cumprir o acordo
tácito que sempre cumpre com as burocracias sindicais. Ao invés de conceder o
reajuste, o prorrogou de janeiro para outubro de 2016, ao invés de dizer que se
prontifica a discutir e resolver os problemas das instituições, simplesmente
anunciou mais cortes e a paralisação na realização de concursos públicos. Isto
demonstra, efetivamente, que não há disputa de forças efetivas entre
instituições sindicais e ministérios. Há acordos tácitos, que criam uma
sensação de pseudovitórias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Portanto, a relação
MEC/MPGO X SINASEFE/ANDES/PROIFES/FASUBRA é uma pseudoluta. Enquanto os
trabalhadores não reconhecerem este dado básico, não será possível qualquer
avanço real, concreto tanto nas conquistas imediatas (aumento real de salário –
não somente reajustes, melhoria nas carreiras), quanto conquistas a médio prazo
(valorização real e efetiva da educação pública pelo estado brasileiro). O que
se coloca, portanto, aos trabalhadores das IFE´s é: ou tomam as suas lutas em
suas mãos em organizações autônomas, independentes, não-burocráticas ou seguem
silenciosos e obedientes aos seus sindicatos e ao governo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Setembro/2015<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Associação Nacional dos
Trabalhadores – ANT<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 2.0cm;">
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-54039018955253002482015-09-26T07:12:00.000-07:002015-09-26T07:12:49.237-07:00Texto de Formação 03: O Mais-Valor<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-element: para-border-div; padding: 1.0pt 4.0pt 1.0pt 4.0pt;">
<div align="center" class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-padding-alt: 1.0pt 4.0pt 1.0pt 4.0pt; padding: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 16.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri;">Texto de Formação 03:<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-padding-alt: 1.0pt 4.0pt 1.0pt 4.0pt; padding: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 16.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri;">O Mais-Valor<o:p></o:p></span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri;">ANT<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri;">Associação Nacional dos Trabalhadores<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Foi abordado no <i>texto de formação 1</i> o modo de produção
capitalista. Foi afirmado ali que o elemento que define o modo capitalista de
produção é o processo de extração de mais-valor do proletariado. Lá definiu-se
que o mais-valor é uma forma de trabalho não-pago, ou seja, que o trabalhador
executa, mas não recebe nada em troca por ele. É possível que tal relação
exista na sociedade moderna, visto isto ferir as leis vigentes em todo Estado
democrático?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Quando se questiona
geralmente às pessoas o que elas entendem por capitalismo, as respostas que
comumente são dadas são estas: “capitalismo é lucro”, “capitalismo é dinheiro”,
“capitalismo é consumo” etc. Embora todas estas respostas estejam corretas,
estão também todas incompletas ou pelo menos formuladas de modo errado. O
lucro, o dinheiro, o consumo etc. são todos processos verificáveis na sociedade
capitalista, são parte deste modo de produção. São condições para sua
existência. Contudo, não são os elementos definidores desta sociedade. Tanto o
dinheiro quanto o consumo são também perceptíveis em sociedades
pré-capitalistas, como por exemplo, a sociedade escravista antiga.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O que define o modo de
produção capitalista é extração de mais-valor. Mas o que vem a ser isto? O modo
de produção capitalista é fundado na relação entre duas classes sociais, a
classe capitalista (dona das fábricas, minas etc.) e a classe operária ou
proletariado (aquela que só tem sua força de trabalho para vender no mercado).
Trata-se, portanto, de uma relação entre duas classes: o capitalista tem o
capital e o utiliza para comprar a única mercadoria que os trabalhadores tem,
sua capacidade de trabalhar, sua força de trabalho. O capitalista tem capital
(máquinas, matérias-primas etc.), o trabalhador tem sua capacidade de trabalho.
Ambos se encontram no mercado e o capitalista paga ao trabalhador um salário
que equivale ao valor da força de trabalho deste trabalhador. Este, por sua
vez, trabalha durante oito horas por dia, produzindo uma determinada mercadoria
(carro, salsicha, computadores etc.). O capitalista vende estas mercadorias,
pega o dinheiro obtido no mercado e retorna novamente à produção, comprando
mais matérias-primas, mais máquinas e mais trabalhadores, reiniciando todo o
processo novamente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Vivemos assim, no
melhor dos mundos, onde todo mundo ganha. Certo? Errado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 1cm;">Para que entendamos o
conceito de mais-valor, é necessário que compreendamos primeiramente o valor da
mercadoria. O valor da mercadoria não tem o sentido comum de preço. Esse valor
é determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário para se produzir
uma determinada mercadoria. Quanto maior o tempo gasto na produção de
determinada mercadoria, maior será também seu valor. Contudo, isto não quer
dizer que se um capitalista esperto mandar seus operários trabalharem mais
devagar, aumentando assim o tempo de trabalho, aumentará o valor de suas
mercadorias. O que conta é o tempo médio que o conjunto das fábricas que
produzem aquele artigo gasta e não esta ou aquela empresa individualmente
considerada, pois nas relações de distribuição, no mercado, há uma equalização.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 1cm;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Toda mercadoria (caixa
de fósforos, celulares, etc.) tem um valor, ou seja, foi gasto determinada
quantidade de minutos, horas ou dias para ser fabricada. Da mesma forma que
toda mercadoria tem um valor, também a força de trabalho, ou seja, a capacidade
de trabalhar dos trabalhadores é uma “mercadoria”. Como se mede seu valor? Da
mesma maneira que as demais, ou seja, medindo-se o tempo necessário para se
produzir a força de trabalho do trabalhador e de sua família. A soma de todos
os bens consumidos pela família trabalhadora (água, luz, alimentação, aluguel,
internet, etc.) forma o seu valor. Este valor é expresso num preço, o salário.
A ideia de salário mínimo é exatamente isto, ou seja, qual é o mínimo
necessário que em determinadas condições sociais é suficiente para o
trabalhador e sua família sobreviverem? O cálculo deste mínimo forma o valor da
força de trabalho, que pode coincidir com seu preço (o salário).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Assim, o capitalista
paga ao trabalhador o valor de sua força de trabalho, dando-lhe um salário que
é necessário à sobrevivência do trabalhador e de sua família. Novamente, o
nosso capitalista é uma pessoa interessante: dá emprego ao operário, paga-lhe o
valor de sua força de trabalho. Nada há a questionar nisto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Contudo, o que se
observa é outra coisa. Saindo da mera aparência e procurando compreender a
essência da produção capitalista, descobrimos coisas insuspeitas. A nossa atual
jornada de trabalho é delimitada em forma de lei num total de 8 horas diárias.
Somando-se o nosso desenvolvimento tecnológico, o treinamento de nossa força de
trabalho, o estado de desenvolvimento científico, as matérias-primas
disponíveis etc. somos conduzidos a entender que o tempo de trabalho necessário
para um trabalhador específico reproduzir o valor de sua força de trabalho é de
aproximadamente 4 horas. Ou seja, se a classe operária trabalhasse somente 4
horas, ela já reproduziria o valor de sua força de trabalho (salário), o
desgaste das máquinas, as matérias-primas etc. Contudo, ela trabalha 4 horas a
mais. Estas 4 horas excedentes, o capitalista embolsa e não diz nada a ninguém.
Fica com as horas de trabalho materializadas em mercadorias as quais ele vende
no mercado. É forçoso dizer, portanto, que o trabalhador trabalha 4 horas para
si e quatro horas para o capitalista. As quatro horas que trabalha para si, ele
recebe um salário. As quatro horas que trabalha para o capitalista, ele não
recebe nada em troca. O trabalho excedente efetivado durante esse período é
chamado de mais-valor, ou seja, um valor a mais que o operário acrescentado às
mercadorias e que ele não recebe nada em troca. A produção capitalista é
fundada, pois, num roubo diário do trabalho da classe operária. O modo de produção capitalista é um modo de exploração de uma classe - burguesia - sobre outra - proletariado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Há duas formas de se
extrair mais-valor: 1) prolongando a jornada de trabalho; 2) investindo no
desenvolvimento tecnológico e nas formas de organização e gerência do processo
de trabalho. A primeira, chamamos mais-valor absoluto, a segunda, mais-valor
relativo. Este procedimento é verificável no interior de qualquer unidade de
produção. Se somarmos todo o conjunto de mais-valor produzido em um determinado
país, digamos, por exemplo, em um ano, teremos assim o mais-valor global deste
país. O mais-valor global expressa o processo de exploração do conjunto da
classe operária de um determinado país. O mais-valor global é, depois de
produzido, realizado no mercado. Parte dele volta para o capitalista em forma
de lucros, outra parte vai para os bancos, outra para os comerciantes, outra
para os impostos, outra em renda fundiária para os latifundiários, outra para
os salários dos subalternos, burocratas, intelectuais etc. (sobre estas
classes, confira o <i>texto de formação 2</i>).
Quando se diz, portanto, que a base da pirâmide da produção de riquezas na
sociedade capitalista é o proletariado, é este sentido preciso da afirmação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Assim, para finalizar,
a luta entre a classe capitalista e a classe operária é inevitável. Uma luta
para diminuir a extração de mais-valor, a outra luta para aumentá-la. Esta
disputa entre capitalistas e operários é verificada, por exemplo, na luta dos
trabalhadores para reduzir a jornada de trabalho, na luta que estes travam para
diminuir a velocidade das linhas de produção etc. Essa luta é complementada por
outra luta, que é quando o proletariado coloca em questão a própria relação com
a classe capitalista, a exploração, o mais-valor. É quando o proletariado luta
contra o capital para sua abolição e instauração de uma nova sociedade. Assim,
a luta de classes é, no capitalismo, inevitável. Destas formas assumidas pela
luta entre burguesia e proletariado trataremos nos próximos textos de formação.<o:p></o:p></span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-9742959630165268212015-09-21T11:02:00.001-07:002015-09-21T11:35:01.103-07:00Protesto e incêndio de Ônibus em Goiânia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEHFd4ExrwGI9wWMhMCTSsopQ5qr0ZzD-Fq3zKDzix3ojO3Eu7nogQelXP79aFk7PlyvG9CTcP1osG1hjjUeMtcsz_VWEMFCNE4IUZd1wPkC3eS0NJC4OO7jrev2qtqQX3LrzEtAx7sInX/s1600/incendio+de+onibus.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEHFd4ExrwGI9wWMhMCTSsopQ5qr0ZzD-Fq3zKDzix3ojO3Eu7nogQelXP79aFk7PlyvG9CTcP1osG1hjjUeMtcsz_VWEMFCNE4IUZd1wPkC3eS0NJC4OO7jrev2qtqQX3LrzEtAx7sInX/s320/incendio+de+onibus.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<b>As Razões do Protesto</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
O transporte coletivo urbano é um dos grandes problemas sociais do Brasil. Ele é um serviço privado fiscalizado pelo Estado que cumpre com a necessidade de locomoção da força de trabalho (os trabalhadores e sua ida ao trabalho, que é uma necessidade da classe capitalista e não só das classes trabalhadoras), dos consumidores (forma para concretizar o consumo, o que também é interesse do capital), dos estudantes, etc. O capitalismo gera a divisão social do trabalho e, por conseguinte, uma divisão social do espaço (antes do capitalismo, no feudalismo, as unidades domésticas eram unidades de produção e consumo, no qual se produzia valores de uso, bens necessários para a sobrevivência, e depois dele as unidades domésticas se tornam apenas unidades de consumo, separadas das unidades de produção - fábricas, empresas, etc. - e tudo passa a ser produção de mercadorias por causa do seu valor de troca). Essa divisão social do espaço se amplia cada vez mais, acompanhando a complexificação da divisão social do trabalho. O lazer, por exemplo, que era antes concretizado na unidade doméstica ou comunidade circundante, agora é realizado nos shopping centers, estádios, casas de show, etc., com exceção do uso dos meios oligopolistas de comunicação e internet, que afastam os indivíduos dos outros em suas próprias residências. Assim, a divisão social do espaço, nos grandes centros urbanos, cria a necessidade de transporte coletivo urbano. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nas grandes metrópoles, existem trabalhadores que gastam de quatro a oito horas diárias para ir e vir de sua casa ao trabalho. E isso é feito, em grande parte dos casos, em condições precárias no capitalismo subordinado (os países "pobres", chamados de "terceiro mundo", "subdesenvovidos", como é o caso do Brasil). O transporte coletivo urbano é dominado por empresas capitalistas oligopolistas que visam o lucro e não a locomoção ou o bem estar dos passageiros. Por isso, renovar e aumentar a frota de ônibus, aprimorar os mesmos, diminuir ou congelar os preços das passagens, remunerar bem e preparar melhor os trabalhadores do transporte coletivo (motoristas, cobradores, etc.) é algo impensável para tais capitalistas. Para ter lucro, quanto mais precário e lotado o ônibus, melhor. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É este o principal motivo do péssimo estado do transporte coletivo urbano. Este foi o motivo das manifestações estudantis em 2013, incluindo as que foram reprimidas violentamente pelo Estado, aparato da classe capitalista, e que gerou as manifestações populares de junho de 2013. Esse é o motivo pelo qual explodem, espontaneamente, revoltas e protestos de usuários dos transportes coletivos em diversas cidades do Brasil.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Goiânia foi hoje palco de protesto da população contra o transporte coletivo. Abaixo repassamso informações sobre o ocorrido, que não é o primeiro, pois sempre esses protestos vem ocorrendo na cidade, já há alguns anos. Em alguns casos, são meros piquetes que impedem a circulação de ônibus, em outros, quebra e incêndio acontecem complementarmente. É a revolta legítima da população trabalhadora, das classes desprivilegiadas, que produzem as riquezas existentes e nem possuem condições dignas de vida (transporte, moradia, etc.). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por isso a ANT chama as classes trabalhadoras, o proletariado e todos os demais trabalhadores para se unir, pois para combater a força do Estado e da classe capitalista e seus serviçais (burocratas, forças repressivas), somente a união, a auto-organização e a consciência podem fortalecer nossa luta até conseguirmos efetivar a transformação social e abolição do capitalismo e instauração da autogestão social!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b>
<b>O protesto em Goiânia</b><br />
<br />
Hoje, em Goiânia, cidade com quase um milhão e meio de habitantes, cuja região metropolitana possui mais de dois milhões de moradores, houve um protesto espontâneo da população residente no Jardim Primavera. o número de ônibus queimados já chegou a seis, incendiados por manifestantes deste bairro, nesta manhã de segunda-feira, dia 21 de setembro. O protesto é por melhorias no transporte, incluindo o número de ônibus, que é insuficiente para o transporte dos moradores da Região Metropolitana para a capital.<br />
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_fusy-yQM2q_LRxU6p9q5cAs01xCSoKV1TUWSmCYq0iQw3Bp0hHJtiTmRCdsjWU9M-hCA6AH5oQO-QfXNA3syq-Bx6w6XL7oUdLkOZ2Bu7u3D3ZADYZBiO4jjfUQYJEpufHkHMBZ-2Dik/s1600/onibus+quebrado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_fusy-yQM2q_LRxU6p9q5cAs01xCSoKV1TUWSmCYq0iQw3Bp0hHJtiTmRCdsjWU9M-hCA6AH5oQO-QfXNA3syq-Bx6w6XL7oUdLkOZ2Bu7u3D3ZADYZBiO4jjfUQYJEpufHkHMBZ-2Dik/s320/onibus+quebrado.jpg" width="320" /></a></div>
<h1 class="titulo libre-baskerville" itemprop="headline">
</h1>
<div style="text-align: justify;">
"Por volta das 10h40, os manifestantes colocaram fogo no sexto
veículo, mas o incêndio foi controlado pelo Corpo de Bombeiros. Antes
disso, outros cinco ônibus do Eixo Anhanguera foram incendiados e
completamente destruídos" [<a href="http://www.opopular.com.br/editorias/cidades/seis-%C3%B4nibus-s%C3%A3o-queimados-durante-protesto-na-go-070-1.950605">http://www.opopular.com.br/editorias/cidades/seis-%C3%B4nibus-s%C3%A3o-queimados-durante-protesto-na-go-070-1.950605</a>].</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSXCe8PfVa-hheLrlzb1IbEl41TWLOsRXisNf5zBpaQO87iVpwefbQvsnwXPjaLD0t4PDHBksXQx9cWapl0pzsE5hEfxzjB-L2u9p53VW7Xo1NgdTDM2NwpaqLoAIv9n0XXgFKPVtWhBvS/s1600/policiais+e+manifestantes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="185" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSXCe8PfVa-hheLrlzb1IbEl41TWLOsRXisNf5zBpaQO87iVpwefbQvsnwXPjaLD0t4PDHBksXQx9cWapl0pzsE5hEfxzjB-L2u9p53VW7Xo1NgdTDM2NwpaqLoAIv9n0XXgFKPVtWhBvS/s320/policiais+e+manifestantes.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
"Além dos veículos, o grupo também colocou fogo em pneus para aumentar o bloqueio da pista.<br />
<div style="text-align: justify;">
Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), os dois sentidos da
rodovia estão bloqueados e não há previsão para o término do protesto.
Ainda de acordo com a PRE, o acesso a rodovia por dentro dos bairros
também foi fechado" [<a href="http://www.opopular.com.br/editorias/cidades/seis-%C3%B4nibus-s%C3%A3o-queimados-durante-protesto-na-go-070-1.950605">http://www.opopular.com.br/editorias/cidades/seis-%C3%B4nibus-s%C3%A3o-queimados-durante-protesto-na-go-070-1.950605</a>]..</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-62888366877595170982015-09-20T14:59:00.000-07:002015-09-21T03:58:18.296-07:00OS TRABALHADORES E O IMPEACHTMENT (Análise de conjuntura)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
OS TRABALHADORES E O IMPEACHTMENT (Análise de conjuntura)<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
governo da presidente petista Dilma Roussef está ruindo por dentro e diversos
grupos de interesses pressionam para acelerar o fim do governo. Passado 16 anos
de governos do PT (Partido dos Trabalhadores) a marolinha que o ex-presidente
Lula afirmou que não abalaria as estruturas econômicas do país hoje se tornou
um tsunami político que arrisca a por fim à Era PT, e com ela a desilusão com
as políticas daqueles que ostentam no nome a massa da população brasileira, os trabalhadores.
Por um curto período de tempo pôde o governo conciliar as políticas neoliberais
(privatização aberta ou indireta, repressão intensificada, política de
valorização do capital financeiro, retorno aos fundamentos agrícolas da
economia brasileira, corte nos direitos trabalhistas, legitimação da
reorganização do trabalho tendo como objetivo aumentar a exploração) com as
políticas populistas (assistencialismo, aumento nominal do acesso ao ensino
superior, elevação dos gastos do estado na economia). Agora as condições
objetivas que possibilitaram a política ilusionista do governo PT não permitem
mais que o duro realismo do neoliberalismo sem maquiagem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<a name='more'></a><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="line-height: 24px;"><a href="https://drive.google.com/file/d/0B9mxDiI9Gih3ZXE3YmgxZWl4UEk/view?usp=sharing">https://drive.google.com/file/d/0B9mxDiI9Gih3ZXE3YmgxZWl4UEk/view?usp=sharing</a></span></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1674625408679587328.post-54491242739092455822015-09-20T14:48:00.000-07:002015-09-20T14:48:04.892-07:00Nota de Repúdio à suspensão e expulsão dos 20 de Camaçari!!!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A ANT repudia as práticas autoritárias da burocracia escolar e universitária, a serviço do controle social e reprodução do capital!!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOHEHBUXEor7Jdt1dp7RD02PEYr8VbesVfRGDNLSETVqxXtAJ0onHkyUMcMJjrBeQX5JCq9t-M4RieClqWIgLtvKQx3wfatDpxO_9s3RAbfFK1JImlixqaisSkwH-y3OixbLoHCG9kikyu/s1600/Nota+de+Rep%25C3%25BAdio+IFBA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOHEHBUXEor7Jdt1dp7RD02PEYr8VbesVfRGDNLSETVqxXtAJ0onHkyUMcMJjrBeQX5JCq9t-M4RieClqWIgLtvKQx3wfatDpxO_9s3RAbfFK1JImlixqaisSkwH-y3OixbLoHCG9kikyu/s320/Nota+de+Rep%25C3%25BAdio+IFBA.jpg" width="320" /></a></div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0